Publicidade
Publicidade
10/06/2000
-
18h59
PAULO DANIEL FARAH
da Folha de S. Paulo
A morte do presidente Hafez al Assad, que defendia uma posição conjunta de Estados árabes na negociação com Israel e reivindicava a devolução total de terras ocupadas, traz incertezas para o processo de paz no Oriente Médio.
O provável sucessor do "leão" (significado de Assad) sírio, Bachar al Assad, deve priorizar as questões internas, como as reformas econômicas, e tentar garantir a estabilidade do país. Em entrevista ao jornal "Al Hayat", disse que esperava a entrada de "elementos jovens" no governo.
O filho do líder sírio disse ainda que o país precisava de "homens experientes" para "reduzir a corrupção e modernizar a administração".
Adepto das inovações tecnológicas, é o responsável pela difusão da Internet no país. Em abril, patrocinou a "Síria 2000", exposição de telecomunicações e informática em Damasco.
Sua campanha anticorrupção incluiu o premiê Mahoud Zubi, que teria cometido suicídio depois de iniciado seu julgamento.
Bachar estudou medicina na Síria e se especializou em oftalmologia no Reino Unido. Após a morte de seu irmão Bassel, em 1994, assumiu a liderança na linha sucessória do presidente sírio.
O presidente Al Assad chamou seu filho de volta da Europa e o fez comandante de uma divisão do Exército. Iniciou-se um intenso esforço de marketing para popularizar a imagem de Bachar, enquanto seu pai atuava nos bastidores para garantir uma sucessão pacífica.
Em 1997, o rosto de Bachar passou a figurar em cartazes que se referiam a Bassel como "o exemplo" e a ele como "o futuro".
Nos últimos anos, o herdeiro sírio vinha assumindo um papel cada vez maior em assuntos de Estado. Em diferentes ocasiões, representou pessoalmente seu pai em negociações com presidentes como Emile Lahoud (Líbano) e Jacques Chirac (França).
Bachar terá de garantir agora uma coalizão interna forte junto ao governista partido Baath (renascimento, em árabe), de ideologia socialista e secularista.
Uma guinada no processo de paz, que vive mais um impasse atualmente, por causa da divergência de opiniões, não deve ocorrer no futuro próximo.
A retirada israelense do sul do Líbano, após 22 anos de ocupação, trouxe novas regras para o processo com a Síria. As negociações foram suspensas em janeiro depois de Israel insistir em manter parte do Golã, para garantir acesso ao mar da Galiléia.
Resta saber se Bachar, mais uma liderança jovem a despontar no cenário político árabe, vai trazer sangue novo para o processo.
Leia também:
Morre o presidente sírio Hafez Assad aos 69 anos
Israel expressa tristeza pela morte de Assad
Filho de presidente da Síria assumirá o poder
Funeral de Assad será na terça-feira
Israel vai continuar negociação de paz com a Síria
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Futuro do processo de paz no Oriente Médio é incerto
Publicidade
da Folha de S. Paulo
A morte do presidente Hafez al Assad, que defendia uma posição conjunta de Estados árabes na negociação com Israel e reivindicava a devolução total de terras ocupadas, traz incertezas para o processo de paz no Oriente Médio.
O provável sucessor do "leão" (significado de Assad) sírio, Bachar al Assad, deve priorizar as questões internas, como as reformas econômicas, e tentar garantir a estabilidade do país. Em entrevista ao jornal "Al Hayat", disse que esperava a entrada de "elementos jovens" no governo.
O filho do líder sírio disse ainda que o país precisava de "homens experientes" para "reduzir a corrupção e modernizar a administração".
Adepto das inovações tecnológicas, é o responsável pela difusão da Internet no país. Em abril, patrocinou a "Síria 2000", exposição de telecomunicações e informática em Damasco.
Sua campanha anticorrupção incluiu o premiê Mahoud Zubi, que teria cometido suicídio depois de iniciado seu julgamento.
Bachar estudou medicina na Síria e se especializou em oftalmologia no Reino Unido. Após a morte de seu irmão Bassel, em 1994, assumiu a liderança na linha sucessória do presidente sírio.
O presidente Al Assad chamou seu filho de volta da Europa e o fez comandante de uma divisão do Exército. Iniciou-se um intenso esforço de marketing para popularizar a imagem de Bachar, enquanto seu pai atuava nos bastidores para garantir uma sucessão pacífica.
Em 1997, o rosto de Bachar passou a figurar em cartazes que se referiam a Bassel como "o exemplo" e a ele como "o futuro".
Nos últimos anos, o herdeiro sírio vinha assumindo um papel cada vez maior em assuntos de Estado. Em diferentes ocasiões, representou pessoalmente seu pai em negociações com presidentes como Emile Lahoud (Líbano) e Jacques Chirac (França).
Bachar terá de garantir agora uma coalizão interna forte junto ao governista partido Baath (renascimento, em árabe), de ideologia socialista e secularista.
Uma guinada no processo de paz, que vive mais um impasse atualmente, por causa da divergência de opiniões, não deve ocorrer no futuro próximo.
A retirada israelense do sul do Líbano, após 22 anos de ocupação, trouxe novas regras para o processo com a Síria. As negociações foram suspensas em janeiro depois de Israel insistir em manter parte do Golã, para garantir acesso ao mar da Galiléia.
Resta saber se Bachar, mais uma liderança jovem a despontar no cenário político árabe, vai trazer sangue novo para o processo.
Leia também:
Morre o presidente sírio Hafez Assad aos 69 anos
Israel expressa tristeza pela morte de Assad
Filho de presidente da Síria assumirá o poder
Funeral de Assad será na terça-feira
Israel vai continuar negociação de paz com a Síria
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice