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30/01/2001
-
20h35
da Reuters
em Washington
O ministro de Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, reuniu-se ontem com membros do governo Bush para discutir a nova agenda para os dois países.
Castañeda esteve com a assessora de segurança nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, e com o secretário de Estado, Colin Powell, a fim de fazer os acertos finais para o encontro entre os presidentes mexicano, Vicente Fox, e norte-americano, George W. Bush.
A visita de Bush ao rancho de Fox, marcada para o dia 16 de fevereiro, será seu primeiro compromisso internacional _honra que os três últimos presidentes norte-americanos reservaram ao Canadá.
``Ele fez isso para mandar um forte sinal da importância que pretende dar à América Latina'', disse Castañeda a especialistas em política externa de um grupo de pesquisas de Washington.
Fox, um fazendeiro e ex-executivo da Coca Cola que no ano passado pôs fim a sete décadas de domínio de um só partido no México, o PRI, busca construir um relacionamento mais profundo com os Estados Unidos baseado no êxito do Nafta, que criou uma área de livre comércio entre EUA, Canadá e México.
No entanto, Castañeda apresentou linhas políticas que destoam da visão de Washington, a começar pela oposição ao embargo econômico a Cuba, que já dura quatro décadas.
Segundo o ministro, o México continuará a ver o embargo como uma política ''contraproducente'' destinada apenas a isolar Cuba. Castañeda disse ainda que Fox pretende ampliar o comércio e os investimentos em Cuba de forma mais agressiva para promover mudanças democráticas e a defesa de direitos humanos. ``Não temos mais nada do que nos envergonhar'', afirmou, em referência ao novo governo democrático de Fox.
Quanto à Colômbia, país onde os EUA estão financiando uma ofensiva militar contra a produção de cocaína e heroína e as guerrilhas, a gestão Fox vai defender firmemente uma solução negociada para o fim da guerra civil, diz Castañeda.
Fox enviou o representante especial Andres Rozenthal para a selva colombiana há 10 dias para se reunir com líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o maior movimento rebelde marxista. As Farc estão em negociações de paz com o governo colombiano em San Vicente del Caguan, na zona desmilitarizada do país.
``Negociações políticas são o único caminho possível. É o caminho pelo qual o povo colombiano escolheu ir'', disse Castañeda.
Segundo o ministro, Fox também tentará desempenhar um papel mediador na dissolução de tensões entre a Colômbia e a Venezuela, onde o populista Hugo Chávez surgiu como uma voz de liderança na oposição à interferência norte-americana.
O presidente mexicano também defende a abolição da política do governo norte-americano de fazer uma avaliação dos países que produzem e pelos quais transitam drogas. ``Consideramos todo o processo de certificação contraproducente, unilateral e irritante'', disse Castañeda. ``O presidente é muito claro quanto a isso.''
Fox também estaria disposto a defender a mudança da legislação para imigrantes mexicanos que chegam aos EUA _legal ou clandestinamente_ em busca de emprego. Centenas deles morrem anualmente por desidratação ou frio ao cruzar a fronteira mexicano-americana, de 3 mil quilômetros de extensão.
Fox tem uma visão de longo prazo para a integração econômica promovida pelo Nafta que vai além da mera circulação de bens e investimentos, alcançando também o livre movimento de pessoas, a exemplo da União Européia.
Um acadêmico de formação marxista que foi educado nos EUA e na França, Castañeda foi um dos mais importantes opositores à integração do México ao Nafta, em 1994, mas acabou se tornando um defensor do pacto comercial.
Castañeda reúne-se com governo Bush para discutir nova agenda
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em Washington
O ministro de Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, reuniu-se ontem com membros do governo Bush para discutir a nova agenda para os dois países.
Castañeda esteve com a assessora de segurança nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, e com o secretário de Estado, Colin Powell, a fim de fazer os acertos finais para o encontro entre os presidentes mexicano, Vicente Fox, e norte-americano, George W. Bush.
A visita de Bush ao rancho de Fox, marcada para o dia 16 de fevereiro, será seu primeiro compromisso internacional _honra que os três últimos presidentes norte-americanos reservaram ao Canadá.
``Ele fez isso para mandar um forte sinal da importância que pretende dar à América Latina'', disse Castañeda a especialistas em política externa de um grupo de pesquisas de Washington.
Fox, um fazendeiro e ex-executivo da Coca Cola que no ano passado pôs fim a sete décadas de domínio de um só partido no México, o PRI, busca construir um relacionamento mais profundo com os Estados Unidos baseado no êxito do Nafta, que criou uma área de livre comércio entre EUA, Canadá e México.
No entanto, Castañeda apresentou linhas políticas que destoam da visão de Washington, a começar pela oposição ao embargo econômico a Cuba, que já dura quatro décadas.
Segundo o ministro, o México continuará a ver o embargo como uma política ''contraproducente'' destinada apenas a isolar Cuba. Castañeda disse ainda que Fox pretende ampliar o comércio e os investimentos em Cuba de forma mais agressiva para promover mudanças democráticas e a defesa de direitos humanos. ``Não temos mais nada do que nos envergonhar'', afirmou, em referência ao novo governo democrático de Fox.
Quanto à Colômbia, país onde os EUA estão financiando uma ofensiva militar contra a produção de cocaína e heroína e as guerrilhas, a gestão Fox vai defender firmemente uma solução negociada para o fim da guerra civil, diz Castañeda.
Fox enviou o representante especial Andres Rozenthal para a selva colombiana há 10 dias para se reunir com líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o maior movimento rebelde marxista. As Farc estão em negociações de paz com o governo colombiano em San Vicente del Caguan, na zona desmilitarizada do país.
``Negociações políticas são o único caminho possível. É o caminho pelo qual o povo colombiano escolheu ir'', disse Castañeda.
Segundo o ministro, Fox também tentará desempenhar um papel mediador na dissolução de tensões entre a Colômbia e a Venezuela, onde o populista Hugo Chávez surgiu como uma voz de liderança na oposição à interferência norte-americana.
O presidente mexicano também defende a abolição da política do governo norte-americano de fazer uma avaliação dos países que produzem e pelos quais transitam drogas. ``Consideramos todo o processo de certificação contraproducente, unilateral e irritante'', disse Castañeda. ``O presidente é muito claro quanto a isso.''
Fox também estaria disposto a defender a mudança da legislação para imigrantes mexicanos que chegam aos EUA _legal ou clandestinamente_ em busca de emprego. Centenas deles morrem anualmente por desidratação ou frio ao cruzar a fronteira mexicano-americana, de 3 mil quilômetros de extensão.
Fox tem uma visão de longo prazo para a integração econômica promovida pelo Nafta que vai além da mera circulação de bens e investimentos, alcançando também o livre movimento de pessoas, a exemplo da União Européia.
Um acadêmico de formação marxista que foi educado nos EUA e na França, Castañeda foi um dos mais importantes opositores à integração do México ao Nafta, em 1994, mas acabou se tornando um defensor do pacto comercial.
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