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05/02/2001
-
11h48
da France Presse
na Cisjordânia
Se a grande maioria dos colonos na Cisjordânia parece disposta a dar um fim no mandato do primeiro-ministro, Ehud Barak, não é por isso que está menos inquieta a respeito das verdadeiras intenções de Ariel Sharon, candidato da direita e grande favorito da eleição de amanhã.
Enquanto a esquerda e o mundo árabe consideram Sharon ultranacionalista, um partidário declarado da guerra, os colonos não o vêem como um aliado. Para eles, trata-se de um político disposto a transigir seus princípios para chegar ao poder.
Esse receio está sendo alimentado pela campanha de Sharon centrada na paz e pelo fato de se mostrar reticente em detalhar suas propostas de governo. E, apesar de Sharon ter afirmado publicamente que não vai desmantelar nenhuma colônia e que não realizará nenhuma transferência de território para favorecer a Autoridade Palestina, ainda assim os colonos desconfiam de suas intenções.
"Todos nossos dirigentes sonham com uma cerimônia no jardim da Casa Branca, a questão é saber se Sharon resistirá a esta tentação de passar para história", avaliou Nurit Wallerstein, moradora de Ofra, colônia próxima de Ramallah, referindo-se ao acordo de Oslo (capital da Noruega) firmado em 1993 entre Israel e OLP (Organização pela Libertação da Palestina).
"Ao contrário do atual primeiro-ministro, suponho que não fará concessões sobre o Monte do Templo (Esplanada das Mesquistas, terceiro lugar santo para os muçulmanos), Jerusalém e Vale do Jordão. Entretanto, na colônia de Ofra, por exemplo, não temos certeza de que ele não se decidirá por seu desmantelamento", prosseguiu.
A israelense lembra a infância quando viajava com a família para a colônia judia de Yamit, no Sinai, e passeava pelas dunas. O assentamento foi desmantelado em 1982 justamente por Sharon - na época que era ministro de Defesa- marcando o início da restituição do Sinai ao Egito, prevista nos acordos de paz entre os dois países.
Para o porta-voz dos colonos da Cisjordânia, Yehoshua Mor Yossef, Ariel Sharon tem duas caras. "Eis o Sharon que evacuou o Yamit e que participou das negociações de Wye Plantation, que culminaram em acordo de retirada complementar de 13% da Cisjordânia. Eis também o Sharon que construiu centenas de casas nos assentamentos de Judea-Samaria", afirmou.
A preocupação dos colonos é garantir que Sharon vai ficar do seu lado. Eles acreditam que este é o momento certo, pois, depois de quatro meses de Intifada, a população israelense está mais radical e deu prova de mais solidariedade com os assentados.
Ainda assim, se Sharon for eleito vai dispor de apoio limitado na Knesset (Parlamento) e a influência de alguns deputados da direita próximos aos colonos será reforçada.
Para Mor Yossef, a primeira prova pela qual Sharon deverá passar, depois de ser eleito, será a primeira reunião com o novo presidente norte-americano, George W. Bush. Os colonos rechaçam o desmantelamento das colônias e querem que continue a construção nos territórios. Também exigem maior segurança.
Em todo caso, há algo de que os colonos estão seguros. "Se der continuidade à política de Ehud Barak, ele não vai durar muito tempo", comentou Mor Yossef, referindo-se a Sharon.
Leia mais sobre o conflito no Oriente Médio
Colonos votarão contra Barak, mas Sharon não os entusiasma
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na Cisjordânia
Se a grande maioria dos colonos na Cisjordânia parece disposta a dar um fim no mandato do primeiro-ministro, Ehud Barak, não é por isso que está menos inquieta a respeito das verdadeiras intenções de Ariel Sharon, candidato da direita e grande favorito da eleição de amanhã.
Enquanto a esquerda e o mundo árabe consideram Sharon ultranacionalista, um partidário declarado da guerra, os colonos não o vêem como um aliado. Para eles, trata-se de um político disposto a transigir seus princípios para chegar ao poder.
Esse receio está sendo alimentado pela campanha de Sharon centrada na paz e pelo fato de se mostrar reticente em detalhar suas propostas de governo. E, apesar de Sharon ter afirmado publicamente que não vai desmantelar nenhuma colônia e que não realizará nenhuma transferência de território para favorecer a Autoridade Palestina, ainda assim os colonos desconfiam de suas intenções.
"Todos nossos dirigentes sonham com uma cerimônia no jardim da Casa Branca, a questão é saber se Sharon resistirá a esta tentação de passar para história", avaliou Nurit Wallerstein, moradora de Ofra, colônia próxima de Ramallah, referindo-se ao acordo de Oslo (capital da Noruega) firmado em 1993 entre Israel e OLP (Organização pela Libertação da Palestina).
AP |
Sala do Parlamento de Israel onde serão computados os votos da eleição de amanhã |
A israelense lembra a infância quando viajava com a família para a colônia judia de Yamit, no Sinai, e passeava pelas dunas. O assentamento foi desmantelado em 1982 justamente por Sharon - na época que era ministro de Defesa- marcando o início da restituição do Sinai ao Egito, prevista nos acordos de paz entre os dois países.
Para o porta-voz dos colonos da Cisjordânia, Yehoshua Mor Yossef, Ariel Sharon tem duas caras. "Eis o Sharon que evacuou o Yamit e que participou das negociações de Wye Plantation, que culminaram em acordo de retirada complementar de 13% da Cisjordânia. Eis também o Sharon que construiu centenas de casas nos assentamentos de Judea-Samaria", afirmou.
A preocupação dos colonos é garantir que Sharon vai ficar do seu lado. Eles acreditam que este é o momento certo, pois, depois de quatro meses de Intifada, a população israelense está mais radical e deu prova de mais solidariedade com os assentados.
Ainda assim, se Sharon for eleito vai dispor de apoio limitado na Knesset (Parlamento) e a influência de alguns deputados da direita próximos aos colonos será reforçada.
Para Mor Yossef, a primeira prova pela qual Sharon deverá passar, depois de ser eleito, será a primeira reunião com o novo presidente norte-americano, George W. Bush. Os colonos rechaçam o desmantelamento das colônias e querem que continue a construção nos territórios. Também exigem maior segurança.
Em todo caso, há algo de que os colonos estão seguros. "Se der continuidade à política de Ehud Barak, ele não vai durar muito tempo", comentou Mor Yossef, referindo-se a Sharon.
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