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25/02/2001
-
10h55
ROGERIO WASSERMANN
da Folha de S.Paulo
As eleições presidenciais de 8 de abril no Peru são resultado do escândalo político que provocou a destituição de Alberto Fujimori da Presidência, em novembro do ano passado.
A antecipação da eleição _em quatro anos_ foi anunciada por Fujimori em meio ao escândalo provocado pela divulgação de um vídeo no qual seu ex-braço direito, Vladimiro Montesinos, chefe informal do serviço secreto, aparecia supostamente subornando um deputado da oposição para que passasse a apoiar o governo.
Isso foi em setembro, e Fujimori havia recém tomado posse em seu terceiro mandato consecutivo, conseguido por eleições manchadas por acusações de fraudes. O adversário de Fujimori no segundo turno, o economista Alejandro Toledo, abandonou a disputa em protesto.
Quando o vídeo de Montesinos foi divulgado, Fujimori havia conseguido atrair inúmeros deputados oposicionistas, alcançando uma maioria no Congresso que havia perdido nas eleições. Com o escândalo, Montesinos fugiu para o Panamá, onde pediu asilo, e Fujimori anunciou que convocaria eleições antecipadas, nas quais não concorreria.
Pouco mais de um mês depois, porém, Montesinos retornou ao Peru, contra a vontade de Fujimori, reacendendo a crise e provocando um pedido de renúncia do presidente, apresentado de Tóquio, no Japão, em meio a uma viagem oficial. Antes que o pedido de renúncia fosse avaliado, Fujimori foi destituído do cargo pelo Congresso, por "incapacidade moral". Ele permanece desde então auto-exilado em Tóquio.
Anteontem, o Congresso peruano aprovou a cassação da imunidade a que Fujimori tinha direito como ex-presidente e o tornou inelegível por um período de dez anos. A decisão abriu caminho para que Fujimori seja processado e para que o Peru solicite ao Japão sua extradição. A hipótese de a extradição ser concedida é improvável, porém. Fujimori tem cidadania japonesa e os dois países não possuem um tratado de extradição.
Montesinos permanece em local desconhecido. Segundo jornais peruanos, ele teria fugido de barco para a Venezuela, onde teria se submetido a uma cirurgia plástica para mudar o rosto.
Após a destituição de Fujimori, e a renúncia de seus dois vice-presidentes, a Presidência do país passou a ser ocupada por Valentín Paniagua, então presidente do Congresso.
Na atual campanha, apenas um candidato a presidente defende publicamente Fujimori. Carlos Boloña, ex-ministro da Economia, aparece em quinto lugar nas pesquisas, com cerca de 3% de intenção de voto, atrás de Toledo, de Lourdes Flores, do ex-presidente Alan García (1985-1990) e do deputado Fernando Olivera, que divulgou o primeiro vídeo incriminando Montesinos.
Pleito no Peru foi antecipado após escândalo
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da Folha de S.Paulo
As eleições presidenciais de 8 de abril no Peru são resultado do escândalo político que provocou a destituição de Alberto Fujimori da Presidência, em novembro do ano passado.
A antecipação da eleição _em quatro anos_ foi anunciada por Fujimori em meio ao escândalo provocado pela divulgação de um vídeo no qual seu ex-braço direito, Vladimiro Montesinos, chefe informal do serviço secreto, aparecia supostamente subornando um deputado da oposição para que passasse a apoiar o governo.
Isso foi em setembro, e Fujimori havia recém tomado posse em seu terceiro mandato consecutivo, conseguido por eleições manchadas por acusações de fraudes. O adversário de Fujimori no segundo turno, o economista Alejandro Toledo, abandonou a disputa em protesto.
Quando o vídeo de Montesinos foi divulgado, Fujimori havia conseguido atrair inúmeros deputados oposicionistas, alcançando uma maioria no Congresso que havia perdido nas eleições. Com o escândalo, Montesinos fugiu para o Panamá, onde pediu asilo, e Fujimori anunciou que convocaria eleições antecipadas, nas quais não concorreria.
Pouco mais de um mês depois, porém, Montesinos retornou ao Peru, contra a vontade de Fujimori, reacendendo a crise e provocando um pedido de renúncia do presidente, apresentado de Tóquio, no Japão, em meio a uma viagem oficial. Antes que o pedido de renúncia fosse avaliado, Fujimori foi destituído do cargo pelo Congresso, por "incapacidade moral". Ele permanece desde então auto-exilado em Tóquio.
Anteontem, o Congresso peruano aprovou a cassação da imunidade a que Fujimori tinha direito como ex-presidente e o tornou inelegível por um período de dez anos. A decisão abriu caminho para que Fujimori seja processado e para que o Peru solicite ao Japão sua extradição. A hipótese de a extradição ser concedida é improvável, porém. Fujimori tem cidadania japonesa e os dois países não possuem um tratado de extradição.
Montesinos permanece em local desconhecido. Segundo jornais peruanos, ele teria fugido de barco para a Venezuela, onde teria se submetido a uma cirurgia plástica para mudar o rosto.
Após a destituição de Fujimori, e a renúncia de seus dois vice-presidentes, a Presidência do país passou a ser ocupada por Valentín Paniagua, então presidente do Congresso.
Na atual campanha, apenas um candidato a presidente defende publicamente Fujimori. Carlos Boloña, ex-ministro da Economia, aparece em quinto lugar nas pesquisas, com cerca de 3% de intenção de voto, atrás de Toledo, de Lourdes Flores, do ex-presidente Alan García (1985-1990) e do deputado Fernando Olivera, que divulgou o primeiro vídeo incriminando Montesinos.
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