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25/02/2001
-
13h10
VÍCTOR FLORES
da France Presse, em Cancún
Quatorze meses depois dos protestos de Seattle (EUA), que, pela primeira vez, mostraram ao mundo uma outra face da globalização, os idealizadores do encontro que começa amanhã em Cancún, no México, resolveram incluir na agenda os "excluídos" desse fenômeno mundial chamado globalização.
A reunião de Cancún é uma versão regional do Fórum Econômico Mundial, que acontece todos os anos na cidade suíça de Davos e que discute os rumos da economia mundial globalizada.
Em novembro de 1999, a violência se espalhou pelas ruas de Seattle, chamando mais atenção do que a própria reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seu diretor-geral, Michael Moore, chamou os manifestantes de ''um punhado de comunistas nostálgicos'', mas a revista americana "Newsweek" concluiu que, depois dos distúrbios, "o capitalismo ficou impopular".
As demonstrações se repetiram em Praga, por ocasião da reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. E em Davos, em janeiro passado, os oponentes da globalização se fizeram presentes e emplacaram o lema "Crescimento sustentável e redução das desigualdades".
Para o encontro em Cancún, o diretor da Agenda Mundial de Davos, o ex-presidente da Costa Rica, José María Figueres, anunciou que "o tema da exclusão social dos grupos que ficaram de fora da globalização nos preocupa".
A agenda dos manifestantes contra o neoliberalismo, tipificado por drásticos cortes dos gastos sociais para evitar o déficit orçamentário dos governos, chegou assim às elites que dominam o mundo empresarial.
"Depois de Davos, decidimos nos reunir com quem se opõe à globalização porque concordamos com eles: queremos uma melhor distribuição de renda", disse Figueres.
Sobre a corrente mundial que representa o rebelde zapatista subcomandante Marcos, que organizou debates internacionais contra o neoliberalismo e neste final de semana iniciou uma marcha para a capital mexicana com seu grupo, Figueres disse que o fórum "não está nem a favor nem contra nenhuma corrente. Somos uma plataforma para as distintas idéias".
O presidente mexicano Vicente Fox, que assistirá ao Fórum de Cancún, também fez um balanço crítico do processo de globalização: "A verdade é que não fizemos um bom trabalho".
A crítica foi acolhida pelo próprio diretor gerencial do fórum, Clauss Smadja: "A globalização não está rendendo frutos".
O Foro Econômico Mundial - fundado em 1971 pelo economista da Universidade de Genebra, Klaus Schwab, na estação alpina de Davos - conta agora com centenas de corporações mundiais, que convoca governos, civis e organismos mundiais a debater sobre os desafios mundiais.
Críticos da globalização terão voz no encontro de amanhã em Cancún
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da France Presse, em Cancún
Quatorze meses depois dos protestos de Seattle (EUA), que, pela primeira vez, mostraram ao mundo uma outra face da globalização, os idealizadores do encontro que começa amanhã em Cancún, no México, resolveram incluir na agenda os "excluídos" desse fenômeno mundial chamado globalização.
A reunião de Cancún é uma versão regional do Fórum Econômico Mundial, que acontece todos os anos na cidade suíça de Davos e que discute os rumos da economia mundial globalizada.
Em novembro de 1999, a violência se espalhou pelas ruas de Seattle, chamando mais atenção do que a própria reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seu diretor-geral, Michael Moore, chamou os manifestantes de ''um punhado de comunistas nostálgicos'', mas a revista americana "Newsweek" concluiu que, depois dos distúrbios, "o capitalismo ficou impopular".
As demonstrações se repetiram em Praga, por ocasião da reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. E em Davos, em janeiro passado, os oponentes da globalização se fizeram presentes e emplacaram o lema "Crescimento sustentável e redução das desigualdades".
Para o encontro em Cancún, o diretor da Agenda Mundial de Davos, o ex-presidente da Costa Rica, José María Figueres, anunciou que "o tema da exclusão social dos grupos que ficaram de fora da globalização nos preocupa".
A agenda dos manifestantes contra o neoliberalismo, tipificado por drásticos cortes dos gastos sociais para evitar o déficit orçamentário dos governos, chegou assim às elites que dominam o mundo empresarial.
"Depois de Davos, decidimos nos reunir com quem se opõe à globalização porque concordamos com eles: queremos uma melhor distribuição de renda", disse Figueres.
Sobre a corrente mundial que representa o rebelde zapatista subcomandante Marcos, que organizou debates internacionais contra o neoliberalismo e neste final de semana iniciou uma marcha para a capital mexicana com seu grupo, Figueres disse que o fórum "não está nem a favor nem contra nenhuma corrente. Somos uma plataforma para as distintas idéias".
O presidente mexicano Vicente Fox, que assistirá ao Fórum de Cancún, também fez um balanço crítico do processo de globalização: "A verdade é que não fizemos um bom trabalho".
A crítica foi acolhida pelo próprio diretor gerencial do fórum, Clauss Smadja: "A globalização não está rendendo frutos".
O Foro Econômico Mundial - fundado em 1971 pelo economista da Universidade de Genebra, Klaus Schwab, na estação alpina de Davos - conta agora com centenas de corporações mundiais, que convoca governos, civis e organismos mundiais a debater sobre os desafios mundiais.
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