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01/03/2001 - 13h31

Julgamento de fugitivo nazista começa amanhã na França

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da Reuters, em Paris

Começa amanhã em Paris o julgamento à revelia de um dos mais zelosos assassinos nazistas, Alois Brunner, que enviou 340 crianças judias a Auschwitz no último comboio a deixar a França rumo aos campos de extermínio alemães.

O oficial da SS (tropa de elite nazista) nascido na Áustria, que atuou como segundo do "comando técnico da morte" da Gestapo, Adolf Eichmann, pode estar vivendo na Síria. Ele teria 88 anos.

O francês Serge Klarsfeld, que persegue nazistas, abriu processo na Justiça contra Brunner em 1987, o julgamento de crimes contra a humanidade é sobretudo simbólico. "Brunner é o espectro de um criminoso. Não há esperanças de vê-lo voltar à França", disse Klarsfeld. "O que importa são as vítimas. É para elas que movemos esse processo."

O pai de Klarsfeld morreu em um campo de concentração depois de ser detido pelos homens de Brunner em 1943. O caçador de nazistas, que orquestrou a captura, na Bolívia, do ex-chefe da Gestapo em Lyon, Klaus Barbie, viajou diversas vezes a Damasco (capital da Síria) com sua mulher, Beate, para exigir a entrega de Brunner, tendo sido expulso todas as vezes que entrou no país.

Damasco nega ter conhecimento do paradeiro de Brunner, mas não permite a entrada no país de investigadores franceses.

Brunner é considerado responsável pelo envio de 140 mil judeus de toda a Europa às câmaras de gás, incluindo 24 mil judeus franceses.

O julgamento vai tratar apenas da prisão e deportação de 340 órfãos judeus da região parisiense, que foram embarcados em trens de gado com destino a Auschwitz em 17 de agosto de 1944, uma semana antes da libertação de Paris pelos aliados.

Depois de fazer a leitura de seus crimes e dos nomes de suas vítimas, o tribunal deve condenar Brunner à pena máxima, a prisão perpétua.

Brunner viveu na Alemanha sob pseudônimo até 1952, e depois, com um falso passaporte da Cruz Vermelha, fugiu para Damasco, onde assumiu o nome de Georg Fischer.

Segundo investigadores, ele deve ser fácil de identificar, já que perdeu uma mão e um olho devido a cartas-bomba israelenses recebidas em 1961 e 1980.

Brunner foi visto por uma testemunha confiável pela última vez em 1992. Em 1985, concedeu entrevista à revista alemã Bunte, na qual disse que não lamentava nada do que fez.

Tribunais franceses o condenaram à morte, à revelia, por outras acusações, em 1953 e 1954.
 

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