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14/03/2001 - 20h50

Haider renova ataques a líder judeu na Áustria

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da Reuters, em Viena

Desafiando críticas internacionais e de dentro da própria Áustria, o líder de extrema-direita Joerg Haider voltou a atacar hoje o líder da comunidade judaica do país.

Em entrevista à revista "News", Haider disse que o líder judeu, Ariel Muzicant, havia esfaqueado a Áustria pelas costas durante as negociações sobre as compensações do Holocausto, acusando-o de usar suas conexões políticas para beneficiar seus próprios negócios.

Referindo-se aos planos de Muzicant para processá-lo por um recente ataque amplamente condenado como anti-semita, Haider disse: ``Eu considero uma honra ser processado por Muzicant. Ele é alguém que personifica a intransigência e para quem há, portanto, pouco espaço no espectro de forças democráticas".

Muzicant pretende processar Haider por um discurso proferido em 28 de fevereiro no qual o ex-líder do Partido da Liberdade fez um trocadilho irônico com seu primeiro nome (Ariel) e o nome de um conhecido sabão em pó. ``Não entendo como alguém cujo nome é Ariel pode ter tanta sujeira grudada a ele'', disse Haider à ocasião.

Haider liderou o Partido da Liberdade em uma coalizão de governo com os conservadores ligados ao primeiro-ministro Wolfgang Schuessel em fevereiro de 2000 mas não assumiu nenhum posto no governo, permanecendo como governador da Caríntia.

Posteriormente, Haider renunciou a seu cargo de líder no partido, mas continua a dominar a facção antiimigração e desempenha um papel bastante ativo na campanha política para as eleições locais em Viena, marcadas para 25 de março.

O Departamento de Estado norte-americano repreendeu Haider hoje pelos primeiros comentários sobre Muzicant. ``Nós certamente não perdoamos ataques pessoais do tipo que Haider fez e preferíamos ver um discurso mais elevado'', diz a declaração do Departamento distribuída pela embaixada dos EUA em Viena.

``Dado que, em toda a Europa, continuamos a ver crimes de ódio, violentas demonstrações neonazistas, destruição de cemitérios judeus e número crescente de sites de ódio na Internet, deveríamos todos estar especialmente atentos a comentários que podem ser interpretados como xenófobos ou anti-semitas'', segue o comunicado.

A ministra do Exterior da Áustria, Benita Ferrero-Waldner, endossou a posição norte-americana, dizendo que ela reflete a visão dos principais políticos da Áustria.

Na entrevista, Haider negou que suas declarações sobre Muzicant tivessem sido anti-semitas. ``Estou sendo acusado de algo que não é verdade e que não aconteceu'', afirmou o líder direitista. Segundo ele, se os comentários fossem anti-semitas, ''Schuessel teria certamente condenado (as declarações)''.

O premiê fez algumas observações críticas sobre as declarações de Haider, mas não fez parte do coro de condenação entoado por outros políticos austríacos.
 

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