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30/03/2001
-
23h24
da Reuters, em Belgrado
O ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, ganhou a temerosa reputação de um defensor do pragmatismo sem escrúpulos, capaz de adotar a guerra e o nacionalismo para manter o poder.
Mesmo quando foi expulso do governo por um levante popular em outubro de 2000, Milosevic continuou defendendo duas idéias.
O sentimento nacionalista sérvio que ele estimulou foi uma das causas dos conflitos que se espalharam na Iugoslávia nos anos 90, provocando mortes e milhares de refugiados na Croácia, na Bósnia e em Kosovo.
``Consigo dormir em paz e minha consciência está completamente limpa'', disse Milosevic durante entrevista à televisão em dezembro de 2000.
Seu papel na cena internacional foi ambíguo. Era tratado com desdém por governos ocidentais, mas que também o viam como fator potencial para a manutenção da estabilidade nos Bálcãs.
A repressão contra os albaneses étnicos de Kosovo, porém, foi demais para o Ocidente, provocando os bombardeios da Otan em 1999.
Trajetória
Ex-funcionário do partido comunista e ex-presidente da empresa de gás estatal, Milosevic trilhou seu caminho ao poder na Iugoslávia no vácuo deixado nos anos 90 pela morte do ditador Marshal Tito.
Milosevic tornou-se chefe do partido comunista sérvio em 1986 e estabeleceu controle total no Estados por 13 anos.
Foi eleito presidente em 1990 na Sérvia, e reeleito em 1992. Tornou-se presidente da Iugoslávia em 1997.
``Milosevic é mais oportunista do que ideólogo, um homem guiado mais pelo poder do que pelo nacionalismo'', escreveu Warren Zimmermann, ex-embaixador dos EUA na Iugoslávia entre 1989 e 1992.
Seu papel mais importante no cenário político mundial aconteceu em 1995, durante a cerimônia de assinatura do Tratado de Dayton, que colocou fim à guerra da Bósnia.
Um ano depois, começou a enfrentar oposição interna. Durante três meses, houve protestos. Milosevic contornou a situação, dando mais poder para os opositores.
Em 1997, Milosevic passou a tentar mudar a constituição do país para concorrer à presidência da Sérvia.
Conseguiu em junho de 2000. Mas foi erro que lhe custou o governo. Perdeu a eleição para o nacionalista moderado Vojislav Kostunica.
Mas Milosevic e seu partido disseram que Kostunica não havia obtido maioria, e que seria necessária a realização de um segundo turno. A oposição negava.
Iniciou-se então uma onda de protestos de rua que culminaram em uma revolta popular no dia 5 de outubro de 2000.
Manifestantes atacaram o parlamento e a sede da televisão estatal.
Pais suicidas
Milosevic nasceu em Pozarevac, sudoeste de Belgrado, em 1941, filho de um professor de teologia. Seu pai e sua mãe cometeram suicídio.
Advogado de formação, acredita-se que Milosevic seja muito influenciado por sua esposa, Mirjana, socióloga com quem está casado desde a época de colégio. O casal tem um filho, Marko, e uma filha, Marija.
Marko, acusado de envolvimento em negócios obtusos, fugiu para Moscou depois da queda do pai. Seu paradeiro ainda é um mistério.
Leia mais sobre o conflito nos Bálcãs
Milosevic fez uso de guerra e nacionalismo para manter o poder
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O ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, ganhou a temerosa reputação de um defensor do pragmatismo sem escrúpulos, capaz de adotar a guerra e o nacionalismo para manter o poder.
Mesmo quando foi expulso do governo por um levante popular em outubro de 2000, Milosevic continuou defendendo duas idéias.
O sentimento nacionalista sérvio que ele estimulou foi uma das causas dos conflitos que se espalharam na Iugoslávia nos anos 90, provocando mortes e milhares de refugiados na Croácia, na Bósnia e em Kosovo.
``Consigo dormir em paz e minha consciência está completamente limpa'', disse Milosevic durante entrevista à televisão em dezembro de 2000.
Seu papel na cena internacional foi ambíguo. Era tratado com desdém por governos ocidentais, mas que também o viam como fator potencial para a manutenção da estabilidade nos Bálcãs.
A repressão contra os albaneses étnicos de Kosovo, porém, foi demais para o Ocidente, provocando os bombardeios da Otan em 1999.
Trajetória
Ex-funcionário do partido comunista e ex-presidente da empresa de gás estatal, Milosevic trilhou seu caminho ao poder na Iugoslávia no vácuo deixado nos anos 90 pela morte do ditador Marshal Tito.
Milosevic tornou-se chefe do partido comunista sérvio em 1986 e estabeleceu controle total no Estados por 13 anos.
Foi eleito presidente em 1990 na Sérvia, e reeleito em 1992. Tornou-se presidente da Iugoslávia em 1997.
``Milosevic é mais oportunista do que ideólogo, um homem guiado mais pelo poder do que pelo nacionalismo'', escreveu Warren Zimmermann, ex-embaixador dos EUA na Iugoslávia entre 1989 e 1992.
Seu papel mais importante no cenário político mundial aconteceu em 1995, durante a cerimônia de assinatura do Tratado de Dayton, que colocou fim à guerra da Bósnia.
Um ano depois, começou a enfrentar oposição interna. Durante três meses, houve protestos. Milosevic contornou a situação, dando mais poder para os opositores.
Em 1997, Milosevic passou a tentar mudar a constituição do país para concorrer à presidência da Sérvia.
Conseguiu em junho de 2000. Mas foi erro que lhe custou o governo. Perdeu a eleição para o nacionalista moderado Vojislav Kostunica.
Mas Milosevic e seu partido disseram que Kostunica não havia obtido maioria, e que seria necessária a realização de um segundo turno. A oposição negava.
Iniciou-se então uma onda de protestos de rua que culminaram em uma revolta popular no dia 5 de outubro de 2000.
Manifestantes atacaram o parlamento e a sede da televisão estatal.
Pais suicidas
Milosevic nasceu em Pozarevac, sudoeste de Belgrado, em 1941, filho de um professor de teologia. Seu pai e sua mãe cometeram suicídio.
Advogado de formação, acredita-se que Milosevic seja muito influenciado por sua esposa, Mirjana, socióloga com quem está casado desde a época de colégio. O casal tem um filho, Marko, e uma filha, Marija.
Marko, acusado de envolvimento em negócios obtusos, fugiu para Moscou depois da queda do pai. Seu paradeiro ainda é um mistério.
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