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22/04/2001
-
01h31
da France Presse, em Bogotá
Fernandinho Beira-Mar, capturado neste sábado pelo Exército colombiano dois meses após o início da operação "Gato Negro", era o narcotraficante mais procurado na América do Sul, segundo as autoridades colombianas.
Condenado no Brasil, Luis Fernando da Costa, o Beira-Mar, era acusado de controlar 60% do narcotráfico no Brasil, onde introduzia a cocaína trocada por armas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Em sua operação, Beira-Mar atuava com o líder guerrilheiro Tomás Medina, o "Negro Acacio", um dos principais chefes da FARC e encarregado do departamento de Vichada, na fronteira com o Brasil.
Preso no Brasil até março de 1997, Beira-Mar fugiu tranquilamente da prisão de Betim, em Minas Gerais, refugiando-se no Paraguai, onde estabeleceu sua base de operações com o auxílio da família Morel, que posteriormente mandou assassinar.
Pressionado pelas autoridades paraguaias, Fernandinho Beira-Mar abandonou o Paraguai e refugiou-se na Colômbia no ano passado, onde passou a negociar com a FARC.
Em um curto período, Beira-Mar montou uma impressionante operação de narcotráfico, enviando cocaína para o exterior e trazendo armas para a guerrilha via Suriname.
O esquema liderado por Beira-Mar tomou tal proporção que as autoridades colombianas decidiram deflagrar a operação "Gato Negro" no início de fevereiro para capturar o traficante brasileiro e Tomás Molina, líder da frente 16 da FARC.
Em meados de fevereiro, a operação "Gato Negro" capturou 15 colombianos e 7 brasileiros no sudeste da Colômbia, incluindo Jackeline Alcântara de Morais, companheira e braço direito de Beira-Mar. Posteriormente, um juiz de Bogotá decidiu soltar Jackeline por falta de provas.
Em 21 de março, a polícia colombiana conseguiu prender Elizeth da Silva Lira, esposa legítima de Fernandinho Beira-Mar, que foi capturada em um luxuoso apartamento do norte de Bogotá.
A operação foi resultado de um paciente trabalho de inteligência realizado em conjunto pela Polícia Federal brasileira e a Procuradoria colombiana.
O cerco foi se apertando em torno de Beira-Mar e na sexta-feira um avião da Força Aérea Colombiana interceptou outro aparelho e determinou que o piloto pousasse na base de Marandúa, mas o avião aterrizou em um pasto e seus cinco passageiros fugiram.
O piloto do avião, um Cessna 206 de matrícula HK-2459P, foi posteriormente capturado pela Força Aérea e revelou o local exato onde havia deixado os cinco homens, incluindo Beira-Mar e outro brasileiro chamado de "Dentista".
Com a localização de Beira-Mar, o Exército enviou uma força de ação rápida com 300 homens para o departamento de Vichada (leste), onde o traficante brasileiro foi preso na selva junto com o "dentista"
Segundo fontes policiais brasileiras, Fernandinho Beira-Mar está com o braço e perdeu três dedos de uma das mãos.
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Josias Quintal, viajou na noite de sábado para Bogotá, onde pretende interrogar Beira-Mar e "apressar o retorno do traficante ao Brasil".
O presidente colombiano, Andrés Pastrana, comunicou pessoalmente a prisão de Beira-Mar a seu homólogo brasileiro, Fernando Henrique Cardoso. Os dois participam em Quebec da III Cúpula das Américas.
Fernando Henrique disse que esta foi uma "excelente notícia", já que se trata de um traficante "que não é de pequena expressão".
O presidente brasileiro agregou que já passou esta informação ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, e que "agora as autoridades do Brasil entrarão em contato com as da Colômbia para decidir o que será feito".
Beira-Mar era o narcotraficante mais procurado na América do Sul
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Fernandinho Beira-Mar, capturado neste sábado pelo Exército colombiano dois meses após o início da operação "Gato Negro", era o narcotraficante mais procurado na América do Sul, segundo as autoridades colombianas.
Condenado no Brasil, Luis Fernando da Costa, o Beira-Mar, era acusado de controlar 60% do narcotráfico no Brasil, onde introduzia a cocaína trocada por armas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Em sua operação, Beira-Mar atuava com o líder guerrilheiro Tomás Medina, o "Negro Acacio", um dos principais chefes da FARC e encarregado do departamento de Vichada, na fronteira com o Brasil.
Preso no Brasil até março de 1997, Beira-Mar fugiu tranquilamente da prisão de Betim, em Minas Gerais, refugiando-se no Paraguai, onde estabeleceu sua base de operações com o auxílio da família Morel, que posteriormente mandou assassinar.
Pressionado pelas autoridades paraguaias, Fernandinho Beira-Mar abandonou o Paraguai e refugiou-se na Colômbia no ano passado, onde passou a negociar com a FARC.
Em um curto período, Beira-Mar montou uma impressionante operação de narcotráfico, enviando cocaína para o exterior e trazendo armas para a guerrilha via Suriname.
O esquema liderado por Beira-Mar tomou tal proporção que as autoridades colombianas decidiram deflagrar a operação "Gato Negro" no início de fevereiro para capturar o traficante brasileiro e Tomás Molina, líder da frente 16 da FARC.
Em meados de fevereiro, a operação "Gato Negro" capturou 15 colombianos e 7 brasileiros no sudeste da Colômbia, incluindo Jackeline Alcântara de Morais, companheira e braço direito de Beira-Mar. Posteriormente, um juiz de Bogotá decidiu soltar Jackeline por falta de provas.
Em 21 de março, a polícia colombiana conseguiu prender Elizeth da Silva Lira, esposa legítima de Fernandinho Beira-Mar, que foi capturada em um luxuoso apartamento do norte de Bogotá.
A operação foi resultado de um paciente trabalho de inteligência realizado em conjunto pela Polícia Federal brasileira e a Procuradoria colombiana.
O cerco foi se apertando em torno de Beira-Mar e na sexta-feira um avião da Força Aérea Colombiana interceptou outro aparelho e determinou que o piloto pousasse na base de Marandúa, mas o avião aterrizou em um pasto e seus cinco passageiros fugiram.
O piloto do avião, um Cessna 206 de matrícula HK-2459P, foi posteriormente capturado pela Força Aérea e revelou o local exato onde havia deixado os cinco homens, incluindo Beira-Mar e outro brasileiro chamado de "Dentista".
Com a localização de Beira-Mar, o Exército enviou uma força de ação rápida com 300 homens para o departamento de Vichada (leste), onde o traficante brasileiro foi preso na selva junto com o "dentista"
Segundo fontes policiais brasileiras, Fernandinho Beira-Mar está com o braço e perdeu três dedos de uma das mãos.
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Josias Quintal, viajou na noite de sábado para Bogotá, onde pretende interrogar Beira-Mar e "apressar o retorno do traficante ao Brasil".
O presidente colombiano, Andrés Pastrana, comunicou pessoalmente a prisão de Beira-Mar a seu homólogo brasileiro, Fernando Henrique Cardoso. Os dois participam em Quebec da III Cúpula das Américas.
Fernando Henrique disse que esta foi uma "excelente notícia", já que se trata de um traficante "que não é de pequena expressão".
O presidente brasileiro agregou que já passou esta informação ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, e que "agora as autoridades do Brasil entrarão em contato com as da Colômbia para decidir o que será feito".
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