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16/05/2001
-
12h31
da France Presse, em Londres
Novos líderes, novas idéias, novas ameaças: o ano 2000 foi de transição para um mundo que enfrenta mudanças profundas, segundo o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), divulgado hoje.
Desde George W. Bush, nos Estados Unidos, a Ariel Sharon, em Israel, as nações que desempenham um papel-chave no mundo renovaram seus líderes. O vento da mudança soprou em todos os continentes, desde o México (e a eleição histórica do presidente Vicente Fox) até Chen Shui-bian em Taiwan, passando por Joseph Kabila na República Democrática do Congo e Junichiro Koizumi, no Japão.
Todo eles enfrentam desafios particulares, diferentes daqueles dos seus antecessores, uma vez terminada a Guerra Fria. A China "não seria capaz de representar uma ameaça durante muitos anos, ainda que o quisesse", garante o instituto.
O relatório rompeu com a tradição e determinou este ano duas ameaças não-militares à estabilidade mundial: o efeito estufa e a crise dos refugiados no mundo.
"Ainda que não representem uma desgraça total a curto prazo, há um ponto sem volta que não está longe", disse o instituto.
O estudo divulgado hoje acusa "alguns líderes mundiais" de "dar as costas" para a crescente evidência mundial de reaquecimento do planeta. Esses líderes ignoraram o que representa uma ameaça "para eles e também para nós".
Bush é especialmente criticado, por não ter ratificado o Protocolo de Kyoto para a redução dos gases causadores do efeito estufa. "O presidente deveria ressuscitar suas promessas anteriores e tomar a dianteira, como têm feito os Estados Unidos frequentemente", assinala o relatório.
A outra grande ameaça à segurança global é o fluxo interminável de refugiados e migrantes por razões econômicas, que atende aos interesses de traficantes inescrupulosos. A não ser que esse fluxo se encerre e se preste atenção nos seus protagonistas, a xenofobia irá aumentar, adverte o instituto.
"Se a história do século 20 for revista, se perceberá até que ponto (o fenômeno da imigração sem controle) pode ser perigoso para um mundo superpovoado".
As ameaças tradicionais continuam, assinala relatório, citando como exemplo os problemas no Oriente Médio, assim como a tensão entre as duas Coréias. Bush, ambivalente no que diz respeito aos temas de política externa, "não deveria permitir que os Estados Unidos abandonem seu papel de intermediário honesto. Se (o presidente americano) não se der conta dessa necessidade, será mais difícil conter as tensões, ou prevenir uma volta ao conflito em um grande número de disputas onde os esforços pela paz conseguiram êxitos frágeis".
No Oriente Médio, o relatório prevê também mais comprometimento dos Estados Unidos a partir das propostas de Camp David do presidente anterior, Bill Clinton.
Relatório internacional anuncia grandes transformações mundiais
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Novos líderes, novas idéias, novas ameaças: o ano 2000 foi de transição para um mundo que enfrenta mudanças profundas, segundo o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), divulgado hoje.
Desde George W. Bush, nos Estados Unidos, a Ariel Sharon, em Israel, as nações que desempenham um papel-chave no mundo renovaram seus líderes. O vento da mudança soprou em todos os continentes, desde o México (e a eleição histórica do presidente Vicente Fox) até Chen Shui-bian em Taiwan, passando por Joseph Kabila na República Democrática do Congo e Junichiro Koizumi, no Japão.
Todo eles enfrentam desafios particulares, diferentes daqueles dos seus antecessores, uma vez terminada a Guerra Fria. A China "não seria capaz de representar uma ameaça durante muitos anos, ainda que o quisesse", garante o instituto.
O relatório rompeu com a tradição e determinou este ano duas ameaças não-militares à estabilidade mundial: o efeito estufa e a crise dos refugiados no mundo.
"Ainda que não representem uma desgraça total a curto prazo, há um ponto sem volta que não está longe", disse o instituto.
O estudo divulgado hoje acusa "alguns líderes mundiais" de "dar as costas" para a crescente evidência mundial de reaquecimento do planeta. Esses líderes ignoraram o que representa uma ameaça "para eles e também para nós".
Reuters - 30.jan.2001 |
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos |
A outra grande ameaça à segurança global é o fluxo interminável de refugiados e migrantes por razões econômicas, que atende aos interesses de traficantes inescrupulosos. A não ser que esse fluxo se encerre e se preste atenção nos seus protagonistas, a xenofobia irá aumentar, adverte o instituto.
"Se a história do século 20 for revista, se perceberá até que ponto (o fenômeno da imigração sem controle) pode ser perigoso para um mundo superpovoado".
As ameaças tradicionais continuam, assinala relatório, citando como exemplo os problemas no Oriente Médio, assim como a tensão entre as duas Coréias. Bush, ambivalente no que diz respeito aos temas de política externa, "não deveria permitir que os Estados Unidos abandonem seu papel de intermediário honesto. Se (o presidente americano) não se der conta dessa necessidade, será mais difícil conter as tensões, ou prevenir uma volta ao conflito em um grande número de disputas onde os esforços pela paz conseguiram êxitos frágeis".
No Oriente Médio, o relatório prevê também mais comprometimento dos Estados Unidos a partir das propostas de Camp David do presidente anterior, Bill Clinton.
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