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21/05/2001
-
23h04
da Deutsche Welle
Sob pressão interna e internacional, o governo alemão criou hoje, em Berlim, uma comissão especial para investigar o vazamento de um relatório secreto da embaixada da Alemanha nos Estados Unidos sobre uma conversa do chanceler federal Gerhard Schröder com o presidente americano, George W Bush, em Washington, no dia 29 de março.
A indiscrição gerou irritação na diplomacia americana e colocou o governo alemão numa situação delicada.
Para a oposição interna trata-se de um grande escândalo que pode abalar a credibilidade da política externa alemã. A União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU) requereram para o próximo dia 29 uma sessão especial da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento sobre a questão. Diplomatas americanos viram na divulgação do documento uma ameaça às relações teuto-americanas.
O relatório transcreve parte do teor do encontro de cúpula na Casa Branca e a revelação que o conselheiro político de Schröder, Michael Steiner, fez na ocasião: num encontro com o presidente da Líbia, em Trípoli, 12 dias antes, Muammar Kadafi teria admitido a autoria do atentado à bomba na discoteca La Belle, frequentada por soldados americanos, em Berlim em 1986, com 3 mortos e mais de 200 feridos, bem como da derrubada do avião da Pan Am sobre Lockerbie, com 270 mortos.
Para aumentar a confusão, as revistas alemãs "Focus" e "Der Spiegel" divulgaram hoje trechos inteiros do relatório do embaixador Jürgen Chrobog ao Ministério do Exterior em Berlim, não só sobre a Líbia e o terrorismo.
Um deles cita o secretário de Estado, Collin Paul, também presente no encontro de Schröder com Bush, dizendo que o presidente palestino, Iasser Arafat, perdeu o senso da realidade.
Noutro, Schröder faz revelações sobre conversas que tivera com o governo sírio e o chama de "terrível".
Diplomatas alemães acham que será muito difícil descobrir quem forneceu cópia do relatório para a imprensa. Só para o Ministério do Exterior, a embaixada alemã em Washington enviou o documento a 100 pessoas.
Os governos alemão, americano e líbio desmentiram a pretensa confissão de Kadafi sobre os dois atentados.
O porta-voz do gabinete de Schröder, Uwe-Carsten Heye, voltou a esclarecer hoje que apenas confirmara o encontro do conselheiro Steiner com Kadafi, em 17 de março, que na oportunidade o líder revolucionário teria se distanciado do terrorismo internacional e pedido uma nova chance à comunidade internacional, sem falar sobre detalhes do passado.
Com outras palavras, o embaixador Chrobog pode ter entendido mal o que Steiner contou e gerou grande confusão colocando, em seu relatório, as palavras do conselheiro político alemão na boca de Kadafi.
Vazamento de conversa entre Bush e Schröder será investigado
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Sob pressão interna e internacional, o governo alemão criou hoje, em Berlim, uma comissão especial para investigar o vazamento de um relatório secreto da embaixada da Alemanha nos Estados Unidos sobre uma conversa do chanceler federal Gerhard Schröder com o presidente americano, George W Bush, em Washington, no dia 29 de março.
A indiscrição gerou irritação na diplomacia americana e colocou o governo alemão numa situação delicada.
Para a oposição interna trata-se de um grande escândalo que pode abalar a credibilidade da política externa alemã. A União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU) requereram para o próximo dia 29 uma sessão especial da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento sobre a questão. Diplomatas americanos viram na divulgação do documento uma ameaça às relações teuto-americanas.
O relatório transcreve parte do teor do encontro de cúpula na Casa Branca e a revelação que o conselheiro político de Schröder, Michael Steiner, fez na ocasião: num encontro com o presidente da Líbia, em Trípoli, 12 dias antes, Muammar Kadafi teria admitido a autoria do atentado à bomba na discoteca La Belle, frequentada por soldados americanos, em Berlim em 1986, com 3 mortos e mais de 200 feridos, bem como da derrubada do avião da Pan Am sobre Lockerbie, com 270 mortos.
Para aumentar a confusão, as revistas alemãs "Focus" e "Der Spiegel" divulgaram hoje trechos inteiros do relatório do embaixador Jürgen Chrobog ao Ministério do Exterior em Berlim, não só sobre a Líbia e o terrorismo.
Um deles cita o secretário de Estado, Collin Paul, também presente no encontro de Schröder com Bush, dizendo que o presidente palestino, Iasser Arafat, perdeu o senso da realidade.
Noutro, Schröder faz revelações sobre conversas que tivera com o governo sírio e o chama de "terrível".
Diplomatas alemães acham que será muito difícil descobrir quem forneceu cópia do relatório para a imprensa. Só para o Ministério do Exterior, a embaixada alemã em Washington enviou o documento a 100 pessoas.
Os governos alemão, americano e líbio desmentiram a pretensa confissão de Kadafi sobre os dois atentados.
O porta-voz do gabinete de Schröder, Uwe-Carsten Heye, voltou a esclarecer hoje que apenas confirmara o encontro do conselheiro Steiner com Kadafi, em 17 de março, que na oportunidade o líder revolucionário teria se distanciado do terrorismo internacional e pedido uma nova chance à comunidade internacional, sem falar sobre detalhes do passado.
Com outras palavras, o embaixador Chrobog pode ter entendido mal o que Steiner contou e gerou grande confusão colocando, em seu relatório, as palavras do conselheiro político alemão na boca de Kadafi.
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