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27/05/2001 - 18h36

Igreja Católica da Polônia se desculpa por matança de judeus

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da Folha Online

A Igreja Católica da Polônia deu neste domingo um importante passo para a melhoria das relações com a comunidade judaica, após apresentar desculpas pelos poloneses que participaram de uma matança de cerca de 1.600 judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O massacre de 1941 no povoado de Jedwabne voltou à discussão no ano passado com a publicação do livro 'Neighbours', do estudioso Jan Gross, que afirmou que os poloneses, e não os alemães nazistas, haviam assassinado brutalmente os judeus e se apropriado de seus bens.

'Queremos nos desculpar antes de tudo com Deus, mas também com as vítimas, em nome dos poloneses que cometeram o mal contra os cidadãos da lei de Moisés', afirmou o cardeal Jozef Glemp, autoridade máxima da igreja polonesa, em entrevista à revista semanal católica Niedziela.

A maior igreja de Varsóvia realizou uma missa, perto do antigo gueto judeu, em que se incluiu uma prece do papa João Paulo II, de origem polonesa e um dos maiores impulsores da reconciliação entre judeus e católicos.

Porém, a missa não contou com a presença de católicos e judeus, pois coincidiu com uma festividade judaica.

O rabino de Varsóvia, Michael Schudrich, escreveu em uma carta a Glemp explicando que não compareceria à celebração pois estava atendendo a um compromisso no mesmo horário, em um outro templo.

O livro de Gross provocou um dos maiores debates nacionais depois do colapso do comunismo em 1989.

Comunidades judaicas mostraram-se satisfeitas, pois finalmente os crimes cometidos estavam sendo atribuídos aos verdadeiros culpados.

No entanto, muitos poloneses, acostumados a estar no papel de vítimas e heróis diante dos nazistas, são relutantes em admitir uma ativa participação no Holocausto.

'Neighbours' descreve como os judeus de Jedwabne foram golpeados e apunhalados até a morte por seus vizinhos poloneses, e como a maioria foi levada ao interior de uma cabana e incinerada, embora os detalhes do caso ainda não sejam claros.

Historiadores e jornalistas ainda têm dúvidas se os poloneses de Jedwabne atuaram por iniciativa própria, como garante Gross, ou foram forçados a cooperar pelos alemães.

Há 50 anos, 23 poloneses foram condenados por cumplicidade na matança.

O Instituto de Memória Nacional da Polônia supervisiona atualmente a exumação da cova comum em Jedwabne, para determinar o número exato de vítimas e a causa da morte, e prometeu levar os responsáveis à justiça

Com informações da CNN.
 

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