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07/06/2001 - 05h22

Blair teme alta abstenção na eleição hoje

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LEONARDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Londres

Os trabalhistas devem sair vitoriosos hoje na eleição parlamentar britânica, concedendo ao primeiro-ministro Tony Blair um segundo mandato à frente do Reino Unido. As duas pesquisas eleitorais divulgadas na noite de ontem dão confortável vantagem ao partido do premiê.

Segundo o instituto Mori, os trabalhistas aparecem com 45% das intenções de voto, contra 30% dos conservadores -a vantagem de 15 pontos demonstra recuperação do Partido Conservador, que, no levantamento anterior, aparecia 23 pontos atrás.

O outro levantamento, do instituto Gallup, dá 48% dos votos aos trabalhistas, que aparecem com vantagem de 16 pontos sobre os conservadores. "William Hague [o líder conservador" conseguiu reagir um pouco nesta última semana, mas é quase certo que não tenha forças para mudar o quadro atual", afirmou à Folha Jessica Elgood, coordenadora de pesquisas políticas do instituto Mori.

Pelas projeções do instituto, os trabalhistas devem, no mínimo, conquistar o mesmo número de cadeiras da eleição de 1997 -417 das 659 do Parlamento. "A vantagem dependerá do percentual de eleitores que forem às urnas. Blair pode perder votos devido à sensação de que a eleição está decidida", disse Elgood.

Na eleição de 1997, 31,3 milhões de pessoas foram às urnas para levar os trabalhistas ao poder pela primeira vez em 18 anos. O índice de comparecimento da eleição passada, de 71,5% do eleitorado, foi o mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial. Neste ano, com as pesquisas indicando vitória trabalhista desde o início da corrida eleitoral, acredita-se que um número ainda mais alto de eleitores prefira não ir aos 43 mil postos de votação espalhados pelo Reino Unido.

Uma projeção feita pela rede de TV Sky na noite de ontem, considerando o mesmo número de votantes de 1997, dava aos trabalhistas 430 cadeiras no Parlamento.

Esse temor fez com que o primeiro-ministro Tony Blair encerrasse sua campanha apelando ao patriotismo das britânicos. "Nossos ancestrais viveram, lutaram e, em alguns casos, morreram para garantir o direito ao voto neste país", discursou Blair, em um pub de Castleford, na região central da Inglaterra.

"Não prestem atenção nas pesquisas. Só chegaremos à vitória se cada eleitor trabalhista for às urnas amanhã", pediu o primeiro-ministro.

Blair não foi o único a pedir aos eleitores que esquecessem as pesquisas. O líder conservador William Hague disse não confiar nos levantamentos que colocam seu partido ainda muito atrás dos trabalhistas.

"Estou confiante em nossa vitória. O povo decidirá amanhã [hoje] qual o futuro do nosso país. E as forças do conservadorismo marcharão de novo", afirmou Hague, cuja manutenção na liderança do partido depende diretamente do desempenho dos conservadores nas urnas hoje. Um resultado inferior ao de 1997, quando o partido elegeu apenas 165 parlamentares, deve significar uma mudança no comando do Partido Conservador. Em sua projeção, a TV Sky apontou perda de 17 cadeiras para os conservadores.

O único líder partidário que se mostrou satisfeito com os resultados das pesquisas foi o liberal-democrata Charles Kennedy. O levantamento do instituto Mori dá ao partido 18% das intenções de voto, indicando que a participação da legenda no Parlamento crescerá. "A cada eleição, os liberal-democratas vão ganhando força. Agora, esperamos ultrapassar as 46 cadeiras obtidas em 1997", afirmou Kennedy. Segundo a Sky, o partido elegerá 50 parlamentares.
 

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