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19/06/2001
-
16h40
da France Presse, no Vaticano
O papa João Paulo 2° chegará sábado a Kiev, ex-capital da Rússia e berço do patriarcado de Moscou, primeira etapa da viagem de cinco dias à Ucrânia, que está sendo considerada uma das mais difíceis visitas de seu pontificado.
O papa, "que não foi convidado pelos líderes ortodoxos", como destacou o patriarca de Moscou, Alexis II, será recebido pela primeira vez em quase 1.000 anos de história, depois do cisma do Oriente, por uma das comunidades ortodoxas mais numerosas do mundo.
Mais da metade dos 50 milhões de ucranianos são considerados ortodoxos, embora estejam divididos ao mesmo tempo em três comunidades: a maior, fiel a Moscou; a outra, fiel a Constantinopla; e uma muito pequena, quase simbólica, autônoma.
Os católicos _um décimo da população, mas muito ativos_ tentam recuperar as igrejas e as construções que lhes foram tiradas desde as perseguições stalinistas de 1946. A reivindicação dos bens eclesiásticos provoca sérios conflitos internos entre sacerdotes católicos e ortodoxos.
Os ortodoxos reprovam os chamados "uniatas", isto é, os católicos de rito oriental acusados de traição devido a união à Roma.
Segundo o cardeal Lubomyr Husar, arcebispo greco-católico de Lviv, sacerdotes católicos e ordodoxos se chamam mutuamente de "mentirosos" e "ladrões" dentro das mesmas paróquias. "Visitando-os queremos incentivar soluções pacíficas. Mas é muito difícil, são conflitos absolutamente 'terrestres' que nada têm a ver com a religião", afirmou. "Infelizmente, a Igreja se transformou em campo de batalha", afirmou há algumas semanas o cardeal.
Espera-se declarações significativas por parte do Sumo Pontífice, que acalmem as polêmicas entre Moscou e Roma _declarações tão importantes como o "perdão", pedido pelo papa durante sua recente visita à Grécia, pelos erros cometidos pela Igreja Católica contra os ortodoxos.
Teoricamente João Paulo 2° deverá encontrar na Ucrânia os chefes das três igrejas ortodoxas locais. "Todos foram convidados. Esperamos que aceitem o convite", comentou o cardeal Husar.
O chefe da comunidade fiel a Moscou, Volodymyr, o patriarca Philaret (ligado ao patriarca de Constantinopla) e o arcebispo Methode (chefe da comunidade independente) fazem parte do Conselho pan-ucraniano das Igrejas, entidade que o papa deseja receber domingo, 24 de junho, no palácio da Filarmônica de Kiev.
Segundo o patriarca Alexis 2°, João Paulo 2° não deverá reunir-se com outros dirigentes ortodoxos. O líder religioso deu a entender que eventuais contatos com os representantes das duas comunidades que romperam com Moscou seriam considerados gestos hostis. Em relação à doutrina, as diferenças entre as duas Igrejas são praticamente inexistentes.
Roma e Moscou sempre se acusaram mutuamente de responsabilidade pelo cisma de 1054. Dia 7 de dezembro de 1965, o papa Paulo 6° e o patriarca de Costantinopla Athenagoras, num ato solene, levantaram a excomunhão que seus predecessores haviam imposto depois da ruptura.
O papa, que será recebido no aeroporto pelo presidente Leonid Koutchma, chegará a Kiev sábado às 06h30 (horário de Brasília). Durante sua visita celebrará duas missas e duas cerimônias litúrgicas de rito bizantino no aeroporto de Kiev e no hipódromo de Lviv na presença de milhares de fiéis, segundo os organizadores.
Papa visita ex-capital da Rússia e sede do patriarcado ortodoxo
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O papa João Paulo 2° chegará sábado a Kiev, ex-capital da Rússia e berço do patriarcado de Moscou, primeira etapa da viagem de cinco dias à Ucrânia, que está sendo considerada uma das mais difíceis visitas de seu pontificado.
O papa, "que não foi convidado pelos líderes ortodoxos", como destacou o patriarca de Moscou, Alexis II, será recebido pela primeira vez em quase 1.000 anos de história, depois do cisma do Oriente, por uma das comunidades ortodoxas mais numerosas do mundo.
Mais da metade dos 50 milhões de ucranianos são considerados ortodoxos, embora estejam divididos ao mesmo tempo em três comunidades: a maior, fiel a Moscou; a outra, fiel a Constantinopla; e uma muito pequena, quase simbólica, autônoma.
Os católicos _um décimo da população, mas muito ativos_ tentam recuperar as igrejas e as construções que lhes foram tiradas desde as perseguições stalinistas de 1946. A reivindicação dos bens eclesiásticos provoca sérios conflitos internos entre sacerdotes católicos e ortodoxos.
Os ortodoxos reprovam os chamados "uniatas", isto é, os católicos de rito oriental acusados de traição devido a união à Roma.
Segundo o cardeal Lubomyr Husar, arcebispo greco-católico de Lviv, sacerdotes católicos e ordodoxos se chamam mutuamente de "mentirosos" e "ladrões" dentro das mesmas paróquias. "Visitando-os queremos incentivar soluções pacíficas. Mas é muito difícil, são conflitos absolutamente 'terrestres' que nada têm a ver com a religião", afirmou. "Infelizmente, a Igreja se transformou em campo de batalha", afirmou há algumas semanas o cardeal.
Espera-se declarações significativas por parte do Sumo Pontífice, que acalmem as polêmicas entre Moscou e Roma _declarações tão importantes como o "perdão", pedido pelo papa durante sua recente visita à Grécia, pelos erros cometidos pela Igreja Católica contra os ortodoxos.
Teoricamente João Paulo 2° deverá encontrar na Ucrânia os chefes das três igrejas ortodoxas locais. "Todos foram convidados. Esperamos que aceitem o convite", comentou o cardeal Husar.
O chefe da comunidade fiel a Moscou, Volodymyr, o patriarca Philaret (ligado ao patriarca de Constantinopla) e o arcebispo Methode (chefe da comunidade independente) fazem parte do Conselho pan-ucraniano das Igrejas, entidade que o papa deseja receber domingo, 24 de junho, no palácio da Filarmônica de Kiev.
Segundo o patriarca Alexis 2°, João Paulo 2° não deverá reunir-se com outros dirigentes ortodoxos. O líder religioso deu a entender que eventuais contatos com os representantes das duas comunidades que romperam com Moscou seriam considerados gestos hostis. Em relação à doutrina, as diferenças entre as duas Igrejas são praticamente inexistentes.
Roma e Moscou sempre se acusaram mutuamente de responsabilidade pelo cisma de 1054. Dia 7 de dezembro de 1965, o papa Paulo 6° e o patriarca de Costantinopla Athenagoras, num ato solene, levantaram a excomunhão que seus predecessores haviam imposto depois da ruptura.
O papa, que será recebido no aeroporto pelo presidente Leonid Koutchma, chegará a Kiev sábado às 06h30 (horário de Brasília). Durante sua visita celebrará duas missas e duas cerimônias litúrgicas de rito bizantino no aeroporto de Kiev e no hipódromo de Lviv na presença de milhares de fiéis, segundo os organizadores.
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