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20/06/2001 - 11h42

Belgrado quer entregar Milosevic direto a tribunal internacional

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da France Presse, em Belgrado (Iugoslávia)

As autoridades reformistas iugoslavas tentam entregar o ex-presidente Slobodan Milosevic ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Com esse objetivo, poderão evitar o Parlamento federal, hostil ao projeto.

O parlamento iugoslavo vai se reunir amanhã, quando se pronunciará sobre o projeto de lei de cooperação com o TPI, elaborado pelos partidários do presidente Vojislav Kostunica.

O jornal "Glas Javnosti" disse hoje que a sessão parlamentar poderá ser adiada, já que os deputados da coalizão de Kostunica (DOS) não têm chance de conseguir a aprovação do projeto. A DOS dispõe apenas de maioria relativa no parlamento iugoslavo e enfrenta a recusa do Partido Socialista Popular (SNP) de Montenegro em votar a lei.

Desde a sua criação, em 1992, a República Federal da Iugoslávia é formada pelas repúblicas de Sérvia e Montenegro e cada uma dessas três entidades conta com um presidente, governo e Parlamento. A legislação referente às relações de Belgrado com a comunidade internacional, que inclui a cooperação com o TPI, corresponde ao Parlamento Federal.

Devido à situação de bloqueio, os responsáveis da DOS pensam em não submeter aos deputados federais seu projeto de lei, que abre caminho para a extradição de Milosevic para Haia, sede do TPI. O tribunal acusa o ex-presidente de crimes de guerra cometidos em Kosovo e a comunidade internacional condiciona boa parte da sua ajuda financeira à Iugoslávia à entrega de Milosevic a Haia.

O vice-premiê iugoslavo, Miroljub Labus, indicou ontem que o projeto de lei poderá ser retirado da agenda de amanhã e examinado posteriormente pelo parlamento da Sérvia, onde a DOS conta com a maioria absoluta.

Os acontecimentos desta semana coincidem com revelações sobre os crimes do regime de Milosevic durante o conflito em Kosovo (1998-1999). O Ministério sérvio do Interior anunciou a descoberta, na Sérvia, de uma "terceira vala comum", com supostos corpos de albaneses, informa hoje a imprensa iugoslava.

Segundo o jornal "Glas Javnosti", entre 2.000 e 5.000 corpos foram transportados de Kosovo para a Sérvia por ordem de Slobodan Milosevic, com o objetivo de evitar a investigação do TPI. De acordo com Dragan Vitomirovic, diretor da "Revista Criminal de Timok", "muitos corpos foram incinerados nas fábricas da Sérvia. Mas a maioria foi enterrada perto de um antigo centro policial, em Batajnica", a 15 quilômetros do centro de Belgrado.

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