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26/06/2001 - 11h40

Governo macedônio terá de explicar sua política em relação à guerrilha

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da France Presse, em Skopje (Macedônia)

A calma voltou hoje a Skopje (capital da Macedônia) depois da manifestação, na noite de ontem em frente ao Parlamento macedônio, de milhares de pessoas que pediram ao governo explicações sobre sua política, considerada permissiva, em relação à guerrilha albanesa.

Uma parte dos manifestantes conseguiu entrar no edifício da presidência do país, onde o chefe de Estado, Boris Trajkovski, estava. Mas, Trajkovski conseguiu sair por uma porta dos fundos.

Apesar da tensão, a manifestação não provocou distúrbios, com exceção de algumas vitrines quebradas e alguns veículos danificados.

Nenhum dispositivo policial foi visto na manhã de hoje nos arredores do Parlamento, enquanto o governo mantinha silêncio.

Trajkovski, cuja "demissão" foi pedida pelos manifestantes, deve fazer um pronunciamento à nação hoje. O primeiro-ministro, Ljbuco Georgievski, também deve se pronunciar em uma cadeia de televisão.

Só o ministro do Interior, Ljube Bosjovski, falou com os manifestantes ontem. Ele disse que "a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) obrigou o governo a permitir que os terroristas saíssem de Aracinovo".

Algumas horas antes, 600 guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (UCK) dos albaneses da Macedônia, que ocupavam desde 8 de junho esta localidade próxima de Skopje, saíram de Aracinovo em um ônibus, conforme o acordo negociado com a comunidade internacional e em particular com a Otan.

O acordo permitiu que os guerrilheiros viajassem alguns quilômetros, se situando em povoados do norte da Macedônia que estão sob controle do UCK, e que eles levassem todo seu arsenal militar.

A operação terminou de noite e "nenhum rebelde" estava em Aracinovo na manhã de hoje, segundo uma fonte diplomática. Mas, depois de ter deixado os rebeldes em Nikustak, povoado na entrada da região controlada pelo UCK, o comboio de veículos militares norte-americanos foi bloqueado por um grupo de macedônios que atirou pedras e obrigou o comboio a procurar outro caminho.

Esta retirada sem desarmamento provocou a ira da opinião pública macedônia, apesar das garantias dadas pelos diplomatas estrangeiros de uma "plena cooperação dos dirigentes macedônios" durante a negociação após o anúncio, no domingo (24), de um cessar-fogo sob mediação européia.

Há algumas semanas o descontentamento e a incompreensão aumentam entre a população macedônia, à medida que os rebeldes albaneses consolidam suas posições em alguns pontos do território e prosseguem seus ataques na região de Tetovo.

Uma nova emboscada ontem deixou um morto e quatro feridos nas fileiras macedônias. Os combatentes se reagruparam hoje pela manhã em Tetovo. A ira dos macedônios também se dirige contra a comunidade internacional, que tenta aproximar macedônios eslavos e albaneses por meio da negociação.

Ontem à tarde, quando os manifestantes começavam a se reunir em frente ao Parlamento, Trajkovski ainda tentava reunir os partidos políticos das duas comunidades. Porém, as autoridades, incapazes de superar suas divergências, pareciam estar paralisadas hoje, o que reascendeu os temores de observadores macedônios e estrangeiros de que se instale na Macedônia um autêntico "vazio de poder".

 

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