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27/06/2001
-
15h44
da France Presse, em Kiev
A visita do papa João Paulo 2° à Ucrânia levou apoio, tanto político como moral, ao presidente ucraniano, Leonid Kuchma, visto com maus olhos pelo Ocidente e debilitado pelo escândalo vinculado ao assassinato de um jornalista.
"Para Kuchma as repercussões (da visita papal) serão muito positivas", disse Volodymir Malinkovitch, presidente do Instituto de Pesquisa Política de Kiev.
Ao receber sábado com todos as honras o chefe da Igreja Católica em Kiev, Kuchma insistiu na grandeza moral de João Paulo 2°. "A Ucrânia recebe um lutador indomável pelos direitos e a dignidade humana. Saudamos um líder que não pede acerto de contas do passado mas sim uma visão para o futuro", disse o chefe de estado ucraniano, julgado pela oposição no caso do assassinato de um jornalista e acusado pelo Ocidente de amordaçar os meios de comunicação.
O diretor de um jornal de oposição na internet, Gueorgui Gongadzé, desapareceu em 16 de setembro de 2000 em Kiev. Um corpo decapitado foi encontrado em novembro último, e identificado como o do um jornalista desaparecido.
O caso gerou crise política na Ucrânia e prejudicou muito a imagem no exterior desta ex-república soviética de 50 milhões de habitantes.
"Ao receber personalidades tão importantes como o chefe do Vaticano, o povo ucraniano mostra tolerância e disposição para o diálogo", disse Kuchma em entrevista para um jornal alemão.
O papa evitou criticar o presidente ucraniano e, ao menos publicamente, não fez qualquer referência direta ao caso Gongadzé.
"Uma política de sábia tolerância atrairá seguramente consideração e simpatia para o povo ucraniano", se limitou a dizer domingo João Paulo 2°.
O chefe de estado também reafirmou suas aspirações européias e sua independência em relação a Moscou, convidando João Paulo 2° a visitar a Ucrânia, apesar das reservas do Kremlin e da enérgica oposição da igreja Ortodoxa russa, majoritária na Ucrânia.
Esta iniciativa política acontece no momento em que a Ucrânia quer obter novos créditos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e desenvolver sua cooperação econômica com a UE (União Européia). O próprio João Paulo 2° evocou esse aspecto, ao insistir na "clara vocação européia" da Ucrânia, "acentuada pelas raízes cristãs de sua cultura".
Para que a visita papal fosse um sucesso, as autoridades ucrânianas adotaram todas as precauções necessárias. "O papa foi recebido como o secretário-geral do Partido Comunista", dizia ironicamente em sua edição de terça-feira o jornal 'Vechernie Viesty', criticando o excessivo dispositivo policial mobilizado pelas autoridades.
"Aquele que combateu por toda a vida o totalitarismo foi recebido na melhor tradição comunista", disse o jornal. Trinta mil policiais foram mobilizados para a visita do papa, segundo o ministério ucraniano do Interior.
Visita do papa levou apoio político e moral ao presidente ucraniano
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A visita do papa João Paulo 2° à Ucrânia levou apoio, tanto político como moral, ao presidente ucraniano, Leonid Kuchma, visto com maus olhos pelo Ocidente e debilitado pelo escândalo vinculado ao assassinato de um jornalista.
"Para Kuchma as repercussões (da visita papal) serão muito positivas", disse Volodymir Malinkovitch, presidente do Instituto de Pesquisa Política de Kiev.
Ao receber sábado com todos as honras o chefe da Igreja Católica em Kiev, Kuchma insistiu na grandeza moral de João Paulo 2°. "A Ucrânia recebe um lutador indomável pelos direitos e a dignidade humana. Saudamos um líder que não pede acerto de contas do passado mas sim uma visão para o futuro", disse o chefe de estado ucraniano, julgado pela oposição no caso do assassinato de um jornalista e acusado pelo Ocidente de amordaçar os meios de comunicação.
O diretor de um jornal de oposição na internet, Gueorgui Gongadzé, desapareceu em 16 de setembro de 2000 em Kiev. Um corpo decapitado foi encontrado em novembro último, e identificado como o do um jornalista desaparecido.
O caso gerou crise política na Ucrânia e prejudicou muito a imagem no exterior desta ex-república soviética de 50 milhões de habitantes.
"Ao receber personalidades tão importantes como o chefe do Vaticano, o povo ucraniano mostra tolerância e disposição para o diálogo", disse Kuchma em entrevista para um jornal alemão.
O papa evitou criticar o presidente ucraniano e, ao menos publicamente, não fez qualquer referência direta ao caso Gongadzé.
"Uma política de sábia tolerância atrairá seguramente consideração e simpatia para o povo ucraniano", se limitou a dizer domingo João Paulo 2°.
O chefe de estado também reafirmou suas aspirações européias e sua independência em relação a Moscou, convidando João Paulo 2° a visitar a Ucrânia, apesar das reservas do Kremlin e da enérgica oposição da igreja Ortodoxa russa, majoritária na Ucrânia.
Esta iniciativa política acontece no momento em que a Ucrânia quer obter novos créditos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e desenvolver sua cooperação econômica com a UE (União Européia). O próprio João Paulo 2° evocou esse aspecto, ao insistir na "clara vocação européia" da Ucrânia, "acentuada pelas raízes cristãs de sua cultura".
Para que a visita papal fosse um sucesso, as autoridades ucrânianas adotaram todas as precauções necessárias. "O papa foi recebido como o secretário-geral do Partido Comunista", dizia ironicamente em sua edição de terça-feira o jornal 'Vechernie Viesty', criticando o excessivo dispositivo policial mobilizado pelas autoridades.
"Aquele que combateu por toda a vida o totalitarismo foi recebido na melhor tradição comunista", disse o jornal. Trinta mil policiais foram mobilizados para a visita do papa, segundo o ministério ucraniano do Interior.
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