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01/07/2001 - 10h33

Haia amplia acusações contra Milosevic

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MARLISE SIMONS
do "The New York Times", em Haia

O tribunal da ONU para crimes de guerra ampliou, anteontem à noite, as acusações contra o ex-ditador iugoslavo Slobodan Milosevic, acusando-o de ser responsável por novas atrocidades e aumentando o número de vítimas da Guerra de Kosovo (1999).

Ao anunciar a decisão, Carla Del Ponte, principal promotora do tribunal de Haia, disse que Milosevic tinha recebido a nova versão das acusações que pesam sobre ele horas antes em sua cela.

Ele permanece sob custódia do tribunal da ONU na Holanda. Ele está preso no país desde a última quinta-feira, quando foi extraditado por autoridades reformistas sérvias.

A entrega de Milosevic, o primeiro chefe de Estado a ser entregue a um tribunal da ONU, "marcou um dia muito importante para a Justiça internacional", afirmou Del Ponte.

Ela insistiu em que outros 38 supostos criminosos de guerra ainda devem ser presos. Entre eles, estão quatro ex-assessores de Milosevic e os líderes sérvios da Bósnia Radovan Karadzic e Ratko Mladic.

"Radovan Karadzic e Ratko Mladic foram indiciados pela primeira vez há seis anos", afirmou Del Ponte. Segundo ela, o fato de que ainda não tenham sido detidos é "escandaloso".

Del Ponte também confirmou que uma nova acusação contra o ex-ditador iugoslavo, que foi indiciado pela primeira vez em maio de 1999, envolvendo crimes cometidos na Bósnia e na Croácia na primeira metade da década de 1990, está sendo preparada.

Essa acusação ainda não foi feita porque a investigação dos supostos crimes tem sido mais complicada, segundo um funcionário do tribunal de Haia. Isso porque ela pode incluir genocídio, o crime mais grave investigado pelo tribunal. Essa acusação pode entrar na lista em outubro graças à cooperação de Belgrado, de acordo com o mesmo funcionário.

Em Belgrado, o presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica, criticou ontem membros da aliança reformista da qual faz parte porque eles haviam dito que ele tinha aprovado a entrega de Milosevic.

Kostunica criticou a decisão, tomada pelas autoridades reformistas da Sérvia, na última quinta-feira. O primeiro-ministro sérvio, Zoran Djindjic, defendeu a medida e disse que ela era "o melhor para o país". Graças a ela, a Iugoslávia recebeu a promessa de doadores internacionais de fundos de que receberá US$ 1,28 bilhão em ajuda financeira.
 

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