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02/07/2001 - 17h18

Israel se prepara para enfrentar dois conflitos

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da France Presse, em Jerusalém

O reinício das hostilidades na fronteira entre Israel e Líbano e as ameaças do Hizbollah (guerrilha islâmica), unidos às perspectivas de uma ruptura do cessar-fogo israelo-palestino, aumentaram hoje o risco de abertura de uma dupla frente de conflito.

Apesar do cessar-fogo, a tensão aumentou hoje entre israelenses e palestinos, com a morte de três militantes palestinos por parte do Exército israelense, um duplo atentado com carro-bomba em Tel Aviv que não deixou vítimas e a morte de um civil israelense no norte da Cisjordânia.

Por sua vez, a fronteira israelo-palestina permaneceu em calma hoje, no dia seguinte a disparos de mísseis e morteiros por parte do movimento xiíta libanês Hizbollah contra posições do Exército israelense, depois de um ataque da aviação israelense contra um posto de radar sírio no Líbano.

Este ataque israelense era por si só uma resposta a um bombardeio do Hizbollah sexta-feira no setor em disputa de Chebba, no qual um soldado israelense ficou gravemente ferido.

"A bola está nas mãos do Hizbollah", afirmou Pazner, porta-voz do governo israelense de Ariel Sharon. "Depois de ter aceitado a resolução 425 das Nações Unidas, que pedia uma retirada israelense completa do Líbano, Israel não deixará esses ataques acontecerem sem reação", disse em referência a retirada israelense de maio de 2000 por parte de Israel, que pôs fim a 22 anos de ocupação.

Apesar de a ONU apoiar a posição israelense, o Hizbollah acha que essa retirada não será completa até que Israel tenha evacuado a região das granjas de Chebaa.

Depois da política de moderação de seu antecessor trabalhista Ehud Barak, Sharon modificou a política israelense decidindo que a Síria pagaria, de agora em diante, por todos os ataques Hizbollah, "porque nada acontece no Líbano, e especialmente no sul do Líbano, sem o aval da Síria", disse Pazner.

Israel inaugurou esta política em 16 de abril passado, quando seus aviões de combate destruíram um posto de radar da Síria no Líbano, matando um soldado sírio. Até sexta-feira passada, esta tática tinha sido considerada em Israel um sucesso, na medida em que o Hizbollah não tinha se manifestado.

A imprensa israelense disse hoje que haveria represálias do Hizbollah e da Síria ao ataque israelense de ontem, especulando sobre a forma dessa resposta. Ninguém em Israel esperava uma resposta de natureza militar por parte da Síria, levando em conta sua enorme inferioridade nesse aspecto em relação a Israel. E é nesse ponto que a frente palestina e a frente libanesa concordam.

"O mais provável é que a réplica síria aconteça contra o "ponto fraco" de israel, ou seja, ataques terroristas (contra Israel) nos territórios palestinos ou em Israel mesmo, ou contra objetivos israelenses no exterior", disse o "Yediot Aharonot", o jornal mais importante do país.

Desde o começo da Intifada, as autoridades israelenses comprovaram uma crescente presença do Hizbollah nos territórios palestinos, onde a organização xiíta libanesa desfruta de um grande prestígio depois da retirada do Tsahal (o Exército israelense) do sul do Líbano.

Em referência a essa retirada, Pazner teme que "esta atitude complacente (de Israel) tenha sido tomada por palestinos, o Hizbollah ou a Síria como um sinal de fraqueza".

Pazer ainda acha "possível" que "a resposta do Hizbollah não aconteça no norte do país, mas sim nos territórios palestinos", e adverte que "se for preciso, responderemos nas duas frentes".

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