02/07/2001 - 17h37

Milosevic não quer advogados em sua 1° audiência em Haia

da France Presse, em Haia

O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic comunicou hoje ao TPI (Tribunal Penal Internacional) de Haia que não quer advogados na audência inicial de amanhã, informou o porta-voz do TPI, Christian Chartier.

"Milosevic nos comunicou que não quer ser representado nem por um nem por vários advogados", afirmou Chartier.

"Ele mesmo se defenderá" nesta primeira audiência ante o TPI, com início previsto para as 10h locais (05h de Brasília), declarou o porta-voz, acrescentando que esta situação é "reversível" e que Milosevic pode perfeitamente mudar de opinião.

Nesta primeira vista, Milosevic terá que responder se é culpado ou não das acusações que lhes faz o TPI, isto é, de crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Tem um prazo de até 30 dias para fazê-lo, depois da leitura das acusações.

Zdenko Tomanovic, um dos dois advogados vindos de Belgrado para reunir-se com o ex-chefe de Estado, deixou hoje, pouco antes das 20h locais (15h de Brasília) a prisão de Haia depois de encontrar-se com Milosevic.

"Conversamos durante 2h10", declarou Tomanovic aos jornalistas que esperavam à saída da penitenciária, acrescentando que Milosevic "está muito bem".

Tomanovic deve conceder ainda hoje uma entrevista à imprensa no hotel em que está hospedado, situado perto da sede do TPI.

O ex-presidente iugoslavo reiterou que considera o TPI um instrumento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e, portanto, uma instância política.

Profissionais ligadas à sua defesa ante a justiça sérvia, depois de sua detenção dia primeiro de abril por malversação de fundos e abuso do poder, anunciaram a possibilidade, nos últimos dias, de Milosevic não reconhecer a legitimidade do TPI.

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