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05/07/2001 - 09h37

Sharon vai pedir aos europeus que pressionem Arafat

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da France Presse, em Berlim

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, que faz hoje uma visita relâmpago à Alemanha e depois à França, reafirmou que vai pedir aos dirigentes europeus que "façam pressão sobre Iasser Arafat para que coloque fim à violência e ao terrorismo".

Sharon justificou mais uma vez a política de extermínio aplicada pelo Exército israelense contra palestinos acusados de realizar "atividades terroristas", durante a viagem de avião a Berlim, onde vai se encontrar com o primeiro-ministro alemão, Gerhard Schröder.

"O mais importante que vou expor a meus interlocutores se refere à necessidade de fazer pressão sobre Iasser Arafat para que coloque fim à violência e ao terrorismo para que possamos avançar no processo político", afirmou Sharon.

Sharon rejeitou usar a palavra extermínio, que, segundo ele "somente é utilizada pela imprensa", em relação aos ataques. "O governo fala de direito à auto-defesa, o que quer dizer que quando um terrorista está prestes a cometer um atentado, tratamos de interceptá-lo", afirmou.

Essa política, denunciada pelos palestinos e criticada principalmente pelos EUA, custou a vida de cerca de 30 palestinos desde novembro do ano passado. Ontem o gabinete de segurança deu sua aprovação para intensificar as operações antiterroristas, o que pode aumentar a tensão na região.

Semana de calma
Sharon afirmou que a contagem regressiva para a semana de calma total deveria constituir a primeira etapa de um processo organizado pelos EUA para a retomada das negociações. "Os incidentes na região falam sozinhos, não houve um só dia de calma, de cessar-fogo", afirmou.

Para os palestinos, a semana que transcorreu até ontem é a que deveria ser contabilizada.

Apesar do cessar-fogo iniciado no dia 13 de junho sob auspícios dos EUA, a violência continuou, deixando mais de 20 mortos israelense e palestinos.

Sharon afirmou também que vai convocar seus interlocutores alemães a ajudarem a saber o destino de três soldados e de um civil israelense sequestrados no Líbano pela guerrilha radical do Hizbollah. "Vou me ocupar desta caso, mas prefiro não falar em público."

O chefe de governo israelense também afirmou que deseja conversar sobre o apoio da Síria ao Hizbollah e o reforço da presença iraniana no país. Ele se referia ao importante aumento da tensão depois de um ataque aéreo israelense no domingo, contra uma base de radar síria no Líbano, em resposta a disparos de bombas pelo Hizbollah, apoiados pela Síria e Irã, contra uma posição do Exército israelense em um setor da fronteira.

O primeiro-ministro israelense confirmou ainda que vai se reunir em Berlim com o ministro das Relações Exteriores belga, Louis Michel. "Aceitei o pedido de reunião do ministro belga", disse ele. A Bélgica preside desde 1º de julho a presidência da União Européia. Sharon desistiu de viajar a Bruxelas devido a problemas de tempo.

Segundo os meios de comunicação de Israel, Sharon manifestou seu descontentamento pela tentativa de magistrados belgas de julgá-lo pela matança de milícias cristãs libanesas em campos de refugiados palestinos em Sabra e Chatila, próximos de Beirute, em 1982. Na época, a capital libanesa estava cercada pelo Exército israelense e Sharon era ministro da Defesa.

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