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09/07/2001 - 12h07

Macedônia discute reforma constitucional para resolver a crise

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da France Presse, em Skopje (Macedônia)

Líderes albaneses e macedônios se reuniram hoje para discutir um projeto de reforma constitucional cujo objetivo é resolver por meios políticos a crise em que o país se encontra mergulhado.

Entretanto, os partidos albaneses se apressaram em classificar como "insuficientes" as propostas que servem de base para o diálogo, contempladas no texto entregue no sábado (7) a partidos políticos pelos emissários europeu, François Leotard, e americano, James Pardew.

Os chefes dos quatro principais partidos - dois macedônios e dois albaneses - se reuniram hoje com o presidente do país, Boris Trajkovski, e com os emissários para entregar-lhes suas primeiras reflexões, no momento em que a guerrilha reforça a pressão no terreno.

A discussão, que durou duas horas, terminou às 11h30 (8h30 de Brasília) e dará lugar, desde as primeiras horas da tarde a outras reuniões entre especialistas jurídicos e líderes dos partidos políticos.

As sugestões do advogado francês Robert Badinter que serviram de base para redigir o documento, cujo conteúdo não foi revelado, já tinham suscitado reações dos albaneses, que as consideraram insuficientes em relação a suas reivindicações.

Uma autoridade do Partido Democrático dos Albaneses (DPA) ressaltou que o documento teria provavelmente que ser revisado, já que suas propostas não são, sem dúvida, suficientes para resolver a crise.

Segundo jornal "Dnevnik", o texto prevê o uso do albanês e de línguas minoritárias a nível local e em instituições do Estado como parlamento, mas não contempla o albanês como segunda língua oficial, como exigem os albaneses.

Outro ponto de desavença: os albaneses reclamam o direito de veto no Parlamento nas votações de leis de caráter cultural ou sobre identidade nacional.

Em compensação, o documento dos especialistas internacionais sugere que o projeto de lei obtenha mais da metade dos votos dos deputados das minorias envolvidas.

As autoridades de Skopje, por sua vez, rejeitaram categoricamente, o princípio de consenso preconizado pelos albaneses porque, em sua opinião, isto bloquearia o funcionamento das instituições.

O texto insiste também na necessidade de descentralizar os poderes, um ponto que os albaneses acolhem favoravelmente ainda que duvidem de sua eficácia. Os ocidentais esperam conseguir um consenso político para reduzir o apoio da comunidade albanesa a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (UCK).

Entretanto, os rebeldes, que se tornaram interlocutores reconhecidos pela comunidade internacional ao negociar com a Otan um cessar-fogo que está em vigor desde sexta-feira, continuam pressionando no território, sobretudo nas proximidades de Tetovo. Como confirmação disto, disparos de arma automática foram escutados esporadicamente à noite no povoado de Lesok, próximo de Tetovo.

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