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29/07/2001 - 03h06

Toledo assume Presidência e já é alvo de críticas

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WILSON SILVEIRA
da Folha de S. Paulo, em Lima

O novo presidente do Peru, Alejandro Toledo, tomou posse ontem, no 180º aniversário da independência peruana, pondo fim a dez anos do ciclo autoritário do ex-presidente Alberto Fujimori, acusado de corrupção e violação dos direitos humanos, que se encontra refugiado no Japão.

Em discurso emocionado, em tom de campanha eleitoral, Toledo afirmou que não se entregará ao revanchismo. "O futuro é maior do que o presente. Por isso, abro os braços para todos os peruanos", disse.

Na platéia, congressistas ligados ao antigo governo levantavam cartazes dizendo "Não à perseguição política" e "Não minta" ("ama llulla", um dos três mandamentos incas).

Interrompido diversas vezes por aplausos, Toledo anunciou que um civil comandará as Forças Armadas e o Serviço de Inteligência Nacional, que no governo Fujimori foi dirigido por Vladimiro Montesinos, pivô do escândalo que levou a destituição do ex-presidente por incapacidade moral.

A solenidade de posse foi iniciada às 11h (13h em Brasília), com um discurso do presidente interino, Valentín Paniagua. Depois de fazer juramento, Toledo recebeu a faixa presidencial e fez discurso à nação diante dos 120 congressistas e autoridades estrangeiras.

Encerrado o discurso no Congresso, o presidente foi saudado por um longo buzinaço nas ruas de Lima. Depois da cerimônia, ofereceu almoço aos 12 chefes de Estado e governo que vieram prestigiar a posse, entre eles o presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente da Argentina, Fernando de la Rúa.

"Serei um presidente implacável na hora de lutar contra a corrupção, que envenena a alma do nosso país", disse.

Ao afirmar que a luta contra a pobreza e a miséria será o propósito central do seu governo, em seus cinco anos de mandato, prometeu criar 400 mil postos de trabalho de natureza emergencial no primeiro ano do seu governo. Para isso, afirmou ter obtido empréstimo de US$ 50 milhões da Corporação Andina de Fomento.

Disse que atuaria com firmeza e rapidez na luta contra a recessão, afirmando que mais de 50% da capacidade do setor produtivo peruano está ociosa.

Toledo citou alguns indicadores sociais (54% dos 23 milhões de peruanos vivem na pobreza, uma em cada quatro crianças é desnutrida, a mortalidade infantil é cinco vezes maior que nos países vizinhos) e reafirmou que pretende implantar "uma economia de mercado com rosto humano".

Em uma de suas muitas frases de efeito, anunciou "um novo amanhecer democrático irreversível", além de levantar "o manto da corrupção".

A celebração da posse, que prosseguiria durante todo o dia de ontem, culmina hoje com cerimônia de cunho religioso em Machu Picchu, local de celebrações dos antigos incas e principal ponto turístico do Peru. Depois, discursa em Cuzco, que foi capital do império Inca.
 

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