26/06/2000 - 12h51

Cardeal alemão diz que terceiro segredo de Fátima não é um filme sobre o futuro

da France Presse
no Vaticano (Itália)

O cardeal alemão Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, afirmou que não se deve considerar o terceiro segredo de Fátima como "um filme que antecipa o futuro", por ocasião de sua divulgação completa nesta segunda-feira (26) no Vaticano.

"O futuro não pode ser determinado de maneira imutável e a imagem que os meninos viram não pode ser considerada como um filme que antecipa o futuro, do qual nada se pode mudar", afirmou o cardeal no texto oficial que acompanha a revelação do terceiro segredo, anunciado em parte no dia 13 de maio passado.

A oração "é mais forte que os projéteis", assinalou Ratzinger ao lembrar que as interpretações da profecia, reveladas pela Virgem aos três meninos pastores na gruta de Iria em Portugal, no dia 13 de maio de 1917, antecipam o atentado sofrido pelo Papa João Paulo 2º no dia 13 de maio de 1981.

No texto, escrito em 1944 e revelado na íntegra esta segunda-feira, a única sobrevivente dos três pastores, Lúcia dos Santos, descreve as imagens de suas "visões", nas quais um bispo vestido de branco "é assassinado por um grupo de soldados com vários disparos de armas de fogo e flechas".

Em 1994, o Papa João Paulo 2º leu o texto e afirmou que uma "mão materna" havia "desviado a trajetória da bala" disparada pelo turco Ali Agca e que o "Papa agonizante' foi salvo 'às portas da morte".

Isso demonstra, afirmou o cardeal Ratzinger, "que não existe um destino imutável, que a fé e a oração são poderes que podem influenciar na história e que, em definitivo, a oração é mais forte que os projéteis, a fé é mais poderosa que as divisões".

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