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01/08/2001
-
19h57
da agência Lusa
A União Européia (UE) quer que o texto da conferência da ONU sobre racismo, a ser realizada no final do mês em Durban, África do Sul, não contenha referências aos "erros" da escravidão e do colonialismo.
Essa pressão provocou protestos entre as dezenas de ativistas negros de todo o mundo, que estão em Genebra acompanhando os últimos preparativos da conferência, e paralisou as negociações para a obtenção do texto que será submetido na cúpula de Durban.
Os Estados Unidos ameaçam se retirar das negociações se houver qualquer referência à reparação de descendentes de escravos ou disputas no Oriente Médio no texto da conferência.
Os árabes querem que a ONU e a comunidade internacional abandonem a palavra "holocausto" como referência histórica ao assassinato de 6 milhões de judeus pelos nazistas, e adotem "holocaustos", para incluir também os assassinatos de palestinos nos territórios ocupados por Israel, inaceitável para a maioria dos países, inclusive para o Brasil.
Os árabes também exigem que sionismo seja declarado racismo. Com isso, reivindicam uma volta ao passado, quando a Assembléia-Geral da ONU votou em 1975 uma resolução nesse sentido, abandonada em 1991, como parte do compromisso internacional que pôs fim à bipolaridade.
Finalmente, reivindicam que toda vez que for mencionado "anti-semitismo", seja mencionado também "islamofobia", numa referência ao preconceito contra os árabes.
A delegação brasileira ficou surpresa com a decisão dos países europeus, estranhando que numa conferência sobre racismo não seja feita referência a dois legados históricos que estão na origem do racismo _a escravidão e o colonialismo.
A União Européia receia que as referências ao passado abram a possibilidade para que pessoas ou países _sobretudo os da África_ reivindiquem o direito à indenização pelos estragos.
Mas os países africanos, sobretudo a Nigéria, argumentam que o legado foi pesado demais para todo o continente, e foi responsável, em grande parte, pelas condições inferiores dos africanos de hoje.
Eles querem, como compensação, que as ex-potências coloniais perdoem a dívida externa e criem um fundo para ajudar o desenvolvimento da África.
Representantes de mais de 100 países estão reunidos em Genebra, até a próxima semana, num último esforço para salvar a conferência.
UE quer excluir escravidão e colonialismo de conferência
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A União Européia (UE) quer que o texto da conferência da ONU sobre racismo, a ser realizada no final do mês em Durban, África do Sul, não contenha referências aos "erros" da escravidão e do colonialismo.
Essa pressão provocou protestos entre as dezenas de ativistas negros de todo o mundo, que estão em Genebra acompanhando os últimos preparativos da conferência, e paralisou as negociações para a obtenção do texto que será submetido na cúpula de Durban.
Os Estados Unidos ameaçam se retirar das negociações se houver qualquer referência à reparação de descendentes de escravos ou disputas no Oriente Médio no texto da conferência.
Os árabes querem que a ONU e a comunidade internacional abandonem a palavra "holocausto" como referência histórica ao assassinato de 6 milhões de judeus pelos nazistas, e adotem "holocaustos", para incluir também os assassinatos de palestinos nos territórios ocupados por Israel, inaceitável para a maioria dos países, inclusive para o Brasil.
Os árabes também exigem que sionismo seja declarado racismo. Com isso, reivindicam uma volta ao passado, quando a Assembléia-Geral da ONU votou em 1975 uma resolução nesse sentido, abandonada em 1991, como parte do compromisso internacional que pôs fim à bipolaridade.
Finalmente, reivindicam que toda vez que for mencionado "anti-semitismo", seja mencionado também "islamofobia", numa referência ao preconceito contra os árabes.
A delegação brasileira ficou surpresa com a decisão dos países europeus, estranhando que numa conferência sobre racismo não seja feita referência a dois legados históricos que estão na origem do racismo _a escravidão e o colonialismo.
A União Européia receia que as referências ao passado abram a possibilidade para que pessoas ou países _sobretudo os da África_ reivindiquem o direito à indenização pelos estragos.
Mas os países africanos, sobretudo a Nigéria, argumentam que o legado foi pesado demais para todo o continente, e foi responsável, em grande parte, pelas condições inferiores dos africanos de hoje.
Eles querem, como compensação, que as ex-potências coloniais perdoem a dívida externa e criem um fundo para ajudar o desenvolvimento da África.
Representantes de mais de 100 países estão reunidos em Genebra, até a próxima semana, num último esforço para salvar a conferência.
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