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06/08/2001
-
14h37
da France Presse, em Roma
A possível transferência para um país africano da reunião sobre a fome no mundo, programada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) para acontecer em novembro em Roma, divide a classe política italiana e incomoda os dirigentes da agência das Nações Unidas, que dizem estar buscando uma solução "satisfatória".
"Estamos dialogando com as autoridades italianas para encontrar uma solução amistosa e satisfatória para ambas as partes", afirmou o porta-voz da FAO, Nick Parsons. O evento está programado para acontecer de 5 a 9 de novembro.
A sugestão para a mudança do local da reunião foi feita na última sexta-feira pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que disse a um grupo de senadores de seu partido (Força Itália) que espera que o evento aconteça fora da Itália, porque segundo ele "depois do G-8 já tivemos bastante", ao se referir à reunião realizada em Gênova, norte da Itália, onde um jovem morreu durante as violentas manifestações antiglobalização.
Contatos diplomáticos estão sendo feitos entre as autoridades italianas e representantes da FAO para que se encontre uma solução para o problema, que envolve custos enormes e problemas de organização, já que o evento terá a participação de representantes, chefes de Estado e de governo de 180 países.
O ministro italiano das Relações Exteriores, Renato Ruggiero, confirmou hoje que é favorável a transferência da reunião para outro país por razões de segurança.
A chancelaria italiana confirmou à imprensa que contatou de forma o diretor-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf, que está preparando o evento há mais de um ano. O encontro da FAO avaliará os progressos realizados na luta contra a fome no mundo depois da primeira reunião mundial, celebrada há cinco anos, sem nenhum problema, na capital italiana.
"Continuamos trabalhando para que a reunião seja realizada em Roma, mas reconhecemos que depois de Gênova, Gotemburgo (Suécia, 2001) e Seattle (Estados Unidos, 1999) o mundo mudou e é preciso aceitá-lo", afirmou Parsons.
Polêmica
A possibilidade de mudar a sede da reunião provocou polêmica na Itália. O primeiro a protestar foi o prefeito de Roma, Walter Veltroni, do partido de oposição Democráticos de Esquerda (DS), que defendeu a realização da reunião na cidade.
"A reunião da FAO não é o G-8. Roma está pronta para servir de sede ao diálogo e para se manifestar pacificamente contra a desigualdade no mundo", disse.
Vários parlamentares do DS defenderam a realização da reunião na capital italiana. O vice-presidente do Senado, Domenico Fisichella, da Aliança Nacional (AI), afirmou que desistir da reunião da FAO é "sinal de fragilidade".
Várias capitais africanas foram indicadas como possíveis candidatas a substituir Roma, entre elas Nairobi (Quênia), Dacar (Senegal) e Cairo (Egito).
Em 1996, a FAO organizou a primeira reunião sobre o tema, que teve a participação do papa João Paulo 2°, do presidente cubano Fidel Castro, de quase todos os chefes de Estado da África e de parte da América Latina, entre outros. Durante a reunião, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir à metade, antes de 2015, o número de pessoas que morrem fome, calculado em 800 milhões.
Itália não quer reunião da FAO em Roma
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A possível transferência para um país africano da reunião sobre a fome no mundo, programada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) para acontecer em novembro em Roma, divide a classe política italiana e incomoda os dirigentes da agência das Nações Unidas, que dizem estar buscando uma solução "satisfatória".
"Estamos dialogando com as autoridades italianas para encontrar uma solução amistosa e satisfatória para ambas as partes", afirmou o porta-voz da FAO, Nick Parsons. O evento está programado para acontecer de 5 a 9 de novembro.
A sugestão para a mudança do local da reunião foi feita na última sexta-feira pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que disse a um grupo de senadores de seu partido (Força Itália) que espera que o evento aconteça fora da Itália, porque segundo ele "depois do G-8 já tivemos bastante", ao se referir à reunião realizada em Gênova, norte da Itália, onde um jovem morreu durante as violentas manifestações antiglobalização.
Contatos diplomáticos estão sendo feitos entre as autoridades italianas e representantes da FAO para que se encontre uma solução para o problema, que envolve custos enormes e problemas de organização, já que o evento terá a participação de representantes, chefes de Estado e de governo de 180 países.
O ministro italiano das Relações Exteriores, Renato Ruggiero, confirmou hoje que é favorável a transferência da reunião para outro país por razões de segurança.
A chancelaria italiana confirmou à imprensa que contatou de forma o diretor-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf, que está preparando o evento há mais de um ano. O encontro da FAO avaliará os progressos realizados na luta contra a fome no mundo depois da primeira reunião mundial, celebrada há cinco anos, sem nenhum problema, na capital italiana.
"Continuamos trabalhando para que a reunião seja realizada em Roma, mas reconhecemos que depois de Gênova, Gotemburgo (Suécia, 2001) e Seattle (Estados Unidos, 1999) o mundo mudou e é preciso aceitá-lo", afirmou Parsons.
Polêmica
A possibilidade de mudar a sede da reunião provocou polêmica na Itália. O primeiro a protestar foi o prefeito de Roma, Walter Veltroni, do partido de oposição Democráticos de Esquerda (DS), que defendeu a realização da reunião na cidade.
"A reunião da FAO não é o G-8. Roma está pronta para servir de sede ao diálogo e para se manifestar pacificamente contra a desigualdade no mundo", disse.
Vários parlamentares do DS defenderam a realização da reunião na capital italiana. O vice-presidente do Senado, Domenico Fisichella, da Aliança Nacional (AI), afirmou que desistir da reunião da FAO é "sinal de fragilidade".
Várias capitais africanas foram indicadas como possíveis candidatas a substituir Roma, entre elas Nairobi (Quênia), Dacar (Senegal) e Cairo (Egito).
Em 1996, a FAO organizou a primeira reunião sobre o tema, que teve a participação do papa João Paulo 2°, do presidente cubano Fidel Castro, de quase todos os chefes de Estado da África e de parte da América Latina, entre outros. Durante a reunião, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir à metade, antes de 2015, o número de pessoas que morrem fome, calculado em 800 milhões.
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