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19/08/2001
-
09h25
LEONARDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Londres
É uma longa e lenta caminhada rumo ao altar. Cada movimento tem sido bem estudado, e, mais alguns passos, o Reino Unido estará preparado para presenciar o primeiro casamento da família real no século 21.
Os noivos? O viúvo Charles Philip Arthur George, o príncipe Charles, 52, e a divorciada Camilla Parker-Bowles, 54. A tese é de Richard Kay, especialista em família real do tablóide ''Daily Mail'', e ganhou força na última semana com uma reportagem da revista ''The Spectator'' que afirma que a rainha Elizabeth 2ª, mãe de Charles e principal opositora ao casamento, decidiu abençoar a união, que acontecerá até 2004.
Se estão certas a teoria de Kay e a reportagem da ''Spectator'', o caminho para as bodas começou a ser percorrido em janeiro de 1999. Naquele mês, Charles e Camilla apareceram juntos publicamente pela primeira vez. Foram fotografados ao sair do luxuoso hotel Ritz, após o aniversário da irmã de Camilla.
Mais um passo foi dado em agosto daquele ano, quando os dois foram passar férias na Grécia, com os príncipes William e Henry, filhos de Charles com Diana Spencer.
Nos meses seguintes, os dois passaram a ser vistos lado a lado em espetáculos teatrais londrinos, mas sempre chegando e saindo separadamente. Em junho de 2000, Charles e Camilla organizaram um jantar de gala e, pela primeira vez, chegaram juntos a uma cerimônia.
Mas o avanço maior aconteceu nos últimos dois meses. Em 26 de junho, Camilla recebeu oficialmente o príncipe em evento em Londres para arrecadar fundos para a Sociedade Nacional de Combate à Osteoporose. Ao chegar à Somerset House, Charles deu dois beijos no rosto de sua anfitriã. No dia seguinte, o primeiro beijo público dos dois estampou as capas dos jornais britânicos de circulação nacional.
Sete semanas atrás, em entrevista ao ''Daily Mail'', o príncipe indicou pela primeira vez que não descarta um novo matrimônio. Questionado se planejava casar com Camilla, respondeu: ''Quem sabe o que o bom Deus nos planejou? Não se pode ter certeza de nada''.
Na última quinta, quando a ''Spectator'' chegou às bancas com reportagem de Peter Oborne sobre o casamento real, o Palácio de Buckingham prontamente negou tudo. Segundo os porta-vozes da rainha, é pura especulação o artigo que diz que Elizabeth 2ª aceitou a contragosto a nova união para que seu primogênito não chegasse à velhice formalmente afastado de sua amada.
Campanha
Para jornalistas que acompanham o cotidiano da família real, essa sequência de fatos faz parte de uma campanha para preparar a sociedade britânica para a nova união, sem arranhar a imagem de Diana Spencer, morta em acidente de carro em 1997, um ano após se divorciar do príncipe de Gales.
Até hoje, os ingleses ainda tratam Diana como a princesa de Gales, título que ela recebeu quando se casou com Charles em 1981. Mesmo após sua morte, Diana continua sendo alvo de homenagens, como uma fonte dedicada a ela que será inaugurada no Hyde Park, Londres, em 2002.
''O plano dos assessores de Charles é que Camilla fique cada vez mais próxima da família real, mas sem passar a impressão de que a nova companheira do príncipe chegou para tomar o lugar de Diana'', diz Richard Kay.
Segundo Peter Oborne, a rainha aceita essa possibilidade também por pensar no futuro da monarquia. ''Como Charles é o herdeiro direto ao trono, seria embaraçoso para o Reino Unido ter um rei viúvo que mantém um relacionamento extra-oficial'', opina o jornalista, que diz ter contato com pessoas próximas à família real.
Se existe um plano, parece dar resultado. Segundo recente pesquisa do instituto Mori, para 65% dos britânicos, Charles e Camilla devem continuar juntos, e, para 47%, os dois devem se casar.
Uma questão que ficaria a ser resolvida diz respeito ao título que seria dado à segunda mulher do príncipe. Para os analistas, ela não seria princesa de Gales, título de Diana. Seria, possivelmente, apenas Camilla Windsor, em referência à atual dinastia real. Poderia ainda receber algum dos outros títulos de Charles, que, além de príncipe de Gales, é duque da Cornuália, conde de Carrick e duque de Rothesay.
Aparições públicas de Charles e Camilla preparam britânicos para união
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da Folha de S.Paulo, em Londres
É uma longa e lenta caminhada rumo ao altar. Cada movimento tem sido bem estudado, e, mais alguns passos, o Reino Unido estará preparado para presenciar o primeiro casamento da família real no século 21.
Os noivos? O viúvo Charles Philip Arthur George, o príncipe Charles, 52, e a divorciada Camilla Parker-Bowles, 54. A tese é de Richard Kay, especialista em família real do tablóide ''Daily Mail'', e ganhou força na última semana com uma reportagem da revista ''The Spectator'' que afirma que a rainha Elizabeth 2ª, mãe de Charles e principal opositora ao casamento, decidiu abençoar a união, que acontecerá até 2004.
Se estão certas a teoria de Kay e a reportagem da ''Spectator'', o caminho para as bodas começou a ser percorrido em janeiro de 1999. Naquele mês, Charles e Camilla apareceram juntos publicamente pela primeira vez. Foram fotografados ao sair do luxuoso hotel Ritz, após o aniversário da irmã de Camilla.
Mais um passo foi dado em agosto daquele ano, quando os dois foram passar férias na Grécia, com os príncipes William e Henry, filhos de Charles com Diana Spencer.
Nos meses seguintes, os dois passaram a ser vistos lado a lado em espetáculos teatrais londrinos, mas sempre chegando e saindo separadamente. Em junho de 2000, Charles e Camilla organizaram um jantar de gala e, pela primeira vez, chegaram juntos a uma cerimônia.
Mas o avanço maior aconteceu nos últimos dois meses. Em 26 de junho, Camilla recebeu oficialmente o príncipe em evento em Londres para arrecadar fundos para a Sociedade Nacional de Combate à Osteoporose. Ao chegar à Somerset House, Charles deu dois beijos no rosto de sua anfitriã. No dia seguinte, o primeiro beijo público dos dois estampou as capas dos jornais britânicos de circulação nacional.
Sete semanas atrás, em entrevista ao ''Daily Mail'', o príncipe indicou pela primeira vez que não descarta um novo matrimônio. Questionado se planejava casar com Camilla, respondeu: ''Quem sabe o que o bom Deus nos planejou? Não se pode ter certeza de nada''.
Na última quinta, quando a ''Spectator'' chegou às bancas com reportagem de Peter Oborne sobre o casamento real, o Palácio de Buckingham prontamente negou tudo. Segundo os porta-vozes da rainha, é pura especulação o artigo que diz que Elizabeth 2ª aceitou a contragosto a nova união para que seu primogênito não chegasse à velhice formalmente afastado de sua amada.
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Para jornalistas que acompanham o cotidiano da família real, essa sequência de fatos faz parte de uma campanha para preparar a sociedade britânica para a nova união, sem arranhar a imagem de Diana Spencer, morta em acidente de carro em 1997, um ano após se divorciar do príncipe de Gales.
Até hoje, os ingleses ainda tratam Diana como a princesa de Gales, título que ela recebeu quando se casou com Charles em 1981. Mesmo após sua morte, Diana continua sendo alvo de homenagens, como uma fonte dedicada a ela que será inaugurada no Hyde Park, Londres, em 2002.
''O plano dos assessores de Charles é que Camilla fique cada vez mais próxima da família real, mas sem passar a impressão de que a nova companheira do príncipe chegou para tomar o lugar de Diana'', diz Richard Kay.
Segundo Peter Oborne, a rainha aceita essa possibilidade também por pensar no futuro da monarquia. ''Como Charles é o herdeiro direto ao trono, seria embaraçoso para o Reino Unido ter um rei viúvo que mantém um relacionamento extra-oficial'', opina o jornalista, que diz ter contato com pessoas próximas à família real.
Se existe um plano, parece dar resultado. Segundo recente pesquisa do instituto Mori, para 65% dos britânicos, Charles e Camilla devem continuar juntos, e, para 47%, os dois devem se casar.
Uma questão que ficaria a ser resolvida diz respeito ao título que seria dado à segunda mulher do príncipe. Para os analistas, ela não seria princesa de Gales, título de Diana. Seria, possivelmente, apenas Camilla Windsor, em referência à atual dinastia real. Poderia ainda receber algum dos outros títulos de Charles, que, além de príncipe de Gales, é duque da Cornuália, conde de Carrick e duque de Rothesay.
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