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19/08/2001
-
10h26
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Aumentou o número de norte-americanos que morreram em decorrência da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida, na sigla em inglês) pela primeira vez desde 1998, segundo dados preliminares colhidos pelo Ministério da Saúde dos Estados Unidos.
Ainda segundo o órgão, os grupos que apresentaram maior porcentagem de contaminação são o de jovens homossexuais e o de mulheres negras de baixa renda.
O ministério ainda não dispõe de números atualizados até 2001. Seu levantamento mostra, no entanto, que cerca de 42% dos novos infectados são homens gays. Destes, a maioria é de jovens até 29 anos.
Depois dos homossexuais, a infecção é maior entre os heterossexuais (33%) e entre os usuários de drogas (25%). As mulheres negras são a maioria dos infectados entre os heterossexuais.
Um estudo realizado em seis grandes cidades norte-americanas constatou que 4,4% da população de jovens gays está sendo infectada por ano.
Se forem levados em conta apenas os jovens gays negros dessas mesmas cidades, o número salta para espantosos 14,7% da população local.
Coquetel
A popularização do coquetel anti-Aids há dois anos foi o grande responsável pela queda dos índices então. Estima-se, no entanto, que a maioria dos norte-americanos infectados que têm boa informação e acesso a serviços médicos de qualidade já esteja sendo tratada adequadamente.
O aumento dos casos se deveria, então, às pessoas com pouca informação, que só descobrem que estão infectadas quando é tarde demais para o tratamento, e àqueles que, por um motivo ou outro, foram infectados por vírus resistentes ao coquetel.
''Os números mais recentes indicam que a era de declínio em casos de Aids chegou ao fim'', disse Ronald Valdiserri, diretor da área no ministério. ''Se o número de casos de tratamento tardio e a resistência às drogas realmente aumentarem, então acabou a tranquilidade.''
De acordo com Valdiserri, na maior parte dos novos casos registrados, as pessoas só sabem de sua condição cerca de uma década depois da infecção e menos de um ano antes dos primeiros sintomas da doença.
''Isso mina nossos esforços de prevenção'', afirmou o médico.
Aumento do contágio
Segundo os dados do ministério, até dezembro do ano passado 774.467 norte-americanos foram oficialmente diagnosticados com o vírus da Aids. Desses, 448.060 morreram.
A cada trimestre desde julho de 1998, cerca de 10 mil casos foram diagnosticados e 4.000 mortes foram registradas.
Os dados ainda são melhores do que os do auge da doença, no segundo semestre de 1990, quando 15 mil casos eram diagnosticados por trimestre, com 10 mil mortes registradas.
Mas o ministério estima que o número real de infectados no país, incluindo os que ainda não sabem de sua condição, esteja em torno de 1 milhão.
Ainda segundo o órgão, a taxa estabilizada de norte-americanos que são infectados pelo vírus da Aids a cada ano -40 mil pessoas/ano na última década- deve ter aumentado, embora o ministério ainda não disponha de números oficiais.
O desafio agora, afirmou Helene Gayle, diretora do órgão, é fazer com que as entidades responsáveis pela saúde pública consigam ampliar a faixa da população que é testada, melhorar o acesso a tratamento dos infectados mais pobres e se concentrar naqueles que, uma vez tratados, rejeitem o coquetel.
Boa notícia
Mas nem tudo foi má notícia. O total de grávidas infectadas que transmitiram o vírus a seus filhos caiu para 156 em 1999, recorde desde 1981, quando a medição começou a ser feita, e uma baixa de 84% em relação a 1992.
Ainda, os usuários de drogas injetáveis que foram infectados caíram no país inteiro, principalmente em Nova York.
Na cidade, 50% dos portadores de vírus da Aids eram drogados em 1990; hoje, são apenas 20%.
A redução é atribuída ao sucesso do programa de distribuição de seringas descartáveis que o prefeito Rudolph Giuliani implementou em 1992.
Morte de doentes de Aids cresce nos EUA
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
Aumentou o número de norte-americanos que morreram em decorrência da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida, na sigla em inglês) pela primeira vez desde 1998, segundo dados preliminares colhidos pelo Ministério da Saúde dos Estados Unidos.
Ainda segundo o órgão, os grupos que apresentaram maior porcentagem de contaminação são o de jovens homossexuais e o de mulheres negras de baixa renda.
O ministério ainda não dispõe de números atualizados até 2001. Seu levantamento mostra, no entanto, que cerca de 42% dos novos infectados são homens gays. Destes, a maioria é de jovens até 29 anos.
Depois dos homossexuais, a infecção é maior entre os heterossexuais (33%) e entre os usuários de drogas (25%). As mulheres negras são a maioria dos infectados entre os heterossexuais.
Um estudo realizado em seis grandes cidades norte-americanas constatou que 4,4% da população de jovens gays está sendo infectada por ano.
Se forem levados em conta apenas os jovens gays negros dessas mesmas cidades, o número salta para espantosos 14,7% da população local.
Coquetel
A popularização do coquetel anti-Aids há dois anos foi o grande responsável pela queda dos índices então. Estima-se, no entanto, que a maioria dos norte-americanos infectados que têm boa informação e acesso a serviços médicos de qualidade já esteja sendo tratada adequadamente.
O aumento dos casos se deveria, então, às pessoas com pouca informação, que só descobrem que estão infectadas quando é tarde demais para o tratamento, e àqueles que, por um motivo ou outro, foram infectados por vírus resistentes ao coquetel.
''Os números mais recentes indicam que a era de declínio em casos de Aids chegou ao fim'', disse Ronald Valdiserri, diretor da área no ministério. ''Se o número de casos de tratamento tardio e a resistência às drogas realmente aumentarem, então acabou a tranquilidade.''
De acordo com Valdiserri, na maior parte dos novos casos registrados, as pessoas só sabem de sua condição cerca de uma década depois da infecção e menos de um ano antes dos primeiros sintomas da doença.
''Isso mina nossos esforços de prevenção'', afirmou o médico.
Aumento do contágio
Segundo os dados do ministério, até dezembro do ano passado 774.467 norte-americanos foram oficialmente diagnosticados com o vírus da Aids. Desses, 448.060 morreram.
A cada trimestre desde julho de 1998, cerca de 10 mil casos foram diagnosticados e 4.000 mortes foram registradas.
Os dados ainda são melhores do que os do auge da doença, no segundo semestre de 1990, quando 15 mil casos eram diagnosticados por trimestre, com 10 mil mortes registradas.
Mas o ministério estima que o número real de infectados no país, incluindo os que ainda não sabem de sua condição, esteja em torno de 1 milhão.
Ainda segundo o órgão, a taxa estabilizada de norte-americanos que são infectados pelo vírus da Aids a cada ano -40 mil pessoas/ano na última década- deve ter aumentado, embora o ministério ainda não disponha de números oficiais.
O desafio agora, afirmou Helene Gayle, diretora do órgão, é fazer com que as entidades responsáveis pela saúde pública consigam ampliar a faixa da população que é testada, melhorar o acesso a tratamento dos infectados mais pobres e se concentrar naqueles que, uma vez tratados, rejeitem o coquetel.
Boa notícia
Mas nem tudo foi má notícia. O total de grávidas infectadas que transmitiram o vírus a seus filhos caiu para 156 em 1999, recorde desde 1981, quando a medição começou a ser feita, e uma baixa de 84% em relação a 1992.
Ainda, os usuários de drogas injetáveis que foram infectados caíram no país inteiro, principalmente em Nova York.
Na cidade, 50% dos portadores de vírus da Aids eram drogados em 1990; hoje, são apenas 20%.
A redução é atribuída ao sucesso do programa de distribuição de seringas descartáveis que o prefeito Rudolph Giuliani implementou em 1992.
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