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11/09/2001 - 17h31

Libaneses residentes no Brasil se contradizem sobre atentados

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

"No Líbano o povo está comemorando, assim como os palestinos que estão morando no Brasil. Não festejamos pelas pessoas que estão morrendo, mas sim por qualquer catástrofe que aconteça nos Estados Unidos. Porque só assim eles [norte-americanos] podem ver como é ter sua casa destruída e sentir na pele a dor de perder familiares."

É com esse pensamento que o libanês Bil Mustafa, 25, interpreta o maior ataque terrorista da história, que assola os Estados Unidos da América.

Em entrevista à Folha Online, o empresário _que vive no Brasil há cerca de três anos_, apesar de não concordar com a ofensiva a civis, defende um ataque a áreas e alvos militares norte-americanos.

"Sou a favor de cortar o mal pela raiz, afinal foram eles [EUA] que acenderam esta chama. Não culpo quem fez esse atentado, porque sei que ninguém mata porque gosta, mas certamente quem fez isso teve uma causa bem maior. Vamos lembrar um pouquinho e perceber que os israelenses atacam a Palestina patrocinados pelos EUA", afirmou.

Para outro libanês que vive no Brasil, Abdul Mourad, 26, o atentado expõe uma fragilidade norte-americana. "O ataque mostra que a defesa dos Estados Unidos não é tão forte como eles pensam, não é tudo isso o que eles falam", disse.

O atentado terrorista acertou as torres gêmeas do edifício World Trade Center, em Nova York, que desabaram após serem atingidas por dois aviões sequestrados, a fortaleza do Pentágono (comando central do poder militar do país) e Capitólio, sede do Senado americano.

"Os prédios [World Trade Center] foram pontos estratégicos, justamente para mobilizar a economia e o comércio mundial. O Pentágono foi uma resposta ao apoio americano a Israel", completou.

Ambos compararam os atentados a fatos isolados ocorridos durante a Guerra do Líbano, que durou cerca de 25 anos. "Essa destruição não foi nem 10% do que aconteceu em Beirute, em 1982. Até agora ninguém teve cara para enfrentar os Estados Unidos. E, se Israel continuar matando crianças e idosos na Palestina, os ataques não vão parar por aqui", disse Mourad.

Outro libanês residente no Brasil, André Germano, discorda dessa postura e afirma que "nada justifica qualquer ato terrorista ou ataque a civis".

A coordenadora da União Maronita Mundial no Brasil, Lody Brais, que defende a causa no país, declarou que "os libaneses estão 'chocados' e são contra o que ocorreu". "Os responsáveis pelos atentados devem ser punidos. Foi um ato contra o mundo."

Até agora nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados. Ainda não há um número exato de vítimas, mas calcula-se que cerca de 10 mil pessoas podem ter morrido só na ilha de Manhattan.

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