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12/09/2001 - 20h14

Bombeiros brasileiros dizem que operação nos EUA é difícil

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GIULIANA ROVAI
da Folha Online

As redes de TV americanas exibiram hoje relatos de alguns bombeiros e paramédicos que participam dos resgates ao World Trade Center. De acordo com as declarações, o trabalho é angustiante porque, além da pressa em tentar retirar pessoas dos encombros ainda com vida, na manhã de hoje era possível escutar gritos de socorro e gemidos de vítimas. "A sensação é ruim, ouvimos gemidos, queremos ajudar, mas, em alguns casos, sabemos que isso não será possível", disse um dos bombeiros da equipe de salvamento.

Mesmo sem ter passado por uma operação de resgate como a do WTC, o bombeiro brasileiro Kléber Danúbio Alencar Júnior disse que uma operação desse porte deve ser angustiante. "Imagino que um local com várias vítimas deve ser angustiante." Danúbio trabalha há 11 anos na corporação e atualmente é chefe da assessoria de comunicação dos bombeiros.

De acordo com ele, mesmo em operações menores, o momento do resgate sempre traz ansiedade, já que durante a operação o profissional sempre deve ter em mente que vai salvar uma vida. "Nós temos que pensar que sempre vamos achar alguém ainda com vida", afirmou.

O tenente Geraldo Storay, que também é bombeiro, concorda que é difícil imaginar a situação enfrentada pelos bombeiros americanos. No entanto, admite que quando o profissional não consegue salvar uma pessoa, fica a sensação de perda.

Storay acredita que os bombeiros americanos que foram ao WTC já "sabiam que estavam indo para uma operação de risco e que poderiam morrer".

Segundo ele, o fato de a estrutura do WTC ser de aço fez com que o fogo consumisse rapidamente a estrutura e provocasse o desabamento dos prédios, o que já era previsto pelos bombeiros. Ele diz que as estruturas metálicas se decompõem pelo fogo em cerca de 15 minutos, enquanto edifícios de estrutura de concreto "aguentam" o calor por cerca de duas horas.

A agilidade no atendimento das ocorrências por parte das equipes de salvamento dos EUA pode ter sido "uma ironia do destino" contra os próprios bombeiros que morreram, segundo avalia o capitão Danúbio Alencar. Isso porque os bombeiros chegaram antes do choque do segundo avião em uma das torres do WTC e foram atingidos por pedaços da segunda torre, quando esta foi atingida. Segundo ele, os bombeiros dos EUA atendem às ocorrências em um tempo médio de dois minutos, enquanto, em São Paulo, por exemplo, o tempo é de cerca de sete minutos.

Enquanto a cidade de NY tem 212 postos de bombeiros e cerca de 11 mil homens, a cidade de São Paulo conta com 35 postos e tem aproximadamente 4.000 homens.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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