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28/06/2000 - 17h31

Saga de Elián pode acelerar mudanças nas relações EUA-Cuba

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da Reuters
em Miami (EUA)

Ele era apenas um pequeno garoto encontrado no mar - um menino cativante cuja chegada ao território norte-americano detonou uma das maiores tempestades que atingiu a Guerra Fria entre os EUA e Cuba em anos.

Elián González, uma vítima inocente de uma tragédia com um barco de imigrantes na qual morreu sua mãe, o namorado dela e nove outras pessoas, viu-se no meio de um drama que atirou Washington, Havana e Miami em uma intempérie que ninguém poderia prever.

A batalha internacional pela guarda de Elián fez de Cuba e EUA aliados estranhos e desconfortáveis, já que ambos lutavam com os parentes do menino que detiveram a guarda temporária dele e que não queriam deixá-lo voltar ao país comunista com o pai.

O episódio transformou-se em uma guerra retórica alimentada por exilados políticos linha-dura, rivalidades familiares e desavenças profundas entre o presidente cubano, Fidel Castro - um tirano aos olhos de seus rivais na Flórida - e os inconstantes exilados que Castro chama de a Máfia de Miami.

O longo impasse entre o governo norte-americano e Little Havana (o bairro de Miami onde estão concentrados os anticastristas) adquiriu tonalidades de um melodrama, debates acalorados nos canais de TV e o surpreendente resgate de Elián da casa dos parentes à vista de armas.

"Esse foi um claro exemplo da política como espetáculo. E o episódio foi algumas vezes trágico, algumas vezes cômico, devido às questões realmente emotivas que estavam sendo tratadas", afirmou Damian Fernandez, cientista político da Universidade Internacional da Flórida.

Mas apesar do peso da comunidade cubana na política nacional, os norte-americanos, após sete meses de impasse, mostraram-se favoráveis à entrega de Elián a seu pai.

Agora, com o destino do garoto selado em definitivo (a Suprema Corte dos EUA rechaçou o último recurso que poderia manter Elián nos EUA), analistas de política afirmam que os capítulos finais da saga podem se revelar um catalisador de mudanças nas relações entre Havana, Washington e os exilados cubanos em Miami.

"Esse caso abalou seriamente a imagem da comunidade cubano-americana em Washington e diante do povo norte-americano", afirmou Fernandez. "Novos atores podem substituir a comunidade cubano-americana", acrescentou.

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