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17/09/2001 - 02h57

Plano do Pentágono envolve ofensiva de longo prazo

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do "The New York Times"

Enquanto o governo de George W. Bush discute uma campanha militar contra o terrorismo, o Pentágono expõe o que é necessário para combatê-lo: melhor serviço de inteligência, mais mísseis e mais forças especiais, tudo financiado pelos bilhões de dólares destinados para esta emergência.

O esboço da proposta apresentada pelos militares requer aviões de reconhecimento, tropas de defesa contra armas químicas e biológicas e uma rápida conversão de dois submarinos nucleares Trident para que eles possam carregar mísseis Cruise (lançados de mais de 1.000 km de distância, eles podem acertar um alvo circular de 30 metros de diâmetro).

Tudo indica que o governo está desenvolvendo uma ofensiva de longo prazo contra um inimigo cujos soldados se escondem em cavernas, mas cujos mandatários são governos de Estado com bancos centrais, poder de defesa e Forças Armadas organizadas.

"É tudo muito complicado", afirmou um general envolvido no plano. "Se houvesse uma solução rápida e simples, nós já a teríamos tomado."

De fato, estrategistas militares estão trabalhando com quase todos os cenários imagináveis. Mas esta situação não se parece com a Coréia do Norte invadindo a do Sul ou tanques iraquianos marchando em direção ao Kuwait. Nunca uma estratégia de combate para eliminar o terrorismo foi testada em campanhas de guerra.

"Ainda não há um plano de ação preparado", disse um oficial do Comando Militar Europeu, que dispõe de 45 aviões de combate, incluindo caças F-15 e F-16, que patrulham o nordeste do Iraque e poderiam ser deslocados.

Com o desejo de não só captar mais recursos para o Pentágono, mas também de formar novas coalizões internacionais para atingir os terroristas em seus bunkers e bancos financiadores, o Pentágono e o governo dos EUA querem erigir uma força militar que rivalize com aquela do ex-presidente Ronald Reagan.

Ação imediata
As autoridades já percebem na opinião pública o desejo de uma ação militar imediata. Enquanto isso o governo busca obter uma coalizão diplomática e adotar medidas econômicas que pressionem os terroristas, o que daria as condições para uma resposta militar consistente.

"Não entraremos nessa guerra enviando grandes contingentes de soldados ao campo de batalha", declarou outro general. "Não estamos trabalhando por uma punição: trabalhamos para erradicar o terrorismo, e isso é algo bem diferente."

Mas atingir alvos terroristas é extremamente difícil. Comandos militares afirmam que os campos de treinamento de Bin Laden foram esvaziados. O governo Taleban do Afeganistão, que permitiu a Bin Laden operar em seus campos, já dispersou boa parte de seus armamentos, afirmou um funcionário do Pentágono.

O porta-aviões Carl Vinson está navegando no golfo Pérsico, e um segundo, o Enterprise, está no Mar do Norte da Arábia. Cada um deles tem mais de 40 aviões de ataque a bordo. Outros navios e submarinos da esquadra podem disparar dúzias de mísseis cruzadores Tomahawk.

Bombardeiros da Força Aérea americana poderiam decolar dos EUA ou da ilha de Diego Garcia, no oceano Índico.

Iniciando os preparativos para um possível combate, comandantes na Europa cancelaram cinco exercícios de treinamento e enviaram centenas de marinheiros, soldados e pilotos para as suas bases militares.

Qualquer campanha militar prolongada seria extremamente custosa. Os
serviços militares ainda estão definindo que armas, munição e quantidade de combustível serão necessárias. Entretanto as Forças Armadas ainda esperam saber que parte lhes caberá dos bilhões de dólares do orçamento de emergência aprovado no Congresso.

A convocação de reservistas, a primeira ocorrida desde a Guerra do Golfo (1991), irá perturbar a vida de milhares de pessoas.

"Elas serão tiradas de suas famílias, de seus trabalhos", disse o general Russell Davis, chefe da Guarda Nacional. "Mas, se isso for necessário, nós certamente o faremos."

Oficiais do Pentágono afirmaram no fim de semana que o estado de alerta foi reduzido nas bases americanas, exceto em algumas situadas no Oriente Médio e no Golfo Pérsico.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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