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18/09/2001
-
03h00
da Folha de S.Paulo
Integrantes da delegação de autoridades paquistanesas enviada ao Afeganistão consideram "mínimas" as chances de o Taleban entregar Osama bin Laden, apontado pelos Estados Unidos como principal suspeito dos atentados de terça-feira passada.
Depois de oito horas de conversações em Candahar, cidade onde vivem os principais líderes do grupo que controla o país, os enviados se declararam "extremamente desencorajados" pelas condições que teriam sido impostas para a extradição.
Apesar do ceticismo das declarações, a delegação decidiu permanecer no Afeganistão e retomar hoje os encontros, o que foi interpretado como sinal de uma possível reviravolta.
O líder supremo do Taleban (grupo islâmico que controla 90% do território do Afeganistão desde 1998 e impôs um regime marcado pelo extremismo e pelo conservadorismo), mullah Mohamad Omar, teria feito três exigências para entregar o terrorista: que "evidências convincentes" de seu envolvimento nos ataques sejam apresentadas ao conselho legislativo do Taleban; que a rendição seja aprovada pela Organização da Conferência Islâmica, entidade que reúne 56 países; e que, se Bin Laden for levado a julgamento fora do Afeganistão, pelo menos um de seus juízes seja muçulmano.
Em sua virtual impossibilidade de aceitação pelos americanos, a lista lembra a que foi apresentada por Saddam Hussein para deixar o Kuait pouco antes da Guerra do Golfo, em 1991.
Depois de receber os representantes do Paquistão, Omar afirmou que tudo dependerá da reunião, hoje, do conselho de religiosos. "Eles decidirão", disse o mullah em pronunciamento transmitido pela rádio oficial.
A missão enviada a Candahar avisou ao Taleban que a entrega de Bin Laden "em poucos dias" seria a única forma de evitar um ataque que terá como alvo não apenas o terrorista mas também o grupo, no poder desde 1996.
Pressionado pelos EUA a levar a mensagem, o Paquistão está em posição difícil para confrontar o vizinho. É um dos únicos três países a reconhecer o governo do Taleban, que tem o apoio de parte expressiva da população paquistanesa.
O Afeganistão já teria enviado um grande arsenal de armas, incluindo mísseis de fabricação russa Scud, e até 25 mil homens à fronteira com o Paquistão.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Missão acha difícil convencer Taleban a entregar Bin Laden
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Integrantes da delegação de autoridades paquistanesas enviada ao Afeganistão consideram "mínimas" as chances de o Taleban entregar Osama bin Laden, apontado pelos Estados Unidos como principal suspeito dos atentados de terça-feira passada.
Depois de oito horas de conversações em Candahar, cidade onde vivem os principais líderes do grupo que controla o país, os enviados se declararam "extremamente desencorajados" pelas condições que teriam sido impostas para a extradição.
Apesar do ceticismo das declarações, a delegação decidiu permanecer no Afeganistão e retomar hoje os encontros, o que foi interpretado como sinal de uma possível reviravolta.
O líder supremo do Taleban (grupo islâmico que controla 90% do território do Afeganistão desde 1998 e impôs um regime marcado pelo extremismo e pelo conservadorismo), mullah Mohamad Omar, teria feito três exigências para entregar o terrorista: que "evidências convincentes" de seu envolvimento nos ataques sejam apresentadas ao conselho legislativo do Taleban; que a rendição seja aprovada pela Organização da Conferência Islâmica, entidade que reúne 56 países; e que, se Bin Laden for levado a julgamento fora do Afeganistão, pelo menos um de seus juízes seja muçulmano.
Em sua virtual impossibilidade de aceitação pelos americanos, a lista lembra a que foi apresentada por Saddam Hussein para deixar o Kuait pouco antes da Guerra do Golfo, em 1991.
Depois de receber os representantes do Paquistão, Omar afirmou que tudo dependerá da reunião, hoje, do conselho de religiosos. "Eles decidirão", disse o mullah em pronunciamento transmitido pela rádio oficial.
A missão enviada a Candahar avisou ao Taleban que a entrega de Bin Laden "em poucos dias" seria a única forma de evitar um ataque que terá como alvo não apenas o terrorista mas também o grupo, no poder desde 1996.
Pressionado pelos EUA a levar a mensagem, o Paquistão está em posição difícil para confrontar o vizinho. É um dos únicos três países a reconhecer o governo do Taleban, que tem o apoio de parte expressiva da população paquistanesa.
O Afeganistão já teria enviado um grande arsenal de armas, incluindo mísseis de fabricação russa Scud, e até 25 mil homens à fronteira com o Paquistão.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
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