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20/09/2001 - 22h49

Bush dá ultimato ao Afeganistão e pede que Exército "fique pronto"

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou hoje em discurso no Congresso americano que usará "as armas de guerra necessárias para esmagar o terrorismo", convocou o Exército do país a "estar pronto" para a luta e deu um ultimado ao Afeganistão.

Bush quer que o Taleban entregue imediatamente aos EUA todos os líderes da organização Al Qaeda, comandada por Osama bin Laden _apontado como o principal responsável pelos atentados juntamente com a Jihad islâmica_, liberte todos os estrangeiros presos no país, feche todos os centros que abrigam terroristas e permita que os EUA verifiquem se estas exigências foram cumpridas. "Estas exigências não estão abertas a negociação."

"O país foi despertado para o perigo e chamado para defender a liberdade", afirmou durante o discurso. Bush pediu às Forças Armadas que "fiquem prontas. Já se aproxima a hora de entrar em ação".

Bush, que pediu calma aos americanos, abordou diversas perguntas que foram feitas pela população dos EUA após os atentados terroristas, como "quem atacou o país", "porque ele nos odeiam" e como os EUA irão "lutar e derrotar o terrorismo".

Segundo o presidente americano, os EUA vão usar todos os recursos disponíveis _de diplomacia, inteligência, imposição da lei, financeiros_ e todas as armas de guerra necessárias para derrotar "a rede global de terror".

O presidente foi enfático ao dar um aviso a todos os governos ao redor do mundo: "estejam conosco ou com os terroristas". Mas agradeceu as mensagens de apoio e citou vários países que se mostraram prontos a formar uma "aliança contra o terror".

"A luta começa com a Al Qaeda, mas não termina aí. Termina apenas quando todos os terroristas estiverem derrotados."

Bush fez questão de enfatizar que a luta a ser travada tem como alvo os terroristas, e não a religião muçulmana. "A religião [muçulmana] tem conceitos bondosos e pacíficos", afirmou. "Os inimigos dos americanos não são nem nossos numerosos amigos muçulmanos, nem nosos amigos árabes. Nosso inimigo, é uma rede radical de terroristas e todos os governos que a apóiam".

"Esta é uma luta por princípios e vamos agir de acordo com eles: ninguém pode ser maltratado por sua etnia ou fé", disse.

O presidente pediu aos americanos "que vivam suas vidas e confiem na economia. Somos uma nação forte". "Não será uma era de terror. Será uma era de liberdade."

Os EUA preparam uma ampla resposta militar aos ataques terroristas ocorridos no último dia 11 no World Trade Center, em Nova York, e no Pentágono, nos arredores de Washington. Osama bin Laden, que está sob proteção do Taleban, no Afeganistão, é acusado de estar por trás dos atentados _governo afegão e o próprio Bin Laden negam as acusações.

O discurso durou 40 minutos e foi diversas vezes interrompido por aplausos. O Capitólio, lotado, recebeu além dos congressistas, a primeira-dama, Laura Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, o governador, George Pataki, e todo o secretariado.

Preparação

Nesta tarde, fuzileiros navais norte-americanos partiram de base na Carolina do Norte, com tropas, tanques e equipamentos bélicos, em direção ao Mediterrâneo. Segundo o Pentágono, todos os militares foram advertidos de que poderiam estar seguindo para a guerra.

Por volta de 2.200 fuzileiros navais e marinheiros da 26ª Unidade Expedicionária da Marinha com base em Camp LeJeune, na Carolina do Norte, também foram mobilizados.

A Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais está pronta para ser a primeira a se movimentar se algum problema ocorrer. A 26ª é uma 'unidade flexível' treinada para lutar nas cidades e até nas montanhas.

O primeiro navio, USS Whidby Island, deixou o porto na manhã de hoje com seu convés carregado com tanques e outros veículos militares.

Ontem foram enviados por volta de cem aviões de guerra, entre eles bombardeiros e caças, à região do Golfo Pérsico, dando início à movimentação da 'luta contra o terrorismo'. Os Estados Unidos também enviaram um terceiro porta-aviões para a região de Norfolk, na Virgínia.

Perto de 200 aviões de guerra da Força Aérea já estão estacionados em bases do Golfo Pérsico, da Turquia e da região do Oceano Índico. O novo movimento militar deve aumentar esse número para 300.
 

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