Publicidade
Publicidade
23/09/2001
-
02h14
da Folha de S.Paulo
Países islâmicos do Oriente Médio enfrentam um dilema: oferecer ou não apoio mais que retórico aos EUA, que colaboram com a manutenção de diversos regimes ditatoriais na região, na cruzada/ jihad (George W. Bush já usou os dois termos) contra o terrorismo. Teme-se despertar a fúria da população, que não vê com bons olhos a aliança EUA-Israel.
A Arábia Saudita e o Egito aparecem como dois países-chave na coalizão internacional antiterror, embora tenham dito que a cooperação deve "desvincular terrorismo de resistência islâmica contra a ocupação israelense".
Na categoria, estariam grupos como o Hamas (Harakat al Muqawama al Islamiia: Movimento da Resistência Islâmica), que cometeu vários atentados contra israelenses, e o Hizbollah (Partido de Deus), criado logo após a invasão do Líbano em 1982, quando ao menos 20 mil pessoas morreram. O atual premiê de Israel, Ariel Sharon, que comandou a ofensiva em território libanês, ameaça agora a tentativa de forjar uma frente EUA-muçulmanos.
Nos dias seguintes aos atentados na Costa Leste, Israel invadiu diversas cidades palestinas, como Jericó, Jenin e Ramallah, com um saldo de ao menos 20 palestinos mortos e cem feridos.
Diversos grupos extremistas islâmicos surgiram em meio ao conflito israelo-árabe ou em resposta à presença de tropas estrangeiras no golfo Pérsico, convocadas após a invasão do Kuait. Outros combatem o regime de seu próprio país -caso do Egito.
Segundo o filósofo palestino Edward Said, "para a maioria das pessoas no mundo islâmico e no árabe, os Estados Unidos oficiais são sinônimo de poder arrogante, conhecido sobretudo por seu apoio hipocritamente generoso não apenas a Israel como também a numerosos regimes repressores árabes, e por seu desinteresse pela simples possibilidade de diálogo com pessoas e movimentos seculares com queixas concretas".
Os EUA ajudaram a derrubar governos democraticamente eleitos em países islâmicos e bloquearam as diversas tentativas de exigir na ONU a devolução de territórios palestinos e sírios.
Desde a Guerra do Golfo (1991), o país mantém aviões e navios no golfo Pérsico, incluindo a Arábia Saudita, o Kuait, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
Nas raras entrevistas que concedeu, Osama bin Laden acusa os EUA de "profanar" com sua presença militar a Arábia Saudita, berço do islamismo, além de acusar os norte-americanos de apoiar incondicionalmente Israel. O extremista também defende o fim de "comportamentos ocidentais" em Estados muçulmanos.
A Arábia Saudita, país tradicionalmente refratário a influências estrangeiras onde as lojas fecham, por lei, durante o horário da oração muçulmana pode ver surgir focos de instabilidade com o envolvimento em um conflito no Afeganistão.
Especial: Países islâmicos vivem dilema em relação aos EUA
Publicidade
Países islâmicos do Oriente Médio enfrentam um dilema: oferecer ou não apoio mais que retórico aos EUA, que colaboram com a manutenção de diversos regimes ditatoriais na região, na cruzada/ jihad (George W. Bush já usou os dois termos) contra o terrorismo. Teme-se despertar a fúria da população, que não vê com bons olhos a aliança EUA-Israel.
A Arábia Saudita e o Egito aparecem como dois países-chave na coalizão internacional antiterror, embora tenham dito que a cooperação deve "desvincular terrorismo de resistência islâmica contra a ocupação israelense".
Na categoria, estariam grupos como o Hamas (Harakat al Muqawama al Islamiia: Movimento da Resistência Islâmica), que cometeu vários atentados contra israelenses, e o Hizbollah (Partido de Deus), criado logo após a invasão do Líbano em 1982, quando ao menos 20 mil pessoas morreram. O atual premiê de Israel, Ariel Sharon, que comandou a ofensiva em território libanês, ameaça agora a tentativa de forjar uma frente EUA-muçulmanos.
Nos dias seguintes aos atentados na Costa Leste, Israel invadiu diversas cidades palestinas, como Jericó, Jenin e Ramallah, com um saldo de ao menos 20 palestinos mortos e cem feridos.
Diversos grupos extremistas islâmicos surgiram em meio ao conflito israelo-árabe ou em resposta à presença de tropas estrangeiras no golfo Pérsico, convocadas após a invasão do Kuait. Outros combatem o regime de seu próprio país -caso do Egito.
Segundo o filósofo palestino Edward Said, "para a maioria das pessoas no mundo islâmico e no árabe, os Estados Unidos oficiais são sinônimo de poder arrogante, conhecido sobretudo por seu apoio hipocritamente generoso não apenas a Israel como também a numerosos regimes repressores árabes, e por seu desinteresse pela simples possibilidade de diálogo com pessoas e movimentos seculares com queixas concretas".
Os EUA ajudaram a derrubar governos democraticamente eleitos em países islâmicos e bloquearam as diversas tentativas de exigir na ONU a devolução de territórios palestinos e sírios.
Desde a Guerra do Golfo (1991), o país mantém aviões e navios no golfo Pérsico, incluindo a Arábia Saudita, o Kuait, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
Nas raras entrevistas que concedeu, Osama bin Laden acusa os EUA de "profanar" com sua presença militar a Arábia Saudita, berço do islamismo, além de acusar os norte-americanos de apoiar incondicionalmente Israel. O extremista também defende o fim de "comportamentos ocidentais" em Estados muçulmanos.
A Arábia Saudita, país tradicionalmente refratário a influências estrangeiras onde as lojas fecham, por lei, durante o horário da oração muçulmana pode ver surgir focos de instabilidade com o envolvimento em um conflito no Afeganistão.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice