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25/09/2001 - 16h47

Escolas do Taleban pregam "guerra santa" contra Ocidente

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da France Presse, em Karachi (Paquistão)

O Taleban dispõe de cerca de 40 mil homens, preparados por escolas que seguem o Alcorão, para continuar a "guerra santa" contra o mundo ocidental. São homens que fazem o juramento "bait ul almaut", ou seja, "morrer quando o mulá Omar - chefe supremo do Taleban - mandar".

Esses homens foram cuidadosamente ensinados com preceitos do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, e condenados a "morrer pelo Islã".

Um dirigente taleban não confirma que essas "escolas jihad" são os campos de treinamento terroristas que Washington decidiu destruir, mas diz que lá os homens são educados para "serem muçulmanos fiéis e profundamente comprometidos".

A maioria desses estudantes são afegãos e alguns vêm de outros países muçulmanos. Estudam o Alcorão e, ao mesmo tempo, recebem treinamento físico rigoroso aprendendo a sobreviver vários dias sem água e alimentos.

"Se, por exemplo, há entre 30 e 35 'escolas jihad' cada uma forma de mil a 2.000 estudantes", disse Rehmatullah Kakazada, cônsul geral do Taleban em Karachi, sul do Paquistão.

No Paquistão, as 10 mil escolas que usam o Alcorão estão espalhadas pelo país e formam militantes islamitas. Porém nenhuma delas se assemelha às escolas do Afeganistão, diz Kakazada. No entanto, professores paquistaneses vão ao Afeganistão dar cursos para as escolas da seita muçulmana sunita dos Deobandi, à qual pertence a maioria dos afegãos.

A maior parte dos talebans no Afeganistão, incluindo os governantes, estudou ou estuda em escolas paquistanesas que pregam o Alcorão. Os estudantes dessas escolas passam de três a oito anos estudando o livro sagrado, as palabras do profeta Maomé, a língua árabe e informática.

Muitos deles se lançaram à "guerra santa" contra os soviéticos entre 1979 e 1989 e se preparam agora para lutar contra os Estados Unidos. "Estão prontos", assegura Aminullah Shah, chefe de um grupo islamita radical, que calcula em 70 mil o número de estudantes formados nessas escolas.

Nizamuddin Shamazai, o dirigente religioso da maior escola muçulmana no Paquistão, a Jamia-ul-Uloom-ul-Islamia, pediu a seus alunos para tomar o controle dos aeroportos caso o governo do Paquistão autorize a entrada dos Estados Unidos.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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