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26/09/2001
-
11h57
da France Presse, em Ierevan (Armênia)
O papa João Paulo 2º causou polêmica hoje ao lembrar em Ierevan (Armênia) as vítimas do massacre de armênios acontecido em 1915. Ele absteve-se de usar a palavra genocídio para se referir ao acontecimento, que ainda causa comoção na Armênia.
Durante uma oração lida em inglês no memorial de Sitsernakaberd, na presença do católico Karekin 2º e do presidente armênio, Robert Kocharian, o papa mencionou o Metz Yeghern (Grande Desastre), expressão usada pelos armênios para se referir ao genocídio.
Mas João Paulo 2º não chegou a usar este último termo, que aparece em uma declaração conjunta do Vaticano e da Igreja Católica armênia de novembro de 2000.
João Paulo 2º falou sobre a "violência terrível" que atingiu os armênios e citou o papa Benedicto 15, que em 1915 defendeu "o povo armênio, à beira da aniquilação". Fontes ligadas ao Vaticano, que não quiseram se identificar, atribuíram hoje a pressões diplomáticas turcas o discurso do papa, que causou uma certa decepção entre os armênios presentes, principalmente entre aqueles que vieram do exterior.
Cerca de 1,5 milhão de armênios foram assassinados em 1915, sob o Império Otomano. A Turquia fala em 300 mil mortes, "em meio às deportações durante a Primeira Guerra Mundial". O genocídio foi reconhecido pelos parlamentos de França e Itália.
"Se usar o termo genocídio, nos deixará satisfeitos", disse o bispo apostólico armênio de Lyon (França)", monsenhor Norvan Zakharian. A jornalista de Paris Jocelyne Devedjian, que faz uma visita particular com outros 40 representantes da comunidade armênia da França, mostrou-se mais amarga. "Não valia a pena o Papa vir aqui sem pronunciar a palavra genocídio", disse.
Mas essa não era a opinião do cantor de orgigem armênia Charles Aznavour, que interpretou Ave Maria" diante do Papa. "Sou otimista, a visita de João Paulo 2º me traz esperança. Já houve reconhecimentos do genocídio no mundo. A visita do Papa poderá dar origem a outros e, finalmente, ao do povo turco", disse Aznavour, que se emocionou enquanto cantava.
Um jovem de Ierevan Emil Danielyan também se disse satisfeito. "A expressão 'Metz Yeghern' tem para os armênios o mesmo significado que 'Shoah' para os judeus. O papa falou de genocídio em armênio", disse.
Vários religiosos católicos armênios davam explicações sobre a prudência de João Paulo 2º, relacionando-a à preocupação de não causar problemas aos 60 mil armênios que vivem na Turquia.
Leia mais no especial João Paulo 2º
Papa causa polêmica por não usar a palavra genocídio
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O papa João Paulo 2º causou polêmica hoje ao lembrar em Ierevan (Armênia) as vítimas do massacre de armênios acontecido em 1915. Ele absteve-se de usar a palavra genocídio para se referir ao acontecimento, que ainda causa comoção na Armênia.
Durante uma oração lida em inglês no memorial de Sitsernakaberd, na presença do católico Karekin 2º e do presidente armênio, Robert Kocharian, o papa mencionou o Metz Yeghern (Grande Desastre), expressão usada pelos armênios para se referir ao genocídio.
Mas João Paulo 2º não chegou a usar este último termo, que aparece em uma declaração conjunta do Vaticano e da Igreja Católica armênia de novembro de 2000.
João Paulo 2º falou sobre a "violência terrível" que atingiu os armênios e citou o papa Benedicto 15, que em 1915 defendeu "o povo armênio, à beira da aniquilação". Fontes ligadas ao Vaticano, que não quiseram se identificar, atribuíram hoje a pressões diplomáticas turcas o discurso do papa, que causou uma certa decepção entre os armênios presentes, principalmente entre aqueles que vieram do exterior.
Cerca de 1,5 milhão de armênios foram assassinados em 1915, sob o Império Otomano. A Turquia fala em 300 mil mortes, "em meio às deportações durante a Primeira Guerra Mundial". O genocídio foi reconhecido pelos parlamentos de França e Itália.
"Se usar o termo genocídio, nos deixará satisfeitos", disse o bispo apostólico armênio de Lyon (França)", monsenhor Norvan Zakharian. A jornalista de Paris Jocelyne Devedjian, que faz uma visita particular com outros 40 representantes da comunidade armênia da França, mostrou-se mais amarga. "Não valia a pena o Papa vir aqui sem pronunciar a palavra genocídio", disse.
Mas essa não era a opinião do cantor de orgigem armênia Charles Aznavour, que interpretou Ave Maria" diante do Papa. "Sou otimista, a visita de João Paulo 2º me traz esperança. Já houve reconhecimentos do genocídio no mundo. A visita do Papa poderá dar origem a outros e, finalmente, ao do povo turco", disse Aznavour, que se emocionou enquanto cantava.
Um jovem de Ierevan Emil Danielyan também se disse satisfeito. "A expressão 'Metz Yeghern' tem para os armênios o mesmo significado que 'Shoah' para os judeus. O papa falou de genocídio em armênio", disse.
Vários religiosos católicos armênios davam explicações sobre a prudência de João Paulo 2º, relacionando-a à preocupação de não causar problemas aos 60 mil armênios que vivem na Turquia.
Leia mais no especial João Paulo 2º
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