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28/09/2001 - 18h55

Veja como foi o aniversário da Intifada em algumas regiões árabes

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CONSTANÇA TATSCH
da Folha Online

O aniversário de uma ano da Intifada (revolta popular palestina) foi marcado hoje por diferentes tipos de manifestações e reflexões do povo árabe. Jornais da região divulgaram artigos sobre a causa palestina, mantendo o tom crítico em relação a Israel e pedindo apoio à Intifada.

O levante teve início com a visita de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita ao governo de Ehud Barak, à Esplanada das Mesquitas (lugar sagrado para muçulmanos e judeus em Jerusalém Oriental), em 28 de setembro de 2000, e que foi encarada pelo povo árabe como uma provocação. A revolta já deixou mais de 800 mortos, em sua maioria palestinos.

A data de hoje também marca o fim da ocupação israelense em Beirute, ocorrida em 28 de setembro de 1982, há exatos 19 anos.

Além dos 12 meses da Intifada, os ataques terroristas nos Estados Unidos aparecem como destaque nos artigos e análises dos principais jornais de língua árabe (com versão em inglês).

Neles, as críticas ao atentado sofrido pelos EUA em 11 de setembro aparecem como uma forma de incentivar a união entre os povos árabes, embora os americanos sejam criticados pelo suposto apoio a Israel. Veja como foi o dia em algumas regiões árabes no aniversário da Intifada:

Gaza
Mais de mil palestinos protestaram em Gaza, em resposta a uma convocação do movimento islâmico palestino Hamas. Os manifestantes pediram a "continuação da resistência e da Intifada até o fim da ocupação israelense nos territórios palestinos".

Jerusalém
Ainda hoje, cerca de 10 mil palestinos participaram, em meio a momentos de tensão, da oração semanal muçulmana em Jerusalém, na Esplanada das Mesquitas, apesar das severas medidas de segurança impostas pela polícia israelense, tomadas ontem ao entardecer, quando teve início o Dia do Perdão, sagrado para os judeus.

Líbano
No Líbano, mais de 200 palestinos, acompanhados por ministros e líderes de diferentes organizações, se reuniram em frente ao prédio da ONU (Organização das Nações Unidas) para dar apoio à Intifada. O secretário-geral da milícia islâmica Hizbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, pediu aos árabes e aos muçulmanos para não deixar que a Intifada perca força ou seja atingida por sentimentos de culpa.

Síria
Na Síria, centenas de pessoas, entre elas sírios e palestinos, organizaram uma passeata silenciosa no centro de Damasco. O comitê popular árabe sírio de apoio à Intifada recolheu desde junho passado US$ 3,5 milhões que devem ser entregues diretamente à Autoridade Palestina, e que serão destinados ao auxílio de desempregados, desabrigados, estudantes e inválidos.

Irã
Pelo menos 5.000 iranianos fizeram uma passeata de apoio à revolta partindo da universidade de Teerã rumo ao edifício que abrigava a embaixada israelense no país e que, atualmente, abriga a representação palestina.

Egito
No Egito, onde a Intifada virou tema de filmes e músicas, os jornais deram destaque ao aniversário da revolta popular com artigos e editoriais, nos quais criticam a postura dos Estados Unidos _considerada totalmente pró-Israel. O jornal "Al-Ahram" afirma que "a causa palestina ocupa um espaço crucial no coração e na mente do povo árabe".

Iraque
Um porta-voz do governo iraquiano disse hoje que "agora os árabes têm a chance de se unir à revolta popular" e afirmou que "misturar terrorismo com árabes e muçulmanos reflete a visão imperialista do Ocidente e dos que são a favor do sionismo (o movimento sionista defende o estabelecimento de um Estado judeu _Israel_ na antiga Palestina)".

  • Com agências internacionais

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