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07/10/2001 - 03h36

Escuta em satélite opera à margem da lei

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da Folha de S.Paulo, em San Francisco

Mais invasivo do que o grampo eletrônico Carnivore, um sistema de vigilância planetária, criado à margem da lei, está em plena operação. Chama-se Echelon (em inglês, pronuncia-se "échelon"). Trata-se de uma colaboração entre EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Esses países dizem, oficialmente, que o Echelon não existe. Mas investigação do Parlamento Europeu, concluída em maio, diz que "não há dúvida" de que a super-rede está ativa. Ela é administrada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA -instituição militar tão secreta que, fundada em 1952, passou anos negando a própria existência.

O Echelon espiona tráfego via satélite -sinais de rádio e TV, ligações telefônicas e de fax e e-mail. Diferentemente do Carnivore, que visa usuários específicos, o Echelon usa um imenso poder tecnológico para procurar palavras-chave. "Plutônio", "bomba" e "drogas", por exemplo.

Observadores avaliam que algumas das ligações entre simpatizantes de Osama bin Laden, depois dos atentados, foram interceptadas pelo sistema Echelon. Mas o sistema se mostrou inútil na prevenção dos ataques.

"O Echelon é um sistema que não presta contas a ninguém", disse à Folha Yaman Akdeniz, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Leeds (Reino Unido) e diretor da Cyber-Rights and Cyber-Liberties, entidade de defesa de liberdades civis.

Segundo o especialista, "ninguém é contra a interceptação de informação, mas ela deve ser feita com alvos específicos, e não simplesmente de forma genérica".

A comissão do Parlamento Europeu já investigou, sem sucesso, a denúncia de um ex-diretor da CIA, o serviço de inteligência americano, de que o Echelon estava sendo usado em espionagem industrial, para beneficiar companhias dos EUA.

O Parlamento Europeu recomendou que fossem criados novos sistemas de codificação de e-mails pela internet. Para a comissão, com o Echelon, enviar um e-mail comum "é como mandar uma carta sem envelope".

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
 

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