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22/06/2007 - 22h05

Premiê palestino deposto pede reunião com Fatah neste sábado

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da Folha Online

O líder do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, ex-premiê do governo de união palestino dissolvido na última semana, convocou nesta sexta-feira um encontro com a facção rival Fatah. De acordo com o jornal israelense "Haaretz", Haniyeh pediu uma reunião neste sábado para discutir a crise entre as lideranças palestinas, que opõe o Hamas em Gaza ao governo emergencial criado pelo Fatah na Cisjordânia.

20.jun.2007/AP
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusa Hamas de tentar assassiná-lo
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusa Hamas de tentar assassiná-lo

Antes do apelo do Hamas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, líder do Fatah, rechaçou qualquer diálogo com o grupo islâmico, que ele acusa de planejar seu assassinato e lançar um golpe de Estado na faixa de Gaza. Não há no momento indicação de que o encontro vá ocorrer.

O Hamas nega as acusações de Abbas e o acusou hoje de participar de uma conspiração liderada pelos Estados Unidos para derrubar o governo democraticamente eleito pelos palestinos. O grupo islâmico venceu as eleições palestinas em janeiro de 2006.

"A solução para a crise atual é retomar o diálogo palestino sem nenhuma pré-condição", disse Haniyeh hoje, citado pelo "Haaretz". Segundo o líder, o diálogo deveria ser lançado "sem a noção de vencedor e perdedor, sem prejudicar ninguém e com base no governo de unidade nacional".

Mais cedo nesta sexta-feira, o porta-voz do Hamas Salah Bardawil criticou a reunião planejada para a próxima segunda-feira (21) no Egito entre Abbas e o premiê israelense, Ehud Olmert. Bardawil disse que Abbas não poderá destruir a soberania do Hamas.

O Hamas e o Fatah --partidos políticos que possuem braço armado-- dividiam até a última semana o poder em um governo de coalizão, mas romperam o acordo em meio a uma onda de violência que deixou mais de cem mortos em Gaza.

Enquanto o Hamas tomou, à força, o controle da faixa, Abbas destituiu o grupo do poder e criou um gabinete de emergência na Cisjordânia. Na prática, os dois grupos mantêm seu poder, mas cada um em um território.

Crise no Fatah

Também nesta sexta-feira, Abbas afastou um alto chefe de segurança do Fatah acusado de falhar na prevenção contra a tomada da faixa de Gaza pelo Hamas, em 14 de junho.

Arte Folha Online

Abbas divulgou um decreto no qual demitiu Rashid Abu Shbak, chefe da segurança interna e do Fatah, dizendo que ele está "afastado das funções de diretor-geral" da segurança. No anúncio, Abbas não deixa claro se a demissão teve relação com as críticas a Shbak.

Na quarta-feira (20), na primeira declaração pública após a tomada de Gaza pelo Hamas, Abbas chamou o Hamas de "terrorista assassino" e acusou o grupo de tentar assassiná-lo.

"Não há diálogo com estes terroristas assassinos [do Hamas]", disse Abbas em discurso na TV, acusando o grupo islâmico de empreender um "golpe".

Segundo ele, o Hamas tentou assassiná-lo durante visita a Gaza em maio, cavando um túnel em uma estrada por onde ele passaria, onde seriam colocados explosivos. O presidente palestino diz ter recebido gravações de vídeo que mostrariam a preparação do atentado.

Abbas disse ainda que tentou impedir o conflito por meio do "diálogo contínuo", mas que o que se vê são "assassinatos de líderes da segurança palestina do Fatah em Gaza".

Segundo ele, o conflito continua. "É uma luta entre o projeto nacional e este pequeno reino estabelecido em Gaza entre aqueles que vem usando o assassinato para atingir seus objetivos [em referência ao Hamas], e aqueles que utilizam as leis", afirmou ele.

Governo emergencial

O economista independente Salam Fayyad foi apontado como novo premiê por Abbas e tomou posse neste domingo (18).

Com o Hamas fora do governo, os EUA e a União Européia (UE) anunciaram o fim do bloqueio financeiro e político aos palestinos.

A suspensão do embargo dos EUA foi anunciada pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e fortalece o governo de emergência formado por Abbas, considerado mais moderado.

Diálogo de paz

Em seu discurso na quarta-feira, Abbas afirmou que, apesar da crise, as conversas de paz com Israel devem ser retomadas.

"A atmosfera não impede um reinício das negociações. Nós esperamos que a comunidade internacional contribua, assim como o Quarteto--para o Oriente Médio, para organizar uma conferência pela paz mundial que leve ao diálogo entre palestinos e israelenses".

Abbas pediu que o Conselho Nacional Palestino, órgão vinculado à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), apóie o governo de emergência e expediu um decreto que anula o poder do Parlamento de aprovar ou desaprovar o gabinete palestino.

O Parlamento palestino é dominado pelo Hamas, que venceu as eleições legislativas de janeiro de 2006.

O Conselho Nacional Palestino, que é presidido por Abbas, não se reúne desde 2004.

Com Associated Press, Reuters e "Haaretz"

 

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