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25/06/2007 - 14h15

Líderes árabes discutem crise palestina com Olmert no Egito

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da Folha Online

Com o objetivo de fortalecer o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e conter o poder do movimento radical islâmico Hamas, líderes árabes e israelenses se reuniram em uma cúpula no Egito nesta segunda-feira. A reunião parece ter criado um bloco árabe moderado para atuar ao lado de Israel contra os grupos considerados radicais no Oriente Médio.

Yonathan Weitzman/Reuters
Ehud Olmert se reune hoje com líderes árabes para tentar conter o poder do Hamas
Ehud Olmert se reune hoje com líderes árabes para tentar conter o poder do Hamas

A cúpula ocorre pouco depois que o Hamas tomou o controle da faixa de Gaza e expulsou a facção palestina rival Fatah, da qual Abbas é líder, do território. O resultado foi um racha nas lideranças palestinas, com Abbas destituindo o Hamas do governo de coalizão e formando um gabinete emergencial na Cisjordânia. Na prática, Hamas e Fatah, que possuem braços armados e políticos, se mantêm no poder, mas cada um em um território.

Agora, Abbas, o premiê israelense, Ehud Olmert, o rei Abdullah 2º, da Jordânia, e o presidente do Egito, Hosni Mubarak, discutem na cúpula uma forma de conter o Hamas por meio de avanços no processo de paz no Oriente Médio que isolariam o grupo.

Antes da reunião, foi liberado um arquivo de áudio no qual o soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado há cerca de um ano por palestinos supostamente ligados ao Hamas, pede a Israel que feche um acordo para sua libertação. Também hoje, a rede terrorista Al Qaeda divulgou um vídeo pedindo apoio de todos os muçulmanos ao Hamas. As ações aparentemente tentam resistir aos esforços de enfraquecer o grupo radical.

Reuniões

Ehud Olmert realizou negociações separadas com o presidente do Egito e Abbas. O rei da Jordânia chegou mais tarde ao balneário egípcio de Sharm el Sheik, onde ocorre a cúpula, para participar de um encontro entre os quatro líderes na noite de hoje.

Os árabes estão pressionando Israel para tirar vantagem da expulsão do Hamas do governo oficial palestino para avançar rapidamente no processo de paz com os palestinos, segundo a agência Associated Press.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, afirmou no entanto que negociações de paz não podem ocorrer até que os palestinos acabem com a divisão das lideranças. Palmor afirmou que Abbas precisa ganhar o "apoio total dos palestinos que votaram no Hamas". O grupo islâmico venceu as eleições democráticas palestinas em janeiro de 2006.

"Obviamente se há mais de um representante dos palestinos não podemos negociar um acordo", disse o porta-voz. "Precisamos de um único interlocutor, autorizado e reconhecido."

Na mesma linha, Olmert minou as esperanças de grandes concessões por parte de Israel neste momento. Ainda assim, ele disse que a cúpula mostra que todos os lados possuem "um desejo verdadeiro de construir um processo de paz".

Em Gaza

O Hamas se pronunciou contra a cúpula. Em Gaza, neste domingo, o premiê palestino deposto, Ismail Haniyeh, afirmou que o encontro era uma "ilusão" e uma "miragem".

15.jun.2006/AP
Na foto, Ismail Haniyeh, do Hamas, que ainda controla Gaza
Na foto, Ismail Haniyeh, do Hamas, que ainda controla Gaza

"Os americanos não vão nos dar nada. Israel não vai nos dar nada. Nossa terra, nossa nação não vai voltar a não ser por meio de nossa resistência", afirmou o líder do Hamas.

Nesta terça-feira, o presidente do Egito deverá se reunir separadamente com o rei da Jordânia para tentar organizar uma frente árabe de apoio a Abbas.

Para a Associated Press, Mubarak está com medo de que uma liderança do Hamas em Gaza, na fronteira com o Egito, possa fortalecer sua própria oposição islâmica, o grupo banido Irmandade Muçulmana ("Muslim Brotherhood").

Já Abdullah teme que o conflito entre o Hamas e o Fatah possa se espalhar para a Cisjordânia e atingir a Jordânia, onde cerca de metade da população é palestina.

Ambos temem ainda que Gaza forme uma nova frente aliada ao Irã no Oriente Médio.

Com Associated Press e Reuters

 

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