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08/10/2001
-
03h21
SANDRA AISEN
free-lance para a Folha, de Jerusalém
Israel qualificou o ataque americano ao Afeganistão de uma decisão corajosa, e autoridades do governo reiteraram que o país não pretende se envolver no conflito.
"Israel e o primeiro-ministro desejam boa sorte às forças que estão no momento conduzindo essa guerra contra o terrorismo", afirmou Raanan Gissin, porta-voz do premiê Ariel Sharon.
"É uma decisão corajosa do presidente, acompanhada de um pronunciamento muito convincente e tocante", afirmou o ministro das Relações Exteriores israelense, Shimon Peres, após ouvir o discurso de George W. Bush.
Sharon foi avisado do ataque pouco antes de seu início por um telefonema do presidente dos EUA. "O primeiro-ministro desejou sucesso a Bush, ao povo americano e às forças que estão em campo", afirmou Arnon Perlman, assessor do premiê.
Segundo Perlman, Israel está dando apoio de inteligência e logístico aos EUA, mas "não está envolvido nessa guerra".
Segundo fontes da área de segurança, Israel teria solicitado aos EUA que avisassem sobre o início dos ataques com a maior antecedência possível para que o país pudesse estar preparado.
Apesar de o governo ter afirmado não haver ameaça direta a Israel e ter evitado alarmar a população, o país teme se ver envolvido. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, o Iraque lançou mísseis Scud contra cidades israelenses.
O objetivo era provocar uma resposta israelense e comprometer o apoio de países árabes à coalizão então montada pelos EUA para forçar o Iraque a desocupar o Kuait. Mas os EUA pressionaram Israel a não se envolver.
Desta vez, Israel também deve ficar de fora da operação liderada pelos EUA. "Não há ameaça contra Israel, e esta é uma guerra da qual Israel não está participando", disse Tzippi Livni, integrante do gabinete ministerial de Sharon. "Eu não recomendaria reconstruirmos a situação de 1991 porque isso não é o que está acontecendo", afirmou a ministra.
Desde os atentados terroristas de 11 de setembro, houve um crescimento significativo da procura por máscaras de gás em centros de distribuição em Israel.
"Isso me lembra 1991. Parece que eu já vi essa cena", disse a professora israelense Nina Hacker, 39. "Mas não estou nervosa. A vida continua." Não havia sinais de medidas especiais de segurança em Israel logo após o início da operação. Segundo a rádio Israel, Sharon deveria se encontrar com assessores militares ainda ontem.
Em pronunciamento divulgado ontem por uma TV árabe, Bin Laden disse que os EUA não voltariam a sonhar com segurança enquanto "a paz não reinasse na Palestina". Na semana passada, Sharon irritou a Casa Branca ao dizer que Israel não aceitaria acordos dos EUA com países árabes "a custa de Israel". Bush disse que considerava os comentários "inaceitáveis", e o premiê recuou.
A Autoridade Nacional Palestina afirmou que não haveria reação ontem de seu presidente, Iasser Arafat. Em Ramallah, na Cisjordânia, o grupo extremista islâmico Hamas qualificou a ofensiva dos EUA como "puro terrorismo contra pessoas inocentes".
Um israelense morreu ontem em um atentado suicida realizado por um palestino no norte de Israel. Os EUA fazem pressão sobre palestinos e israelenses para que seja cumprida uma trégua, acertada no final de setembro, temendo que a morte de palestinos possa alimentar o discurso anti-EUA, maior aliado de Israel, nos países islâmicos.
Leia mais no especial sobre os ataques ao Afeganistão
Leia mais no especial sobre Taleban
Leia mais no especial sobre Paquistão
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Israel manifesta apoio aos EUA, mas evita se envolver
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free-lance para a Folha, de Jerusalém
Israel qualificou o ataque americano ao Afeganistão de uma decisão corajosa, e autoridades do governo reiteraram que o país não pretende se envolver no conflito.
"Israel e o primeiro-ministro desejam boa sorte às forças que estão no momento conduzindo essa guerra contra o terrorismo", afirmou Raanan Gissin, porta-voz do premiê Ariel Sharon.
"É uma decisão corajosa do presidente, acompanhada de um pronunciamento muito convincente e tocante", afirmou o ministro das Relações Exteriores israelense, Shimon Peres, após ouvir o discurso de George W. Bush.
Sharon foi avisado do ataque pouco antes de seu início por um telefonema do presidente dos EUA. "O primeiro-ministro desejou sucesso a Bush, ao povo americano e às forças que estão em campo", afirmou Arnon Perlman, assessor do premiê.
Segundo Perlman, Israel está dando apoio de inteligência e logístico aos EUA, mas "não está envolvido nessa guerra".
Segundo fontes da área de segurança, Israel teria solicitado aos EUA que avisassem sobre o início dos ataques com a maior antecedência possível para que o país pudesse estar preparado.
Apesar de o governo ter afirmado não haver ameaça direta a Israel e ter evitado alarmar a população, o país teme se ver envolvido. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, o Iraque lançou mísseis Scud contra cidades israelenses.
O objetivo era provocar uma resposta israelense e comprometer o apoio de países árabes à coalizão então montada pelos EUA para forçar o Iraque a desocupar o Kuait. Mas os EUA pressionaram Israel a não se envolver.
Desta vez, Israel também deve ficar de fora da operação liderada pelos EUA. "Não há ameaça contra Israel, e esta é uma guerra da qual Israel não está participando", disse Tzippi Livni, integrante do gabinete ministerial de Sharon. "Eu não recomendaria reconstruirmos a situação de 1991 porque isso não é o que está acontecendo", afirmou a ministra.
Desde os atentados terroristas de 11 de setembro, houve um crescimento significativo da procura por máscaras de gás em centros de distribuição em Israel.
"Isso me lembra 1991. Parece que eu já vi essa cena", disse a professora israelense Nina Hacker, 39. "Mas não estou nervosa. A vida continua." Não havia sinais de medidas especiais de segurança em Israel logo após o início da operação. Segundo a rádio Israel, Sharon deveria se encontrar com assessores militares ainda ontem.
Em pronunciamento divulgado ontem por uma TV árabe, Bin Laden disse que os EUA não voltariam a sonhar com segurança enquanto "a paz não reinasse na Palestina". Na semana passada, Sharon irritou a Casa Branca ao dizer que Israel não aceitaria acordos dos EUA com países árabes "a custa de Israel". Bush disse que considerava os comentários "inaceitáveis", e o premiê recuou.
A Autoridade Nacional Palestina afirmou que não haveria reação ontem de seu presidente, Iasser Arafat. Em Ramallah, na Cisjordânia, o grupo extremista islâmico Hamas qualificou a ofensiva dos EUA como "puro terrorismo contra pessoas inocentes".
Um israelense morreu ontem em um atentado suicida realizado por um palestino no norte de Israel. Os EUA fazem pressão sobre palestinos e israelenses para que seja cumprida uma trégua, acertada no final de setembro, temendo que a morte de palestinos possa alimentar o discurso anti-EUA, maior aliado de Israel, nos países islâmicos.
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