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01/07/2007 - 02h18

Chávez diz que está disposto a retirar pedido de ingresso no Mercosul

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da Efe, em Caracas

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou hoje em Teerã que está disposto a "retirar a solicitação" de entrada no Mercosul "se a direita latino-americana persistir em suas pressões" para impedir a adesão do país ao bloco.

Chávez acrescentou que seu Governo "não está desesperado para entrar em um velho Mercosul, que não quer mudar", informou um comunicado do Ministério de Comunicação e Informação divulgado em Caracas.

"Se não podemos entrar no Mercosul porque a direita brasileira tem mais força, então nos retiramos. (...) Eu mesmo sou capaz de retirar a solicitação" de ingresso no bloco, afirmou o presidente venezuelano a jornalistas no hotel no qual está hospedado em Teerã, durante sua visita oficial ao Irã.

Alguns parlamentares de Brasil e Uruguai anunciaram sua intenção de frear a entrada da Venezuela no Mercosul por causa da decisão de Chávez de não renovar a concessão da rede "Radio Caracas Televisión" ("RCTV").

A Venezuela assinou em julho de 2006 o protocolo de adesão ao Mercosul, e o processo de ingresso inclui a aprovação dos Parlamentos dos membros plenos do bloco: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.

Chávez argumentou que "não vê problemas" em se retirar do Mercosul, porque a prioridade de seu Governo é "construir um modelo de desenvolvimento próprio e fortalecer a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) como novo esquema de união entre os povos".

A Alba é uma proposta de Chávez que já foi amparada por Cuba, Bolívia e Nicarágua, que promove uma integração regional baseada na solidariedade e complementaridade e que foi apresentada em contraposição à Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), promovida pelos Estados Unidos.

O presidente venezuelano reiterou suas críticas contra o "modelo neoliberal capitalista e de concorrência feroz" que, segundo sua opinião, guia o Mercosul, e insistiu em que o bloco deve ser "reformado".

Chávez perguntou "que Mercosul é esse" no qual "o Uruguai se queixa de não poder vender produtos, como o arroz, ao Brasil, por isso o presidente Tabaré Vázquez agradeceu publicamente por ter um bom 'vizinho' que compra o produto, como é o Irã".

O vice-presidente venezuelano, Jorge Rodríguez, disse na sexta-feira na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada no Paraguai, que a presença da Venezuela na reunião "obedece à vocação indeclinável do Governo do presidente Chávez na busca da integração, apesar de todos os obstáculos e manipulações que se tentaram apresentar", informou um comunicado oficial.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, admitiu no dia 17 que o caso "RCTV" "talvez" pudesse impedir "por um tempo" o ingresso da Venezuela no Mercosul, bloco comercial fundado em 1991 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

A não-renovação da concessão da "RCTV", em 27 de maio, foi rejeitada por associações de imprensa e setores políticos opositores venezuelanos e de alguns países latino-americanos e europeus.

 

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