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09/10/2001
-
16h01
GIULIANA ROVAI
da Folha Online
Uma carta endereçada à atriz Jennifer Lopez e que foi entregue no prédio American Media, onde fica o jornal "The Sun", em Boca Raton, na Flórida, pode ter levado a bactéria antraz ao local.
De acordo com a revista "Newsweek", uma semana antes dos atentados terroristas de 11 de setembro, o jornal recebeu uma carta endereçada à atriz, que foi aberta por pessoas da redação do jornal "The Sun". No entanto, dentro do envelope havia, além da carta, uma substância parecida com sabão em pó.
Coincidentemente, duas das pessoas que manusearam a carta foram contaminadas pela bactéria, o editor de fotografia do jornal, Robert Stevens, 63, que morreu na sexta-feira (5), e Ernesto Blanco -que trabalhava no mesmo andar de Stevens- e teve ontem a confirmação de que também está contaminado por antraz. Ele está hospitalizado.
Hoje, em princípio, os investigadores não descartaram a possibilidade de que a bactéria tenha chegado ao prédio por meio de uma carta. No entanto, mais tarde, o FBI (polícia federal dos EUA) disse que não há sinais de ação criminosa nos casos da contaminação por antraz. Um porta-voz do FBI, que não teve a identidade revelada, afirmou que "nem de longe foram encontrados sinais de crime no caso". As investigações ainda não foram encerradas.
Para especialistas, no entanto, a dupla contaminação é no mínimo "estranha". Matthew Meselson, especialista em guerra bacteriológica da universidade de Harvard, diz que "um caso de contaminação é muito raro; dois casos são uma enorme coincidência, que não corresponde a uma contaminação natural".
O médico Landis Crockett, do departamento de Saúde da Flórida, também concorda que seja "altamente improvável que ocorram casos de antraz em um mesmo local. "A possibilidade é uma entre bilhões. Deve haver outra explicação , disse Crockett.
O chefe do serviço de enfermidades infecciosas do hospital Nemours, em Orlando, Michael Muszynski, diz que "não é improvável pensar que pode ter sido enviada pelo correio, pode-se elaborar todo o tipo de hipótese atualmente".
O senador do Estado da Flórida, Bob Graham, disse que a possibilidade de que a bactéria tenha sido espalhada "sem intervenção humana é praticamente nula". Graham chegou a essa conclusão depois de conversar com o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Enfermidades de Atlanta, Jeffrey Koplan. "Estou preocupado, mas não existem razões para vincular os casos de antraz com os atentados de 11 de setembro, disse Graham.
Hoje, parte dos 300 funcionários que trabalham no prédio American Media Inc estão fazendo exames para detectar a presença da bactéria. Eles também foram medicados com antibióticos por precaução.
O prédio foi fechado ontem para que fossem realizadas as investigações. O secretário de Saúde da Flórida, John Agwunobi, afirmou que está em curso "uma intensa investigação, mas ainda sem conclusões".
No século 20, apenas 18 casos de antraz foram registrados nos Estados Unidos, e a última morte ocorreu há 25 anos.
Com agências internacionais
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Carta endereçada a Jennifer López pode ter transmitido antraz
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da Folha Online
Uma carta endereçada à atriz Jennifer Lopez e que foi entregue no prédio American Media, onde fica o jornal "The Sun", em Boca Raton, na Flórida, pode ter levado a bactéria antraz ao local.
De acordo com a revista "Newsweek", uma semana antes dos atentados terroristas de 11 de setembro, o jornal recebeu uma carta endereçada à atriz, que foi aberta por pessoas da redação do jornal "The Sun". No entanto, dentro do envelope havia, além da carta, uma substância parecida com sabão em pó.
Coincidentemente, duas das pessoas que manusearam a carta foram contaminadas pela bactéria, o editor de fotografia do jornal, Robert Stevens, 63, que morreu na sexta-feira (5), e Ernesto Blanco -que trabalhava no mesmo andar de Stevens- e teve ontem a confirmação de que também está contaminado por antraz. Ele está hospitalizado.
Hoje, em princípio, os investigadores não descartaram a possibilidade de que a bactéria tenha chegado ao prédio por meio de uma carta. No entanto, mais tarde, o FBI (polícia federal dos EUA) disse que não há sinais de ação criminosa nos casos da contaminação por antraz. Um porta-voz do FBI, que não teve a identidade revelada, afirmou que "nem de longe foram encontrados sinais de crime no caso". As investigações ainda não foram encerradas.
Para especialistas, no entanto, a dupla contaminação é no mínimo "estranha". Matthew Meselson, especialista em guerra bacteriológica da universidade de Harvard, diz que "um caso de contaminação é muito raro; dois casos são uma enorme coincidência, que não corresponde a uma contaminação natural".
O médico Landis Crockett, do departamento de Saúde da Flórida, também concorda que seja "altamente improvável que ocorram casos de antraz em um mesmo local. "A possibilidade é uma entre bilhões. Deve haver outra explicação , disse Crockett.
O chefe do serviço de enfermidades infecciosas do hospital Nemours, em Orlando, Michael Muszynski, diz que "não é improvável pensar que pode ter sido enviada pelo correio, pode-se elaborar todo o tipo de hipótese atualmente".
O senador do Estado da Flórida, Bob Graham, disse que a possibilidade de que a bactéria tenha sido espalhada "sem intervenção humana é praticamente nula". Graham chegou a essa conclusão depois de conversar com o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Enfermidades de Atlanta, Jeffrey Koplan. "Estou preocupado, mas não existem razões para vincular os casos de antraz com os atentados de 11 de setembro, disse Graham.
Hoje, parte dos 300 funcionários que trabalham no prédio American Media Inc estão fazendo exames para detectar a presença da bactéria. Eles também foram medicados com antibióticos por precaução.
O prédio foi fechado ontem para que fossem realizadas as investigações. O secretário de Saúde da Flórida, John Agwunobi, afirmou que está em curso "uma intensa investigação, mas ainda sem conclusões".
No século 20, apenas 18 casos de antraz foram registrados nos Estados Unidos, e a última morte ocorreu há 25 anos.
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