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09/07/2007 - 16h24

Casa Branca nega debater retirada de tropas do Iraque

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da Folha Online

O governo americano negou nesta segunda-feira que esteja considerando o início da retirada de tropas do Iraque e garantiu que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, não tem planos para uma saída iminente dos soldados. "Não há nenhum debate neste momento sobre uma retirada imediata de tropas do Iraque", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, em sua entrevista coletiva diária.

Arte Folha Online

Na edição desta segunda-feira, o jornal "The New York Times" afirma que a Casa Branca abriu um debate interno sobre o assunto ante o temor de que as últimas bases de apoio à guerra no Partido Republicano estejam desmoronando. Nas últimas duas semanas, três senadores republicanos disseram discordar da atual estratégia no Iraque e pediram um plano para o retorno gradual dos soldados.

No próximo domingo (15), o governo deverá apresentar ao Congresso dos EUA um relatório preliminar sobre o desenvolvimento da guerra depois do aumento de tropas ordenado por Bush em janeiro. O porta-voz da Casa Branca afirmou que o informe será "uma primeira imagem", já que o aumento de tropas levou um tempo até entrar em fase de plena atividade, e descartou que o documento vá estabelecer datas para retirada.

Apenas entre abril e junho, mais de 330 soldados americanos morreram no Iraque, de acordo com a agência Reuters. No total, 3.606 soldados e dezenas de milhares de iraquianos já morreram desde o início do conflito, em 2003.

Apoio republicano

Oficiais do governo americano e consultores citados pelo "New York Times" afirmam que os últimos pilares de apoio político entre senadores republicanos para a estratégia da Casa Branca no Iraque estariam ruindo.

Segundo o jornal, o debate vem aumentando entre oficiais do governo sobre maneiras de impedir que mais republicanos se coloquem contra a política de Bush no país árabe. Uma das estratégias em discussão seria o esperado anúncio do início de uma retirada gradual das tropas.

O "Times" afirma que as forças estão "convergindo contra Bush" enquanto o Senado americano prepara o início do debate sobre o futuro da guerra e seu financiamento.

Segundo o "Times", assistentes de Bush estão aconselhando o anúncio de uma missão mais limitada no Iraque para permitir a preparação da retirada.

Alerta

Autoridades iraquianas voltaram a dizer que suas próprias tropas não estão preparadas para uma retirada prematura dos soldados americanos do país, que poderia produzir um vácuo perigoso na segurança.

Ali Abbas/Efe
Ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, alertou contra retirada
Ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, alertou contra retirada

"Isso [a retirada] poderá desencadear uma guerra civil com partilha do país e guerra regional. Poderemos ver o colapso do país", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Iraque, o curdo Hoshiyar Zebari.

O vice-presidente iraquiano, Tareq al Hashemi, afirmou que os iraquianos têm o direito de tomar armas para se defenderem, mas se mostrou preocupado com a saída das tropas americanas. "Ficaria muito feliz de ver o último soldado americano partir... mas o problema é: quem vai preencher o vácuo na segurança se estas forças forem embora?"

"Nós no Iraque --não apenas o governo, mas todos os partidos políticos-- acreditamos que a presença dessas forças é necessária para impedir o aumento da violência e para que o país não entre em guerra civil", disse ainda Sadiq al Rikabi, conselheiro sênior do premiê iraquiano, Nouri al Maliki.

Violência

A tensão chega depois de um final de semana particularmente sangrento no Iraque, com um saldo de mais de 200 mortos.

No pior ataque, a explosão de um caminhão-bomba no vilarejo de Amerli (norte do Iraque) no sábado deixou ao menos 115 mortos, de acordo com as autoridades iraquianas. No entanto, dois oficiais da polícia iraquiana, Sherzad Abdullah e Abbas Mohammed Amin, apontam a morte de 150 pessoas devido ao atentado, assim com o jornal "New York Times.

O jornal afirma também que este foi "um dos mais sangrentos atentados, se não o mais, desde a invasão de 2003". Havia cerca de 4,5 toneladas de explosivos no caminhão, segundo a reportagem do jornal.

Nesta segunda-feira, a violência não deu tréguas. Ao menos nove soldados iraquianos morreram e 20 ficaram feridos na explosão de uma bomba de beira de estrada perto de Balad, 80 km ao norte de Bagdá, informou a polícia.

Na capital, duas outras bombas explodiram com poucos minutos de diferença perto do principal terminal de ônibus da cidade, no centro de Bagdá, deixando quatro mortos e 21 feridos.

Com EFE e Reuters

 

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