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12/10/2001 - 05h13

Bush diz não saber se Bin Laden está vivo ou morto

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Em sua primeira entrevista coletiva transmitida ao vivo em horário nobre de TV, o presidente norte-americano, George W. Bush, disse ontem que os cinco dias seguidos de bombardeio no Afeganistão colocaram em fuga o grupo de Osama Bin Laden e a liderança do Taleban. No entanto, o presidente reconheceu não saber se o terrorista saudita está vivo ou morto nem quanto tempo vai durar a guerra contra o terrorismo, além de ter feito sua maior manifestação de apoio à criação de um Estado palestino.

"Estamos procurando células da Al Qaeda ao redor do mundo... Pode durar um ou dois anos", disse o presidente.

Bush disse ainda que a ONU deveria liderar o processo de formação de um novo governo e a reconstrução de instituições políticas no Afeganistão depois que os militares norte-americanos deixarem o país.

Bush explicou que o foco atual dos EUA é "levar à Justiça" Bin Laden e seu grupo terrorista que se esconde no Afeganistão.

No entanto, o presidente reafirmou sua disposição de atacar militarmente outros governos que continuarem abrigando terroristas ligados à Al Qaeda e disse que os EUA estão "observando com cuidado Saddam Hussein", o ditador iraquiano.

Bin Laden
"Não sei se ele está morto ou vivo. Mas vamos levá-lo à Justiça, mais cedo ou mais tarde", disse Bush. "Mas nossa guerra não é apenas contra Bin Laden, mas contra o terrorismo."

Segundo o presidente, os bombardeios colocaram Bin Laden e seus associados "em fuga", mas ainda pode levar "um a dois anos" para levá-los à Justiça.

Taleban
"Vocês ainda têm uma segunda chance. É só capturá-lo e trazê-lo, junto com seus associados e outros criminosos que o acompanham. Ainda existe a chance de interromper o que está sendo feito ao seu país", disse Bush.

Estado palestino
Bush disse que seu apoio à criação de um Estado palestino dependia do início de um processo de paz elaborado pelo ex-senador George Mitchell que pede um cessar-fogo e medidas para fortalecer a confiança. "Acredito que deva haver um Estado palestino, cujas fronteiras seriam negociadas pelos dois lados, contanto que o Estado palestino reconheça o direito de Israel de existir."

Ampliação da guerra
Os EUA estão dispostos a atacar governos que continuarem protegendo e abrigando a Al Qaeda. "Estamos procurando células da Al Qaeda ao redor do mundo." Mas ainda existe a "possibilidade de redenção" para países que passarem a colaborar com a guerra contra o terrorismo.

Síria
Segundo Bush, o governo sírio demonstrou vontade de ajudar os EUA. "Eles conversaram conosco sobre como nos ajudar. Entendemos essa iniciativa seriamente e demos a eles a oportunidade de nos ajudar." Mas Bush espera "ação e não gestos diplomáticos" dos países dispostos a ajudar.

Saddam Hussein
"Não há dúvidas de que ele é malévolo", disse Bush, sobre o ditador iraquiano. "Estamos o vigiando com cuidado."

Reconstrução
Segundo Bush, a ONU deveria assumir o papel de reconstruir institucionalmente o Afeganistão após os ataques dos EUA.

Escudo antimísseis
Bush disse que os atentados do último dia 11 o convenceram mais ainda da necessidade de um escudo antimísseis nos EUA.

"Não existe exemplo melhor que os atentados de 11 de setembro" para mostrar os perigos pós-Guerra Fria, segundo ele.

O presidente novamente defendeu a ruptura do Tratado para Mísseis Antibalísticos, assinado em 1972 com a Rússia. "Eu já disse [ao presidente russo, Vladimir" Putin que o tratado é ultrapassado e inútil."

Novas ameaças
O presidente disse que o governo está fazendo tudo ao seu alcance para proteger a população contra novos atentados a alvos norte-americanos.

"Se recebermos informações específicas sobre possíveis ataques contra prédios ou cidades específicas, posso garantir que nosso governo fará tudo o que for possível para proteger seus cidadãos".

Leia mais:
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