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Novo ministro da Economia toma posse na Argentina
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da Folha Online
da Ansa
O novo ministro da Economia argentino, Miguel Peirano, começou nesta terça-feira seu trabalho à frente do Ministério da Economia, após a renúncia de Felisa Miceli, envolvida em uma investigação por causa de uma bolsa com dinheiro encontrada no banheiro do gabinete de Miceli.
Peirano se reuniu nesta terça-feira pela manhã com o presidente da Honda, Sho Minkeawa, em um encontro liderado pelo presidente argentino, Néstor Kirchner.
A reunião ocorreu no escritório do presidente, com participação do chefe de Gabinete, Alberto Fernández, e do ministro de Planejamento Federal, Julio De Vido.
A montadora de carros japonesa fará um investimento inicial de US$ 100 milhões para a produção de veículos na Argentina, com a criação de 800 postos de trabalho, afirmou Peirano. "É um investimento muito relevante", afirmou em entrevista coletiva na Casa do Governo.
A escolha de Peirano, que era secretário da Indústria, aconteceu nesta segunda-feira (16), depois de a ex-ministra Felisa Miceli apresentar sua renúncia, no início da investigação sobre a origem do dinheiro encontrado em seu gabinete.
A saída de Felisa aconteceu após o procurador federal Guillermo Marijuán ter pedido na segunda-feira um interrogatório da ex-ministra à Justiça.
O procurador, em um relatório de 56 páginas, expressou suspeitas sobre a suposta "origem ilícita" do dinheiro, que foi encontrado no armário do banheiro de seu escritório.
Ele também criticou Miceli por tentar interceptar, no dia em que o dinheiro foi encontrado, o boletim de ocorrência lavrado pelos policiais.
Repercussão
A decisão de Peirano assumir como novo ministro foi analisada pelo presidente da União Industrial Argentina (UIA), Miguel Lascurain. "Acreditamos muito que Peirano seguramente manterá a linha nos assuntos relacionados às políticas do presidente Néstor Kirchner", disse Lascurain a rádios locais. "Os indicadores estão muito sólidos, a chegada de Miguel Peirano não indica que vá haver mudanças", acrescentou.
O presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Luciano Miguens, afirmou nesta terça-feira que o setor espera reduzir as "diferenças" com o governo com a designação do novo ministro.
Miguens disse que Peirano "é um funcionário que conhece profundamente a atividade que lhe cabe dirigir no Estado" e acrescentou que "ele se manteve discreto durante sua gestão, mas não há dúvidas de que tenha mostrado seu conhecimento".
O ex-ministro da Economia no governo de Carlos Menem, Roque Fernández, disse considerar acertada a renúncia de Felisa, embora tenha pedido mais explicações sobre o dinheiro encontrado em seu escritório.
O presidente da Bolsa de Comércio de Buenos Aires, Adelmo Gabbi, afirmou que nos mercados internacionais "caiu muito bem a designação de um homem como Miguel Peirano" à frente do ministério da Economia. "Ontem [segunda-feira] houve uma baixa bastante significativa dos papéis argentinos nos mercados internacionais, que hoje já estão se recuperando. Isso mostra que caiu muito bem a designação de um homem como Miguel Peirano."
O caso Miceli
A ministra Felisa Miceli apresentou seu pedido de renúncia nesta segunda-feira (16), após suspeitas de envolvimento num escândalo de corrupção. Ela ocupou o cargo desde 2005, quando substituiu Roberto Lavagna, numa mudança da equipe de Kirchner.
No mês passado, durante uma inspeção de rotina de segurança, a polícia encontrou uma bolsa marrom com dinheiro num banheiro no gabinete de Miceli. Segundo a imprensa argentina, havia o equivalente a US$ 241 mil, mas porta-vozes do Ministério da Economia disseram que o valor era de quase US$ 64 mil.
Miceli alegou que a maioria do dinheiro era um empréstimo de seu irmão para que ela pudesse comprar uma casa, e que havia guardado o dinheiro do gabinete por segurança, até que pudesse depositá-lo no banco. Ela afirmou não ter infringido nenhuma lei, mas ter cometido um erro estúpido por ter deixado o montante em seu escritório.
Mas o promotor federal Guillermo Marijuan não ficou satisfeito. Nesta segunda-feira, ele pediu a abertura de inquérito contra a ministra para apurar a origem do dinheiro, sob a suspeita de que Miceli tenha escondido a bolsa para encobrir a suposta origem ilícita do montante.
A situação de Miceli se complicou com a conclusão do promotor, que afirmou ter "reunido provas suficientes" para suspeitar que a ministra incorreu no crime de "descumprimento dos deveres de funcionária pública, subtração de documento público e encobrimento".
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