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16/10/2001 - 18h04

Antraz sobrevive depois de cem anos soterrado, diz pesquisador

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da Folha Online

A bactéria antraz, que deixou os Estados Unidos em alerta depois de uma onda de contaminações, é capaz de sobreviver mais de cem anos mesmo soterrada, segundo Brian Moffat, diretor de arqueologia de uma escavação em Soutra, cidade nos arredores de Edimburgo, na Escócia.

O medo de um ataque bioterrorista com a bactéria se espalhou pelos EUA desde os ataques terroristas do dia 11 de setembro nos Estados Unidos. Desde então, uma pessoa morreu e outras 12 foram expostas ao antraz.

A equipe de Moffat encontrou esporos de antraz soterrados que sobreviveram mais de cem anos nas escavações de Soutra. "Se a bactéria ainda está ativa aqui, há razão para acreditar que ela pode sobreviver em muitos outros locais", disse o pesquisador à agência de notícias "France Presse".

Um desses locais é a pequena ilha Gruinard, a oeste da Escócia, utilizada pelo Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial para fazer testes com uma série de bombas de antraz. Foram necessários cinquenta anos para descontaminar o local.

Segundo o jornal árabe Khaleej Times, onze anos depois que as placas "Afaste-se" foram removidas, poucas pessoas ousaram visitar Gruinard, que ficou conhecida como a "ilha antraz".

Em 1941, os aliados suspeitavam que Hitler fazia testes com bombas de antraz. O governo britânico então levou pesquisadores do laboratório de Porton Down à ilha —inabitada, pequena e próxima à base militar de Loch Ewe. As cobaias dos cientistas foram 60 ovelhas colocadas em cercados e expostas à bactéria. Em poucos dias, todas morreram. No teste final, um bombardeiro britânico jogou uma bomba de antraz na ilha.

Depois dos testes, precauções dos cientistas não evitaram que o antraz chegasse à grande ilha britânica. Embora as ovelhas tivessem sido enterradas em uma caverna na ilha e cobertas com algumas toneladas de pedra, uma das carcaças foi levada para o mar durante uma tempestade.

A operação de limpeza durou quatro anos e começou em 1986, quando empreiteiras usaram canos para diluir 280 toneladas do gás venenoso formaldeído —utilizado para esterilização— na água do mar e aplicar a mistura a uma profundidade de 13,5 metros em Gruinard.

A camada superficial do solo também foi removida e fechada em containers. A ilha foi considerada segura pelo governo há dez anos. "Mas eu não arriscaria pisar em Gruinard", disse Moffat.

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