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17/10/2001
-
05h16
do "The New York Times"
Durante conversas secretas no Paquistão, um líder do Taleban pediu que os americanos suspendam os bombardeios para que a ala moderada da milícia islâmica possa convencer o mulá Mohamad Omar a entregar Osama bin Laden. Os EUA recusaram a proposta, mas concordaram com uma sucessão no Afeganistão que inclua os moderados do Taleban.
As conversações entre o mulá Abdul Wakil Muttawakil, chanceler do Taleban, e autoridades paquistanesas foram mantidas enquanto Colin Powell chegava a Islamabad, anteontem. Foi o secretário de Estado quem anunciou, ontem, que a Casa Branca concordava com um futuro governo afegão multiétnico e pluripartidário.
A presença de Muttawakil no Paquistão, aparentemente não autorizada por Omar, o líder supremo do Taleban, sugere uma cisão na cúpula do governo e um fortalecimento dos arranjos para a transição no Afeganistão.
O relato dos contatos secretos circulou após rumores de que Muttawakil desertara.
Autoridades do Paquistão disseram que a presença do mulá no país e seu pedido por uma pausa nos ataques refletiam o desenvolvimento de profundas dissensões.
Nos contatos em Islamabad, o enviado do Taleban sugeriu que os moderados poderiam ser capazes de mudar a política da milícia se tivessem um período de calma.
Após as discussões, porém, não estava claro se os moderados pretendem enfrentar Omar abertamente ou querem tornar a situação mais confusa, conseguindo a interrupção da ofensiva sem oferecer nenhum progresso quanto ao futuro de Bin Laden.
Outros relatos apontam que a iniciativa de Muttawakil se estendeu aos países do golfo Pérsico. Uma agência de notícias de Dubai afirmou que o mulá havia "mostrado interesse em assegurar o apoio dos Estados muçulmanos" na região numa negociação com os EUA em nome do Taleban.
Há relatos ainda de combates entre o Taleban e integrantes da rede de Bin Laden, a Al Qaeda.
O embaixador da milícia no Paquistão, Abdul Salam Zaeef, negou, contudo,
divisões no Taleban. "Não há mudança", disse.
A chegada de Powell completou uma extraordinária convergência de quase todos os grandes atores da atual crise, espelhando a necessidade de definir diretrizes políticas e diplomáticas pós-ataques.
Powell e Musharraf afirmaram ontem ter concordado que qualquer futuro governo afegão deverá incluir tanto a oposição quanto moderados do atual regime.
O entendimento contempla os interesses do Paquistão no vizinho. Uma de suas principais preocupações é a eclosão de uma nova guerra civil pela substituição do Taleban, da etnia majoritária, pela Aliança do Norte, o mais ativo grupo rebelde, hostil ao Paquistão e composto por minorias étnicas. "O ex-rei Zahir Shah, políticos, líderes moderados do Taleban, elementos da Aliança do Norte, chefes tribais, afegãos no estrangeiro.
Todos podem desempenhar um papel nesse governo", disse Musharraf. "Queremos ajudar o povo afegão a finalmente ser governado por um governo que represente todos os povos do país", disse Powell.
Com agências internacionais
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Durante conversas secretas no Paquistão, um líder do Taleban pediu que os americanos suspendam os bombardeios para que a ala moderada da milícia islâmica possa convencer o mulá Mohamad Omar a entregar Osama bin Laden. Os EUA recusaram a proposta, mas concordaram com uma sucessão no Afeganistão que inclua os moderados do Taleban.
As conversações entre o mulá Abdul Wakil Muttawakil, chanceler do Taleban, e autoridades paquistanesas foram mantidas enquanto Colin Powell chegava a Islamabad, anteontem. Foi o secretário de Estado quem anunciou, ontem, que a Casa Branca concordava com um futuro governo afegão multiétnico e pluripartidário.
A presença de Muttawakil no Paquistão, aparentemente não autorizada por Omar, o líder supremo do Taleban, sugere uma cisão na cúpula do governo e um fortalecimento dos arranjos para a transição no Afeganistão.
O relato dos contatos secretos circulou após rumores de que Muttawakil desertara.
Autoridades do Paquistão disseram que a presença do mulá no país e seu pedido por uma pausa nos ataques refletiam o desenvolvimento de profundas dissensões.
Nos contatos em Islamabad, o enviado do Taleban sugeriu que os moderados poderiam ser capazes de mudar a política da milícia se tivessem um período de calma.
Após as discussões, porém, não estava claro se os moderados pretendem enfrentar Omar abertamente ou querem tornar a situação mais confusa, conseguindo a interrupção da ofensiva sem oferecer nenhum progresso quanto ao futuro de Bin Laden.
Outros relatos apontam que a iniciativa de Muttawakil se estendeu aos países do golfo Pérsico. Uma agência de notícias de Dubai afirmou que o mulá havia "mostrado interesse em assegurar o apoio dos Estados muçulmanos" na região numa negociação com os EUA em nome do Taleban.
Há relatos ainda de combates entre o Taleban e integrantes da rede de Bin Laden, a Al Qaeda.
O embaixador da milícia no Paquistão, Abdul Salam Zaeef, negou, contudo,
divisões no Taleban. "Não há mudança", disse.
A chegada de Powell completou uma extraordinária convergência de quase todos os grandes atores da atual crise, espelhando a necessidade de definir diretrizes políticas e diplomáticas pós-ataques.
Powell e Musharraf afirmaram ontem ter concordado que qualquer futuro governo afegão deverá incluir tanto a oposição quanto moderados do atual regime.
O entendimento contempla os interesses do Paquistão no vizinho. Uma de suas principais preocupações é a eclosão de uma nova guerra civil pela substituição do Taleban, da etnia majoritária, pela Aliança do Norte, o mais ativo grupo rebelde, hostil ao Paquistão e composto por minorias étnicas. "O ex-rei Zahir Shah, políticos, líderes moderados do Taleban, elementos da Aliança do Norte, chefes tribais, afegãos no estrangeiro.
Todos podem desempenhar um papel nesse governo", disse Musharraf. "Queremos ajudar o povo afegão a finalmente ser governado por um governo que represente todos os povos do país", disse Powell.
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