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Família de Jean Charles se diz decepcionada com relatório oficial
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da France Presse, em Londres
Os familiares do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pelos agentes da Scotland Yard por erro ao ser confundido com um terrorista em 2005, expressaram nesta quinta-feira sua insatisfação e decepção com um relatório da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC) que isenta o chefe da corporação, Sir Ian Blair.
"Estamos totalmente insatisfeitos e decepcionados", afirmou Patricia Armani da Silva, 33, prima do jovem eletricista que morreu com sete tiros na cabeça em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell, sul de Londres.
Outro primo do brasileiro, Alex Pereira, considerou totalmente inconcebível que Ian Blair só tenha sido informado no dia seguinte que inocente havia sido morto.
"Não achamos possível que Ian Blair não fosse informado sobre um dos mais sérios erros da história da polícia britânica", enfatizou a advogada da família Menezes depois da publicação do relatório da IPCC, conhecido como Stockwell 2.
Segundo o relatório, o diretor do departamento antiterrorista da polícia britânica, Andy Haymann, tentou em um primeiro momento esconder que o homem morto pela polícia em 22 de julho de 2005 na estação Stockwell, zona sul Londres, era inocente.
"Haymann declarou neste dia a repórteres que o homem morto (Jean Charles de Menezes) podia ser um dos suspeitos dos atentados frustrados de 21 de julho de 2005, quando sabia que isto não era correto", destaca a IPCC.
No entanto, o relatório Stockwell 2 isenta o chefe da polícia britânica. "Sir Ian Blair não enganou o público deliberadamente", declararam os membros da IPCC, em uma coletiva de imprensa na qual apresentaram as conclusões de sua investigação, conforme exigido pela família de Jean Charles.
A IPCC não examinou as circunstâncias em que o brasileiro foi abatido pela polícia --que foram apuradas em uma investigação à parte, a chamada Stockwell 1, cujas conclusões não foram reveladas ao público-- e sim como a polícia conduziu este caso.
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